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sábado, abril 30, 2011

SERÀ POSSÍVEL CONCILIAR O TRABALHO COM OS OBJECTIVOS PESSOAIS?

(Photo: comh.ca)

Estou neste momento a preparar uma longa aula no âmbito da Psicologia das Organizações, por sugestão da nossa colega Tânia Paias, que todos conhecem como a nossa especialista em bullying, e deparei-me com uma questão quase básica, mas que passará também certamente pela cabeça de muitos de nós. E que não é, afinal, tão básica como isso, porque envolve uma série de factores.
A questão, posta muito simplesmente, é esta: é possível conciliar os interesses da empresa ou organização para a qual trabalhamos e os nossos? Às vezes os conflitos e o mau ambiente são tais que até parece que não. Mas numa organização verdadeiramente funcional é possível.
Uso o termo "organização funcional" por paralelismo com a família funcional.
Como explicou muito bem o psicanalista inglês Donald Meltzer, são (ou deveriam ser) funções da família conter as ansiedades da criança, ensinar a tolerar a frustração, facilitar a aprendizagem e a socialização, promover a esperança.
E como é promover a esperança numa organização, em que somos (e devemos ser tratados como tal) adultos e não crianças?
Promover a esperança é um papel do líder. Este deverá suscitar o envolvimento dos colaboradores na definição dos objectivos, de forma que as pessoas se identiquem com eles e se sintam parte de um todo. Os objectivos devem ser claros, moderadamente difíceis, mas exequíveis. As prioridades devem ser claras e devem existir planos de contigência. A determinação e a persistência são sem dúvida qualidades na vida e na profissão, mas o líder deve também propiciar a redefinição de objectivos se tal se justificar (a teimosia cega e a falsa esperança prejudicam o bom desempenho e cria uma frustração excessiva).
Só numa organização funcional, parece-me, será possível que as pessoas cresçam como pessoas e como profissionais e retirem satisfação do trabalho. Colaboradores que gostam do que fazem e estão emocionalmente investidos, são a melhor garantia de desempenho tanto deles como da organização para que trabalham.