Desde o início da gravidez (até antes), a representação que os pais fazem do seu bebé
não é a de um feto em desenvolvimento, mas a de um bebé completo e saudável; é
o bebé imaginário, de sonho.
A personificação vai sendo feita através da escolha do nome,
da compra de roupas, da preparação do quarto e da atribuição de significado aos
movimentos fetais. Há uma grande ambivalência de sentimentos: alegria e medo.
Os medos atingem o seu exponencial por volta dos 7 meses de gestação, altura em
que as características fantasiadas do bebé imaginário se começam a aproximar
mais do bebé real. São frequentes pesadelos e receios de deficiência ou malformações.
Ao longo de toda a gravidez, vai-se criando o vínculo ao bebé, havendo nova adaptação
aquando do nascimento do bebé real.
Depois do parto, a mãe ressente-se muitas vezes com o facto
de já não ser o centro das atenções e pela vivência de que o bebé já não é só
dela. O pai, que muitas vezes se sente posto de parte nas tarefas parentais,
pode tornar-se competitivo agora que tem acesso ao bebé que antes podia sentir
apenas através da mãe.
Pai e mãe devem funcionar como equipa, cada um com a sua
individualidade, especificidade e competência. A licença de paternidade é um
sinal de mudança, associada a um maior reconhecimento da sua importância no
desenvolvimento do bebé, bem como a uma maior disponibilidade para se envolver
na dinâmica familiar.
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