Como Sobreviver á Ansiedade!
Análise de um testemunho.
Ao trabalhar com bastante frequência com pessoas que sofrem
de ansiedade, muitas vezes cruzam-se referências de artigos científicos e
publicações em jornais e revistas. Numa destas trocas de informação com um
paciente, ele enviou-me o seguinte link, http://www.publico.pt/sociedade/noticia/sobreviver-a-ansiedade-1621701 acerca de um artigo que ele tinha encontrado sobre ansiedade.
Este artigo do público é um pouco extenso, mas vale a pena
ler até ao fim pela clareza da exposição e pela maneira como consegue dar uma
noção na primeira pessoa do que é sofrer de ansiedade.
Uma das coisas que mais impressionou neste artigo foi a
dificuldade de obter resultados positivos por parte de SCOTT
STOSSEL.
Este homem, segundo ele, passou por várias terapias “Eis
o que já experimentei: psicoterapia individual (três décadas disso), terapia
familiar, terapia em grupo, terapia cognitivo-comportamental, terapia racional
emotiva e comportamental, terapia de aceitação e compromisso, hipnose,
meditação, desempenho de papéis, terapia de exposição interoceptiva; terapia de
exposição in vivo,
livros de auto-ajuda, massagens terapêuticas, orações, ioga, filosofia do
estoicismo e cassetes áudio encomendadas em anúncios infocomerciais de
televisão fora de horas.” Cit.
Nesta lista
faltam algumas terapias. Uma delas é o EMDR, seria possível que esta terapia
tivesse sucesso onde as outras não tiveram? Na minha opinião sim! Eu vou
explicar o motivo pelo qual eu acho que vale a pena experimentar efetuar EMDR quando
outras terapias não produzem resultados significativos.
O EMDR trabalha
em vários níveis simultaneamente. Quando trabalhos determinado evento da vida,
procuramos sempre apreender quatro dimensões. As imagens, as emoções, os
pensamentos e as sensações. Estes quatro elementos compõem as nossas memórias.
E é a partir delas que a nossa perceção do presente se forma.
Dando um
exemplo do SCOTT STOSSEL, ele vive em função de evitar uma série
de sensações fisiológicas associadas ao sistema digestivo. Ele tentou um
método, entre vários, bastante intenso e radical a exposição ao vivo. Este
método é bastante eficaz para algumas pessoas… mas lamentavelmente não para
todas. Nesta preocupação em particular a terapia EMDR pode ter uma abordagem um pouco diferente, ao
trabalhar os pensamentos de uma forma similar aos eventos traumáticos. Ou seja,
trazer simplesmente os pensamentos e as imagens associadas para a memória e
efetuar um protocolo básico de EMDR.
O que acontece
na maioria dos casos, em que isto é feito, é uma diminuição progressiva das
emoções associadas aos pensamentos recorrentes. Mais tarde, com a continuação
das sessões em EMDR, o paciente habitualmente reporta uma diminuição drástica
dos pensamentos que o preocupavam.
Neste caso do
SCOTT STOSSEL, os sintomas são bastante extensos e complexos, o que faz com uma
terapia de EMDR tivesse uma duração bastante mais longa que o habitual, mas
valerá sempre a pena tentar esta abordagem de psicoterapia quando todas as
outras não resultaram.
Afinal o EMDR é a terapia que
mexe com o “hardware” e com o “software”
ao mesmo tempo, isto segundo os estudos comparativos de imagens de
funcionamento do cérebro antes e depois da terapia. (como já foi demonstrado em
post´s anteriores aqui no Salpicos)
Em breve escreverei mais acerca deste artigo, uma vez que é
um testemunho tão completo do sofrimento que muitas pessoas passam no seu
dia-a-dia.