Mika Brzezinski: Don't Forget To Have Kids
A questão de ter um filho e assegurar uma carreira coloca-se cada vez mais.
Diria mesmo que as coisas são ainda mais difíceis do que na minha geração. E se é verdade que hoje em dia uma mulher de 40 anos é considerada uma jovem, o que não acontecia no tempo da minha avó, a verdade é que o tal relógio biológico não pára. É injusto, não faz sentido numa época em que senhoras de sessenta anos parecem ter quarenta e tal, mas a ciência ainda não encontrou uma forma de prolongar a idade fértil das mulheres (à excepção talvez da congelação de óvulos).
Encontramo-nos assim numa situação paradoxal: os estudos são muito mais prolongados, a entrada no mercado de trabalho é cada vez mais difícil e tardia. Jovens com mais de trinta anos a viverem ainda em casa dos pais, é o que mais há.
Por outro lado, dizem as estatísticas que o início da vida sexual tem lugar cada vez mais cedo.
Faz algum sentido? Pouco.
Receio não ter resposta para este estado de coisas, que conheço bem de perto, tanto por razões familiares como professionais. Se fosse jovem, investigaria bem a possibilidade de congelar os óvulos, cuja qualidade se sabe que começa a decrescer a partir dos trinta e cinco anos. Sempre dá mais uma meia dúzia de anos de folga...
O artigo supra tem uma certa frescura que me pareceu interessante. Não quero dizer concorde com tudo o que escreve a autora.
Mas, como me dizia ainda hoje uma pessoa, se querem que vos diga, nem sei o que vos diga... Oxalá tivesse resposta para a difícil situação que hoje vivem as jovens. Ficar em casa (mesmo que possível, financeiramente), não é de certeza a solução e não constitui um bom exemplo para um filho, ou filha.
Mas leiam e depois digam-me o que pensam. É uma questão muito importante, sem dúvida.
terça-feira, novembro 10, 2009
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2 comentários:
Olá Clara,
Acho que o tema do teu post muito interessante, talvez porque eu própria me encontro na situação que descreves; a caminho dos 42 e sem filhos.
Talvez o congelamento dos óvulos se venham a tornar mais acessíveis (financeiramente e não só), mas depois levanta o problema das mães "idosas" e dos filhos muito jovens que se tem de confrontar com pais já bastante incapacitados. Que efeitos é que imaginas que isso terá na dinâmica entre gerações? Será apenas uma questão de hábitos que geram estigmas, como aconteceu no passado - num certo sentido - com os filhos de pais divorciados.
Estava a pensar no congelamento dos óvulos "jovens" (da própria) apenas como forma de adiar a gravidez, se necessário, até aos 40, 40 e tal. A partir daí, parece-me difícil "aguentar" uma gravidez, tanto física como psicologicamente, mas dependerá de cada pessoa. Não é só o esforço físico, são as noites mal dormidas, etc. E, como diz a Ana, será bom para uma criança ter uma mãe muito mais velha? Sabemos que é importante para as crianças a convivência com gerações mais velhas, mas para isso há as avós e bisavós.
Também gostava de saber a opinião dos homens acerca deste problema. Afinal, um filho faz-se a dois. Ou fazia-se? Já não sei bem. Nalguns países, como em Espanha, é já possível ter um filho por inseminação a a partir de um banco de esperma. Aqui poem-se outros problemas e outros desafios. Como será crescer
com uma mãe, duas mães, dois pais homens, etc? Que modelos do feminino e do masculino irão construir estas crianças? Ou será que já não faz sentido pensar nestes termos?
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