(photo: suicide image by Warrior_Chilk on Photobucket)
Ontem houve mais um suicídio no metro de Lisboa, na linha amarela (já alguém estudou as preferências por linhas?). No metro de Paris parece que há dois por dia, e que a SNCF vai treinar os funcionários para detectarem aitudes que possam indiciar a decisão de pôr termo à vida.
Contaram-me que em Tóquio há linhas mais procuradas: tem a ver com as indemnizações.
O suicídio é desde há muito um fenómeno que fascina o homem. Drkheim, o sociólogo francês escreveu há muitos anos um excelente livro sobre o assunto.
Sócrates (o verdadeiro, o sábio) matou-se bebendo cicuta faz agora 2408 anos. Estou a ler um livro sobre o seu julgamento e a sua morte, intitulado "Why Socrates died", de Robin Waterfield.
Mas Sócrates era um homem já velho, para a época, porventura desencantado com a incapacidade dos seus contemporâneos de perceberem a importância daquilo que para ele era uma evidência: a procura incessante da verdade, como a única forma de viver a vida. Podia ter-se exilado, mas isso era para ele impensável - a perda da cidadania.
O homem que se terá ontem suicidado no metro, de que não sei o nome, teria cerca de 30 anos. Provavelmente nem teria estudado filosofia; teria sido um acto tresloucado, sob impulso? Ou algo de premeditado, fruto talvez de sucessivos e graves episódios depressivos (que nem todos desmbocam nisso, atenção)?
Um polícia comentou que estas mortes saem muito caras para os contribuintes: são autópsias penosas, demoradas, às vezes sem grandes resultados.
E a gente fica sem saber o que dizer diante disto.
Quem quiser ver imagens gore, muitas delas de suicidas, pode ir ao site da PJ. Muitos daqueles cadáveres nunca se saberá a quem pertenceram.
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2 comentários:
É admirável, o Críton
Os varios relatos do julgamento e morte de Sócrates (o verdadeiro) são, maior ou menor grau, notáveis. Mas julgo que é importante não idealizar a opção do suicídio. Na maior parte das vezes, a realidade é sórdida e feia. Foi uma pessoa que muito prezo que há tempos me chamou a atenção para o assunto, a propósito do suicídio de um colega do liceu. A morte não é uma coisa bonita, excepto na Ilíada ( e mesmo aí...)
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