Li um artigo num dos blogues que
sigo que faz um paralelismo interessante entre os princípios básicos do Yoga e
as relações amorosas:
-Vínculo/Ligação: As posturas do
yoga desenvolvem-se a partir de uma ligação a uma base estável, que permite que
respiração flua livremente e explorar a prática, da mesma forma que é
necessário criar uma ligação com o/a parceiro/a, assente em bases sólidas de confiança
e afeto, que permitem expressar-se livremente e explorar a relação.
-Regularidade: a prática regular
do yoga é muito mais recompensadora ao longo do tempo, do que workshops ou
retiros pontuais, que são importantes para complementar e fazer novas
aprendizagens, mas não sustentam a prática. Do mesmo modo, o contacto e a
comunicação regulares numa relação são essenciais para aprofundar o vínculo
permitindo depois desfrutar melhor e aprender mais sobre o outro em férias ou
fins-de-semana mais excitantes.
-Passo a Passo: Querer avançar
demasiado rápido para posturas avançadas aumenta o risco de lesões, enquanto
que respeitar o ritmo permite perceber de que modo o corpo responde, dando
tempo e experiência para que nos possamos adaptar à experiência. Ter tempo para
conhecer alguém dá-nos tempo para ensaiar respostas e experiências com o outro,
pelo que procurar acelerar a relação ou fazer planos demasiado cedo, aumenta a
possibilidade de desilusão.
-Persistência: Manter uma postura durante
algum tempo permite aprofundar a sensação que produz, sentir a respiração e a
resposta do corpo, da mente e das emoções, do mesmo modo que dar tempo à relação
permite que esta se desenvolva, investindo naquilo que podem criar juntos.
-Quietude: A prática de yoga
inclui períodos de quietude, seja em que postura for, dá-se tempo à tranquilidade
e a consciência de si próprio, do mesmo modo que numa relação é importante que
se consiga continuar a estar consigo próprio e aprofundar os sentimentos.
O Yoga é uma prática e uma filosofia
assente no bem-estar e na ligação ao próprio. Estes princípios e paralelismos
poderão ser encontrados noutro tipo de práticas que visam a consciência de si
próprio e o bem-estar. Porque, na verdade, para estabelecer relações amorosas
saudáveis, é necessário que a relação com o próprio seja saudável, o que muitas
vezes também requer aprendizagem: aprender a respeitar-se e aceitar-se, a ter
tempo e a dar-se tempo a si próprio, a persistir e a tranquilizar-se.