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sexta-feira, março 28, 2014

SERÃO OS BEBÉS CAPAZES DE ESCOLHER OS SEUS AMIGOS?

Um novo estudo mostra que bebés serão capazes de notar a diferença entre amiguinhos bons ou maus, e sabem quais escolher. Bebés de seis a dez meses exibiram importantes critérios de selecção social antes mesmo de aprender a falar, mostra trabalho do Centro de Cognição Infantil da Universidade Yale, publicado na revista Nature. Entre diversas situações criadas neste estudo,  os bebés assistiram a um boneco de madeira tentando subir uma colina e outro boneco aparecer para ajudar ou atrapalhar o primeiro. As crianças então tiveram acesso aos bonecos  e os cientistas esperaram para ver com qual os bebés escolheriam brincar.   Praticamente todas as crianças optaram por ficar com o boneco "bonzinho". Elas também gostaram mais de brinquedos neutros - que não ajudavam e nem atrapalhavam - do que dos brinquedos "maus". "É impressionante que bebés possam fazer isso", disse a principal autora do trabalho, a psicóloga Kiley Hamlin. "O que mostra que temos perícias sociais essenciais ocorrendo sem educação explícita".   Não houve diferenças de reacção entre meninos e meninas, mas quando os pesquisadores tiraram os olhos que faziam os brinquedos parecerem seres vivos, os bebés perderam a capacidade de julgá-los, disse Hamlin.   A escolha do bom sobre o mau apoia uma escola de pensamento segundo a qual algumas capacidade sociais são inatas, e não fruto de aprendizado. O psicólogo David Lewkowicz, que não tomou parte no estudo, disse que o trabalho é interessante, mas que não está convencido de que o comportamento não foi aprendido de outros. "Crianças adquirem um bocado de experiência social entre o nascimento e os seis meses", ponderou.   A equipe de Yale afirma ter pesquisas preliminares que mostram tendências semelhantes em bebés de até três meses, diz Hamlin.


António Neves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta (Delegação da Maia)

terça-feira, novembro 12, 2013

Bebé Emocionado: Empatia ou Desamparo?


Este vídeo tem circulado nas redes sociais ao longo das últimas semanas, gerando inúmeros comentários emocionados relativamente à resposta do bebé à voz da mãe enquanto canta. A maior parte das pessoas parece deliciada com a forma como o bebé parece reagir com empatia à tristeza transmitida pelo tom de voz e pela melodia. Talvez por isso me tenha abstido de comentar este vídeo antes e só o faço agora em resposta ao desafio lançado pela Dra Ana Almeida.

Assumo que este vídeo me causou desconforto desde a primeira vez que o vi. Desde cedo, talvez ainda dentro da barriga da mãe, o bebé parece ser capaz de discriminar os estados emocionais da mãe. Neste vídeo, parece haver uma reposta bastante rápida a um possível estado de tristeza por parte da mãe. Na minha opinião, talvez haja uma reação empática numa primeira fase, mas que depois se transforma numa vivência de desamparo, que faz lembrar a resposta (ou ausência dela) das mães deprimidas aos seus bebés. 

Parece-me que o bebé fica verdadeiramente angustiado com a suposta tristeza da mãe (e provavelmente com o tom de voz que pode ser sensorialmente insuportável nesta idade), parecendo tranquilizar-se nos segundos de pausa em que provavelmente espera o conforto da mãe, voltando a sentir a sua indisponibilidade quando volta a cantar. Imagino até, e aqui é pura fantasia, que a mãe esteja de olhos fechados enquanto canta, e que o contacto ocular se dê nestes momentos de pausa em que o bebé parece tranquilizar-se (suspirando até) por ter a mãe de volta. Suspiro eu de alívio quando é finalmente a mãe a revelar empatia pela angústia do filho, contendo-o com grande afetividade e fazendo-o perceber que está ali para ele, disponível e intacta, o que acontece de forma muito inconsistente no caso das mães deprimidas.
Gostava de conhecer mais opiniões acerca deste tema.


Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta
Diretora do Departamento de Infância e responsável pela Consulta do Bebé e da Parentalidade

geral@psicronos.pt