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segunda-feira, novembro 11, 2013

Da espiral à RODA

Nas redes sociais tenho visto com frequência publicações alusivas a uma nostalgia dos anos 80 (sim, esses que foram considerados pirosos!) acerca dos brinquedos, das brincadeiras, dos desenhos animados…o brincar na rua!!! Ah, que saudades! E tem-se falado sobre como as crianças crescidas nesses tempos estariam mais bem preparadas para enfrentar obstáculos ao longo da vida do que possivelmente estarão as crianças que hoje em dia primam pela tecnologia e pelo isolamento mais do que pela criatividade e o vínculo social.

Surge também nos últimos anos uma frequência mais elevada de diagnóstico de hiperatividade e défice de atenção do que nesses anos. Hiper= grande, atividade= criança? É suposto que as crianças sejam ativas, que se mexam, que sejam curiosas, aventureiras…não é isso ser criança? Mas ter essa atividade toda e não ter como a gastar pode ser altamente nocivo. E atenção, não pretendo minimizar os diagnósticos feitos nem o impacto que isso trás na vida da criança e da família, porque são situações extremamente complexas que tem que ser avaliadas com critérios rigorosos. Apenas pretendo pensar um pouco a hiperatividade na sua expressão mais lata, do senso comum, a hiper-actividade, a actividade em excesso.

Provavelmente nos anos 80 gastavam-se as energias numa apanhada, numa macaca ou num jogo de futebol e quando se chegava a casa, com fome e cansados e com apenas dois canais de televisão, poucas opções sobravam.

Pois, não era uma era tecnológica mas era uma era de ir para a rua. Mas os tempos mudam e não existem apenas efeitos secundários nocivos desta era tecnológica. Os miúdos tratam a tecnologia por tu. Ensinam os pais, os avós, os professores. Encontram músicas, jogos e histórias, chegam a todo o lado com um clique. A tecnologia está para as crianças de hoje em dia como as brincadeiras na rua estavam para as crianças dos anos 80. Sem dúvida que existem benefícios e perigos em ambas as épocas. Mas como em tudo, no meio é que está a virtude.

Uma das vantagens deste fácil acesso é que o longe está sempre mais perto do que nos anos 80. E tudo o que se fazia lá fora e nós só sabíamos 20 anos depois, agora é quase em tempo real. E isso não é necessariamente mau. Faz nos sentir ligados. Faz nos sentir menos sós. Parte de algo. Capazes.

A grande questão é: como conjugar isso? E aí, caros pais dos anos 80, a bola é nossa. Cabe-nos a nós fazer essa ligação. Sim, a nós que apanhámos a transição. As cassetes, os vinis e VHS, os CDs DVD’s DIVX, Nintendos, Spectrums, Playstations, Gameboys…nós conhecemos ambos os lados. E a nós cabe a tarefa de ajudar as nossas crianças a tirar partido de estar com os outros, estar na rua, jogar esses jogos saudosistas, navegar na internet, ver os programas mais adequados…enfim, sermos responsáveis por ajudar os nossos filhos a estar, a crescer e ser feliz nesta era.

A hiper-atividade é a expressão máxima da inquietação. Dentro e fora. E ainda não é pacífica a sua definição em termos etiológicos. É genética, é do meio, é daqui e dali… mas é. E a forma com lidamos com essa questão é que terá mais impacto do que o rótulo ou a origem.

Com isto, proponho um breve olhar por uma atividade já bem implementada em Portugal desde o final dos anos 80, mas ainda desconhecida para muitos de nós: a capoeira.

Muitos desportos, nomeadamente as artes marciais, visam o auto controlo, respeito das regras, capacidade de concentração, resiliência, competência…mas todas estas tarefas podem parecer hercúleas aos olhos de uma criança cujo nervoso miudinho é quem manda. Saber que se tem que estar atento pode ser por si só catalisador de maior agitação!

Mas existem atividades que podem juntar uma série de elementos que beneficiam de forma imensa as crianças ( especialmente as hiper-ativas, ansiosas e introvertidas ). A capoeira é sem dúvida uma dessas actividades.

Porque transmite noção de eu no mundo, através da passagem histórica das raízes interligadas (e nem sempre felizes) de Portugal e Brasil. Conhecimento histórico e geográfico, multiculturalidade, expressão física e artística, pertença do grupo, auto estima, atenção e motivação são alguns dos ganho imediatos da prática desta actividade. E porquê?

Porque o factor competição é preterido ao da inter ajuda, porque os grupos são habitualmente heterogéneos (em género e faixa etária), porque tem que se ser rápido e enérgico ( valorizando os aspectos considerados tóxicos na hiperatividade), mas ao mesmo tempo atento para se esquivar de um golpe. Porque nunca se perde o outro de vista, porque se canta e se aprende a tocar instrumentos. Porque se valoriza o grupo em detrimento do indivíduo, porque existe a possibilidade de renascer através do batismo de uma alcunha de capoeira.

Porque se pertence. Porque se é. Porque se está ligado. E não é através da internet. É ali, ao vivo e a cores!

E então, porque não, antes de mandarmos os meninos e meninas distraídos, impulsivos e e inquietos para dentro de um cubo gigante e opressor de um medicamento que apenas parece aliviar aos cuidadores (que têm menos desgaste), mas que mata a criatividade e a possibilidade de encontrar alternativas, se mandasse para uma roda de capoeira?


Carla Ricardo
Psicoterapeuta Psicronos
Delegação Setúbal

NOTA: Apesar de considerar que as crianças com TDAH de acordo com o DSM IV-TR estão igualmente aptas a entrar para uma atividade física e desportiva como a capoeira, essa indicação deve ser dada criteriosamente em contexto clínico, de acordo com a avaliação da situação individual. E não se esgota na prática de uma atividade, a sua leitura é sempre multidisciplinar tal como a intervenção. Em caso de dúvida, contacte um especialista. A Psicronos em Setúbal tem um serviço dirigido a crianças e adolescentes, bem como o aconselhamento parental que pode e deve caso exista suspeita da criança ou jovem se enquadrar neste diagnóstico.

Para mais informação contacte carla.ricardo@psicronos.pt ou pelos telefones 213145309 /918095908.

domingo, junho 30, 2013

Fazer o trabalho de casa antes de ir a uma entrevista de emprego

As entrevistas para emprego são sempre um factor de stress. Como me comportar, o que é que me vão perguntar, que imagem quero dar?, são algumas das dúvidas que ocorrem antes da entrevista.
Digo muitas vezes às pessoas que a melhor imagem a transmitir, seja em que área de actividade for, é a de uma pessoa bem preparada, interessada e com conhecimento de causa. Que sabe fazer, sem que lho digam, o seu trabalho de casa.
Os TPC têm má fama desde a escola, mas, tal como antes, são necessários.
No post para que ponho o link, Melissa Martin faz sugestões concretas de como fazer a preparação para uma entrevista através de uma pesquisa de mercado por conta própria. Poderá não ser muito abrangente em termos de market research, mas não é esse o ponto. O ponto é mostrar que o interesse genuíno e bem conduzido é uma mais-valia do candidato. Melissa Martin chama-se "inteligência competitiva".
O nome pouco interessa. O que qualquer empregador quer perceber, desde que não seja inteiramente medíocre (também acontece), é a motivação do candidato. O que ele ou ela se pergunta é: o que é que esta pessoa vai acrescentar à empresa?
Melissa Martin dá sugestões concretas sobre a pesquisa a fazer antes de ir a uma entrevista de trabalho: detectar fraquezas e forças tanto do potencial empregador como da concorrência. Ou seja, fazer uma pesquisa de mercado que, não sendo exaustiva, diz muito sobre a capacidade de iniciativa e de trabalho do candidato.
Parece muito trabalhoso? Sem dúvida. Mas é uma excelente ideia em tempos em que o diploma e mesmo a experiência já pouco contam, sobretudo quando se é um candidato entre centenas.
Foto: Carreerlism

http://www.careerealism.com/interviewer-competitive-intelligence/

 

sábado, abril 02, 2011

O QUE É PRECISO PARA SER EMPREENDEDOR

O EMPREENDEDORISMO EXIGE TRAÇOS DE PERSONALIDADE ESPECIAIS?

9 em cada 10 startups falham, dizem os estudos feitos nos USA.
O que é que este número nos diz? Diz-nos que para se se ser empreendedor, arrancar e conduzir um negócio próprio é preciso:

A. Elevada (e direccionada) motivação. Trata-se não só de auto-motivação mas também da capacidade de persuadir e motivar os outros.
B. Forte tolerância à frustação
C. Ser capaz de desmontar um problema e transformá-lo numa oportunidade.
D. Resiliência (capacidade de enfrentar condições adversas com coragem e determinação).

Mas não chega.

A montante destas competências estão outras capacidades prévias:

A. Iniciativa
B. Criatividade e gosto pela inovação
C. Networking
D. Sentido de oportunidade (para reconhcer uma necessidade existente ou latente de um produto ou serviço).
E. Capacidade de arriscar

Um empreendedor tem de ser, além de um gestor, alguém que consegue detectar as oportunidades no labirinto da informação que vai colhendo na rede e que decide arriscar num objectivo bem determinado, com determinação, persistência e teimosia. É alguém que não se deixa desmotivar com um "não". Provavelmente, é até alguém que ao ouvir um "não" regista um "talvez". É um visionário, mas com os pés na terra (em alguns casos ajuda ter um sócio que complemente alguns destes traços, que não são fáceis de reunir numa só pessoa).

Muitas pessoas interrogam-se se estas competências são inatas ou podem ser adquiridas. Eu responderia que podem ser aprendidas ao longo da vida, e quanto mais cedo, melhor. A tolerância à frustração, por exemplo, começa a ser aprendida no berço, quando o bébé percebe que a mãe não está cem por cento ao serviço dele (isto é tão duro que existe quem, com a cumplicidade das mães, não o admita uma vida inteira).
A criatividade também se pode, e deve, ser cultivada.
E é preciso trabalho, muito trabalho - algo que muitos pais têm tendência a esquecer, (des)educando adolescentes e futuros adultos que pensam que as coisas lhe irão cair do céu.

Uma outra questão se põe, no entanto, para além dos traços de personalidade inatos ou adquiridos: as condições da realidade externa. Dependendo da actividade e do sector, o empreendedor necessitará de maior ou menor financiamento e, idealmente, de um contexto onde haja não só recursos disponíveis ( de capital e de conhecimento) como acesso aos mercados.

terça-feira, setembro 07, 2010


Investigadores americanos quiseram actualizar a antiga e conhecida pirâmide das necessidades de Maslow (1940). O seu estudo foi publicado na revista Perspectives on psychological Sciences e o seu autor principal, Douglas Kenrick, quis reformular a referida pirâmide à luz das mais recentes descobertas nos diversos campos da ciência como a psicologia do desenvolvimento, a psicologia evolutiva e as neuro-ciências.


Na nova pirâmide proposta por este conjunto de investigadores, podemos ver que os quatro primeiros níveis se mantêm praticamente idênticos aos da pirâmide original de Maslow. As modificações principais e também controversas reportam-se aos últimos níveis superiores onde a necessidade de realização pessoal ou auto-actualização foi substituída pela necessidade de aquisição de um parceiro sexual/amoroso, a sua retenção e, por fim, no pico da pirâmide, a necessidade de parentalidade.

Para mais detalhes pode ser consultado o artigo original ou o artigo francês que anuncia o original. Este último pode ser encontrado no seguinte link: