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segunda-feira, julho 13, 2015

Acne: Impacto e Significação


Em Ford é uma rapariga londrina de vinte e poucos anos que desistiu da carreira de modelo aos 20 anos de idade pois detestava a indústria. Atualmente Em dedica-se à produção criativa de filmes.

Um dos seus filmes recentemente atingiu mais de 11 milhões de visualizações. O filme visou enfatizar como a indústria da moda instiga expetativas de beleza irrealistas quer para mulheres, quer para homens.

O tema do filme foca o problema da acne e o impacto que o problema pode ter ao nível da autoestima. Ao longo dos meses Em recebeu milhares de mensagens de pessoas de todo o mundo que sofrem de acne e problemas relacionados com autoestima e autoimagem.



Durante a adolescência a autoimagem é um aspeto crítico da vida psíquica e social. A puberdade despoleta toda uma revolução psíquica que abre portas a novas preocupações e ansiedades. As mudanças hormonais suscitam novas curiosidades, o corpo muda e as relações entre pares ganham relevância. Emerge então todo um jogo complexo entre, por um lado, a imagem do nosso corpo e como nos sentimos dentro dele, e, por outro lado, as nossas relações sociais e a nossa autoestima.

A acne pode de facto prejudicar a nossa autoestima quando se trata de um problema persistente e relativamente marcante. O mesmo para a obesidade, por exemplo, ou condições físicas mais raras que surjam por exemplo durante a adolescência (e não só) onde a relação entre corpo, relações sociais e autoestima é tão importante.

Todavia a vivência do problema de acne pode ser exacerbada por outros problemas psicológicos de fundo. Enfrentar um problema de acne a partir de uma sólida autoestima é muito diferente da experiência, muitas vezes de desespero, de alguém cuja bases internas de regulação da autoestima são mais frágeis. O foco incisivo e a angústia ligada ao problema de acne serão bem maiores no segundo caso. Em casos extremos a pessoa pode mesmo acreditar que está deformada ou sofre de uma deformação, como é o caso da dismorfofobia.

Problemas de pele ou de imagem corporal que recaiam em cima de uma imagem de nós fragilizada, incompleta, inexistente, confusa, fragmentada, deformada, ou engrandecida/idealizada, são tendencialmente vividos com bastante mais ansiedade. No caso da acne é de considerar ainda o papel da ansiedade no agravamento do problema, o que nos leva facilmente a conceber cenários de angústia e preocupações ansiosas persistentes, à medida que o problema persiste, ou mesmo, agrava.

Outras vezes uma preocupação intensa com um problema de acne (ou outras condições físicas) pode mesmo condensar nela outras preocupações menos óbvias ou conscientes, preocupações e ansiedades que talvez nunca tenham podido ser pensadas. Neste caso estas angústias acabam muitas vezes por incrementar a dimensão do problema para além daquela que lhe é devida. Na adolescência em particular, tal como acima descrito, a acne é um problema particularmente sensível, já que se interliga com problemáticas e aspetos do desenvolvimento pessoal e social muito importantes.

Quando os meios de comunicação social visam provover constantemente ideias de beleza inatingíveis, o efeito psicológico que acabam por exercer em muitas pessoas alberga um pontencial elevado de destabilização emocional. É um problema tanto mais sério quanto mais fragilizada a autoestima de uma dada pessoa. Muitas vezes uma autoestima fragilizada tem raiz na imposição precoce (da família) de ideais (irrealistas ou desconsiderativas das capacidades reais da criança) que devem ser atingidos a cada etapa da vida. Na ausência de um ambiente familiar afetivo, paciente, compreensivo e apoiante, esses objetivos são muitas vezes sentidos pelas crianças como fundamentais para o sentimento de valor pessoal, bem como para poderem merecer a validação, a apreciação e o amor dos demais, do qual estão tão ávidos.

Referência: