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terça-feira, setembro 02, 2014

Sindrome de Estocolmo: 41 Anos

No passado dia 26 de Agosto completaram-se 41 anos desde a origem do famoso "Sindrome de Estocolmo".

Trata-se de um estado psicológico que surge em situações frequentemente traumáticas, nas quais quem sofre deste sindrome se identifica e inclusivé se preocupa com os seus sequestradores. Trata-se de uma manobra psicológica, um mecanismo de defesa mobilizado pelo desespero e pela situação limite do sequestro, que representa em ultima análise um ato inconsciente de auto-preservação.

Esta condição psicológica é mais frequente em situações que envolvem a vitima ser feita refém de alguém, ou situações de rapto, contudo, o sindrome de Estocolmo também surge em relações de mestre e escravo, casos de esposas vitimas de agressões e membros de cultos destrutivos.

No dia 26 de Agosto de 1973, a força policial de Estocolmo cercou Jan-Erik Olsson, que assaltava então um banco no centro de Estocolmo. Olsson fez quatro reféns, durante um periodo de 6 dias. Após a captura de Olsson e de um amigo seu, que entretanto conseguiu entrar no banco enquanto parte das negociações anteriores entre Olsson e a policia, um dos reféns, agora em liberdade, abacou mesmo por criar um fundo de ajuda ás despesas legais de defesa dos seus sequestradores. Nasceu então o termo "Sindrome de Estocolmo".

No contexto de uma relação invulgar de poder desmedido e de isolamento relativamente a opiniões exteriores sobre o captor, podem surgir verdadeiros delírios na mente da vítima de sequestro. No contexto da obediência total, sob a percepção de que a fuga não é possível, sob a ameaça de morte (e morte da familia e dos entes queridos) pelo sequestrador, o gradual perceber pela vítima daquilo que despoleta a violência do captor - no sentido da sobrevivência - acaba por levar a vítima a sentir que conhece o captor.  Esta percepção conduz a que uma intimidade seja sentida com o captor. Aqui, o menor ato de generosidade, que pode por exemplo ser o não assassinato imediato da vítima, passa a ser gradualmente tomado por benevolência.  Gradualmente o captor passa a ser percebido enquanto o salvador, e a confiança nos outros exteriores que efetivamente podem proteger, pode perder-se. Oblitera-se a percepção de que a figura agora percebida como boa e protetora é também a fonte de todo o dano e prejuizo.