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quinta-feira, julho 24, 2014

Nomofobia


Medo de viver sem telemóveis está a transformar-se 

numa patologia


Novo medo afecta cerca de 66% dos jovens adultos



Os novos distúrbios emocionais são o reflexo do estilo de vida cada vez mais autocentrado que levamos. Nos últimos anos, a tecnologia aproximou as pessoas, mas também as tem afastado.

Nos dias que correm, imperam a carreira profissional, o estatuto social, as relações virtuais e as gratificações fáceis e imediatas, pelo que importa conhecê-los.
E se há atitudes que conseguem incomodar profundamente, pegar num smartphone para enviar um SMS ou espreitar o que está a acontecer nas redes sociais durante um jantar entre amigas, é uma delas.
Já perdi conta ao número de vezes em que deparei com a minha amiga Catarina Pires (nome fictício) a distanciar-se da conversa do grupo para enviar (mais) um SMS, ler um e-mail ou para responder a um dos amigos que está online numa das várias aplicações de conversação que tem instaladas no seu smartphone.
Eu só dou por mim a questionar-me, mas porquê tantos chats? Se a melhor forma de comunicar com alguém continua a ser através de um simples telefonema ou, sempre que possível, cara a cara. Pelo menos, para mim. Mas, parece que para a Catarina Pires, não. Nem para ela, nem para uma grande maioria. Estudos internacionais recentes revelam que mais de metade da população receia ficar sem telemóvel.
Falamos de nomofobia, um novo medo que afecta cerca de 66 por cento dos jovens adultos, sobretudo mulheres e que se enquadra no âmbito das perturbações do controlo dos impulsos, tal como a compulsão por compras ou a compulsão sexual. Perturbações cada vez mais relatadas dentro dos consultórios de psicologia, que podem ter consequências nefastas.
O aumento da utilização dos smartphones e a necessidade de ligação constante às redes sociais acentuou a prevalência da nomofobia, «um desconforto causado pela incapacidade de comunicar por telemóvel, que pode dar origem a um medo patológico de ficar incontactável, que se enquadra nas perturbações do controlo dos impulsos», refere Cláudia Sousa, psicóloga clínica.
«Pode surgir associado a quadros de depressão ou ansiedade generalizada, mas também em pessoas saudáveis», alerta a psicóloga. Um estudo recente, realizado no Reino Unido, revelou que mais de metade das pessoas confessam que têm medo de perder o telemóvel (cerca de 66 por cento). Os adolescentes e os jovens adultos (principalmente mulheres) são os mais afectados.
Os sinais do medo
Caracteriza-se por uma sensação de pânico e de impotência, tremores, suores frios, falta de ar, náuseas, taquicardia e dores de cabeça. «Nos casos mais graves, pode chegar à depressão e à perturbação de pânico», alerta a psicóloga clínica Cláudia Sousa.
Actualmente, todos nós estamos permanentemente ligados, pelo telemóvel ou pelas redes sociais, mas, como acontece com qualquer outra perturbação psiquiátrica, o comportamento passa a ser patológico, quando interfere significativamente com os compromissos da pessoa.


De acordo com a especialista, os primeiros sinais que indiciam esta fobia são a necessidade de estar constantemente a olhar para o telemóvel, verificar obsessivamente se existem chamadas perdidas, sms ou emails, deixar de fazer algo importante para atender uma chamada e, caso se esqueça do telemóvel em casa, voltar atrás para o ir buscar, pondo em causa um compromisso importante.


Original em: Mulher.sapo
Texto: Sofia Cardoso com Ana Cristina Almeida (psicóloga clínica e directora clínica da Clínica Psicronos em Lisboa), Cláudia Sousa (psicóloga clínica no Instituto Cuf) e Fernando Mesquita (psicólogo clínico e sexólogo)

terça-feira, abril 01, 2014

Fobias Sexuais



Quando sentimos um medo intenso e muitas vezes irracional diante de alguma situação ou objeto específico, costuma-se dizer que sofremos de uma fobia. Existem dezenas de fobias identificadas pelos especialistas, e claro que o aspecto sexual não escapa deste transtorno. Muitas pessoas sentem medo perante diferentes situações íntimas que costumam deixá-las em estado de alerta, mas às vezes elas têm dificuldade em perceber que existe um problema. Veja algumas destas fobias e em que consistem:

Erotofobia, medo do sexo ou de falar dele
Por mais estranho que possa parecer, a erotofobia é uma das fobias sexuais mais comuns que existem. Trata-se de um grande medo de abordar qualquer tema relacionado com o sexo e, em casos mais extremos, inclusive de praticar sexo. Esta fobia pode ter origem numa educação repressiva na qual o tema sexual era considerado algo ruim ou um tabu. Quem sofre desta fobia bloqueia-se diante de situações eróticas, o que impede que pratiquem ou que desfrutem do sexo.

Disabiliofobia, medo de se despir
É claro que nosso aspecto físico influi de maneira notável em como nos sintamos mais ou menos confortáveis sem roupa. Todos nós sentimos alguma vez medo ou vergonha de nos despirmos e da reação do nosso parceiro, mas quando esse temor nos domina e se torna algo irracional, é possível que se sofra de disabiliofobia. Esta fobia desenvolve-se devido à baixa autoestima vinculada com o nosso corpo, mas representa um problema importante para muitas pessoas que não conseguem ter relações sexuais se não for com a luz apagada ou cobrindo com roupa determinadas áreas do seu corpo.

Medomalacufobia, medo de perder a ereção
Manter uma ereção estável até ao final do coito é, muitas vezes, visto como um elemento-chave no sexo. Mas às vezes a pressão para atingir a resistência sexual desejada faz com que muitos homens comecem a sentir um medo intenso de perder a ereção, conhecido como medomalacufobia. Um dos problemas associados a este medo é a frustração que gera, ao mesmo tempo que leva muitos homens a automedicarem-se com pílulas para melhorar o rendimento sexual quando não precisam delas.

Homofobia, medo da homossexualidade
Lamentavelmente, de todas as fobias sexuais, esta é uma das mais conhecidas. Trata-se do temor irracional diante dos homossexuais ou diante da ideia de tornar-se homossexual. Além do receio e do temor, esta fobia inclui também uma rejeição importante por esta preferência sexual, que muitas vezes se manifesta através de condutas e agressões verbais ou físicas.

Malaxofobia, medo de amar
Esta fobia, que afeta mais as mulheres do que os homens, pode ter diversas origens, mas consiste basicamente no medo dos jogos eróticos, do flirt, das carícias, das massagens e de todo tipo de contato amoroso. Também conhecida como sarmassofobia, a depender do nível pode não afetar a resposta ao sexo, ou seja, muitos pacientes que sofrem disso sentem prazer durante o coito.

Afenfosfobia, medo de ser tocado
A afenfosfobia é semelhante à anterior, mas não está focada apenas nos jogos sexuais e preliminares ou na paquera, mas no contato de modo geral. Quem sofre desta fobia apresenta um medo intenso de ser tocado em qualquer âmbito, seja em público ou em privado. Esta fobia afeta claramente o desempenho sexual, tornando-se um impedimento importante para o contato.

Falofobia, medo do pénis
A falofobia é um medo que sem dúvida limita de forma importante o contato sexual. Nas mulheres apresenta-se como um temor a ver, tocar ou ter contato com o pénis, enquanto nos homens, algumas vezes pode apresentar-se na forma de um medo irracional diante das ereções. Dependendo do nível, podem apresentar-se ou não encontros sexuais, ainda que com os limites lógicos que determina esta fobia.

O que fazer?
Quer você apresente uma fobia sexual, quer qualquer outro tipo de fobia, é muito importante procurar um terapeuta sexual. Só um especialista poderá ajudar a encontrar a origem do seu medo e trabalhar nisso para superá-lo com sucesso. O sexo e a intimidade são de suma importância para a saúde do casal, por isso não hesite em procurar um médico para encontrar as ferramentas que ajudem a superar esta situação.

segunda-feira, março 03, 2014

Como Sobreviver á Ansiedade...??? Será que EMDR funcionaria neste caso?

Como Sobreviver á Ansiedade!
Análise de um testemunho.

Ao trabalhar com bastante frequência com pessoas que sofrem de ansiedade, muitas vezes cruzam-se referências de artigos científicos e publicações em jornais e revistas. Numa destas trocas de informação com um paciente, ele enviou-me o seguinte link, http://www.publico.pt/sociedade/noticia/sobreviver-a-ansiedade-1621701  acerca de um artigo que ele tinha encontrado sobre ansiedade.
Este artigo do público é um pouco extenso, mas vale a pena ler até ao fim pela clareza da exposição e pela maneira como consegue dar uma noção na primeira pessoa do que é sofrer de ansiedade.
Uma das coisas que mais impressionou neste artigo foi a dificuldade de obter resultados positivos por parte de SCOTT STOSSEL.
Este homem, segundo ele, passou por várias terapias Eis o que já experimentei: psicoterapia individual (três décadas disso), terapia familiar, terapia em grupo, terapia cognitivo-comportamental, terapia racional emotiva e comportamental, terapia de aceitação e compromisso, hipnose, meditação, desempenho de papéis, terapia de exposição interoceptiva; terapia de exposição in vivo, livros de auto-ajuda, massagens terapêuticas, orações, ioga, filosofia do estoicismo e cassetes áudio encomendadas em anúncios infocomerciais de televisão fora de horas.” Cit.
Nesta lista faltam algumas terapias. Uma delas é o EMDR, seria possível que esta terapia tivesse sucesso onde as outras não tiveram? Na minha opinião sim! Eu vou explicar o motivo pelo qual eu acho que vale a pena experimentar efetuar EMDR quando outras terapias não produzem resultados significativos.
O EMDR trabalha em vários níveis simultaneamente. Quando trabalhos determinado evento da vida, procuramos sempre apreender quatro dimensões. As imagens, as emoções, os pensamentos e as sensações. Estes quatro elementos compõem as nossas memórias. E é a partir delas que a nossa perceção do presente se forma.
Dando um exemplo do SCOTT STOSSEL, ele vive em função de evitar uma série de sensações fisiológicas associadas ao sistema digestivo. Ele tentou um método, entre vários, bastante intenso e radical a exposição ao vivo. Este método é bastante eficaz para algumas pessoas… mas lamentavelmente não para todas. Nesta preocupação em particular a terapia EMDR  pode ter uma abordagem um pouco diferente, ao trabalhar os pensamentos de uma forma similar aos eventos traumáticos. Ou seja, trazer simplesmente os pensamentos e as imagens associadas para a memória e efetuar um protocolo básico de EMDR.
O que acontece na maioria dos casos, em que isto é feito, é uma diminuição progressiva das emoções associadas aos pensamentos recorrentes. Mais tarde, com a continuação das sessões em EMDR, o paciente habitualmente reporta uma diminuição drástica dos pensamentos que o preocupavam.
Neste caso do SCOTT STOSSEL, os sintomas são bastante extensos e complexos, o que faz com uma terapia de EMDR tivesse uma duração bastante mais longa que o habitual, mas valerá sempre a pena tentar esta abordagem de psicoterapia quando todas as outras não resultaram.
                Afinal o EMDR é a terapia que mexe com o “hardware”  e com o “software” ao mesmo tempo, isto segundo os estudos comparativos de imagens de funcionamento do cérebro antes e depois da terapia. (como já foi demonstrado em post´s anteriores aqui no Salpicos)


Em breve escreverei mais acerca deste artigo, uma vez que é um testemunho tão completo do sofrimento que muitas pessoas passam no seu dia-a-dia.