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quarta-feira, abril 13, 2011

Até que ponto podemos ser tecnologico-dependentes?


Como Michel Serres, filósofo francês, referia num artigo seu (ver blog - post "o novo homem") o Homem Ocidentalis está a atravessar uma transformação socio-cultural drástica e dramática onde a continuidade do mesmo com a natureza, as raízes biológicas e com as dimensões do tempo e do espaço, está a ser quebrada, sobretudo, pela ultra-tecnologização da sociedade e da vida do dia-a-dia.

O que é que aconteceria se se impusesse o mundo de ontem à geração jovem do amanhã? Um estudo da Universidade de Maryland tentou fazer precisamente esta experiência: estudou os efeitos que a privação de tecnologia (televisão, telemóveis, smartphones, computadores, internet, redes sociais...) tem em mil jovens com idades compreendidas entre os 17 e 23 anos, de 10 países diferentes, durante um período de 24 horas.

Será que ficaram aborrecidos? Conseguiram lidar bem com a situação ocupando-se com leituras ou outras actividades?

Como pode ser lido no link do site "CiênciaHoje" (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=48447&op=all):

"Segundo os investigadores, 79 por cento dos estudantes relataram reacções adversas que vão desde desconforto a confusão e isolamento.
Os adolescentes falaram de ansiedade enquanto outros relataram sintomas como comichões, uma sensação semelhante à dos viciados em drogas, em processo de desintoxicação. Alguns ainda relataram sintomas semelhantes a bulimia.
Um em cada cinco alunos relataram sentimentos de abstinência, enquanto 11 por cento disseram que estavam confusos ou se sentiam fracassados. Quase um em cinco (19 por cento) relataram sentimentos de angústia e 11 por cento avançaram que se sentiam isolados. Apenas 21 por cento admitiram que poderiam sentir os benefícios de ficar incomunicáveis.
Alguns estudantes relataram extrema ansiedade por simplesmente não poder tocar o telefone. Um participante relatou: "Eu sou um viciado. Eu não preciso de álcool, cocaína ou qualquer outra forma de depravação social. Esta é minha droga, sem ela fico perdido". Outro escreveu: "Não sabia o que fazer, literalmente. Ir para a cozinha procurar inutilmente nos armários tornou-se numa rotina".
Segundo Susan Moeller, da Universidade de Maryland, que liderou o estudo, "a tecnologia permite contactos sociais para os jovens de hoje e passam a maior parte do tempo ligados a qualquer dispositivo"."Alguns disseram que queriam ficar sem tecnologia durante algum tempo, mas eles não conseguiram devido à possibilidade de serem condenados ao ostracismo"."

Dá que pensar!