sábado, fevereiro 27, 2010

Reforma

Governo quer subir idade da reforma para os 67 anos diz o Diário Digital
O Governo garante que não vai mexer na idade das reformas durante os próximos três anos diz o Correio da Manhã.

Apesar de não conseguir perceber o que irá acontecer, esta questão levantou-me uma outra.

A idade da reforma é avaliada segundo anos de trabalho, mas, há quem trabalhe durante 40 ou 50 a realizar 40 horas semanais. E há quem trabalhe os mesmos anos a realizar 50/60 horas semanais. Nestes casos e considerando 40 anos de trabalho, as 10 horas semanais de diferença passam a fazer mesmo muita diferença.
Nestes casos as coisas não deveriam ser diferentes?

Quem trabalha 10/12 horas por dia chega aos 65/67 anos de idade nas mesmas condições que alguém que trabalhou a um ritmo de 8h/dia ao longo da vida?

Sei que existem condições diferenciadas para alguns profissionais (quem trabalhou por turnos ou para quem tem profissões de risco) mas, e as horas de trabalho?

terça-feira, fevereiro 23, 2010

CONGO: O MATADOURO

Há regiões do mundo que parecem, misteriosamente,  não atrair as atenções dos media. Como se estivessem por detrás de uma pesada cortina de silêncio, enquanto pela calada se vão cometendo as maiores, quase indizíveis, atrocidades.
Nicholas Kristoff, que escreve para o New York Times e para o i, é uma excepção. Os relatos que ele nos faz sobre o Congo são horríveis: milícias que cortam carne das vítimas  ainda vivas e as obriga, a comê-la. Meninas repetidamente violadas ao longo de meses, anos, por bandos de homens, cujos orgãos internos ficam completamente destruídos. Pessoas esventradas diante da família. E fico-me por aqui.
Esta guerra no Congo já ceifou, em 10 anos, quase sete milhões de vida.
Causas: são muitas e complexas, mas passam certamente pela posse do  minério, pelos ódios étnicos, pelas questões nos países vizinhos, como é o caso do Ruanda, que de algum modo também exportou esta guerra.
De que mais será capaz o homem? Lemos e pasmamos perante tais níveis de  crueldade.
Que fazer?

domingo, fevereiro 21, 2010

Leitura Interessante!


Cada Vez mais os formatos dos livros estão a mudar!

Com as novas tecnologias os autores estão a conseguir difundir mais facilmente os seus trabalhos, mas isto não quer dizer que consigam mais facilmente recompensas financeiras.


Como exemplo disto deixo em baixo um livro escrito sob a forma de blog:

Espero que apreciem!


Isabel é a serialização em blog de um romance de linguagem bem escolhida mas não erudita e conta a história de Vicente Vaz, um jovem idealista professor de Francês que acabou de ser pai. Vicente está dividido entre as suas obrigações de pai, de professor, de marido num casamento infeliz e as mágoas de um amor passado revividas através de um livro de um autor misterioso ao qual ele tem uma ligação inexplicável…
Para ler este romance do princípio, por favor comecem em http://vicentevaz.blogspot.com/2008/10/captulo-i-parte-1-renascimento.html e continuem através do arquivo do blog (http://vicentevaz.blogspot.com/).


VOANDO SOBRE AS ONDAS A CAMINHO DA VITÓRIA


O veleiro de regata, o BMW Oracle, voando sobre sobre as ondas, na Taça da América, que decorreu em Valência.
A vela deste  barco tem menos dois metros do que a ponte 25 de Abril!
Vale apena googlar o barco e a regata - as imagens são lindíssimas e distraem-nos um pouco das desgraças que por cá vão sucedendo. A mais recente tragédia na Madeira faz-nos pensar como somos (ainda?) frágeis perante as forças da natureza.


O poder da comida - obsidade infantil

O chefe Jamie Oliver's apresenta uma comunicação nos Ted Talks chamando a atenção do público para o perigo de estarmos na terceira geração (em Portugal penso que devemos estar na segunda ou até mesmo ainda na primeira) em que as crianças não aprendem a cozinhar em casa com a sua família. As crianças não desenvolvam as competências mínimas de cozinha e tornam-se adultos incapazes de cozinhar os pratos mais simples e transmitem essa ignorância aos seus próprios filhos.

Incapazes de cozinhar as famílias viram-se cada vez mais para a comida de plástico, gerando um problema de saúde publica de enorme gravidade (obesidade, doenças coronárias, etc.) e com custos sociais (financeiros e não só) de proporções gigantescas e que tende a aumentar a cada ano que passa.

Jamie apela a que se ensine a cozinhar na escolaridade obrigatória. Diz ele: "Nenhuma criança deveria de sair da escola sem saber cozinhar pelo menos 10 pratos elementares".

Um apelo e um ponto de vista que vale a pena ouvir e ver.


sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Ciclo de Psicoterapia regressa à Almedina do Atrium Saldanha



Ciclo de Psicoterapia regressa à Almedina do Atrium Saldanha no dia 22, segunda-feira , pelas 19:00 horas

Na próxima segunda-feira, dia 22 de Fevereiro, pelas 19:00 horas, regressa à livraria Almedina do Atrium Saldanha, o ciclo de PSICOTERAPIA que durante cinco sessões abordará algumas das principais correntes da Psicoterapia contemporânea, com especialistas que mostrarão a sua visão e as suas experiências.

Com moderação do Dr. Thomas Riepenhausen, a primeira sessão será dedicada ao tema «Comportamentalista», com a presença do Dr. Afonso de Albuquerque (Psiquiatra, ex-director do Serviço de Psicoterapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos) e da Dra. Catarina Soares (Psicóloga clínica, directora do Serviço de Psicoterapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos).

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Rei Édipo no Teatro Nacional D. Maria II





18 de Fevereiro « 28 de Março

O "Não" é necessário, mas o Amor essencial.

Foi aqui colocado um post sobre a necessidade do "Não" na educação das crianças. Concordo totalmente, mas (inspirada num texto* de Coimbra de Matos) acrescento. O "Não" é necessário mas o Amor é o fundamental.

Como diz o autor:

"(...) tudo começa e se mantém pelo amor - incondicional e não cobrador - dos pais/educadores para os filhos/discípulos; desde o nascimento ao fim da adolescência. Pensar o contrário é não reconhecer os direitos da infância. Mais nada.
Continuar a insistir nas obrigações das crianças mais não é do que alimentar a tirania dos adultos.
Queremos um mundo de pessoas que cresceram com amor e em razão do amor; e não um mundo de pessoas (não-pessoas) que medraram sob o medo e pela pressão da culpa. Só assim teremos um mundo onde vale a pena viver.
À velha recomendação que «de pequenino se torce o pepino» deve substituir-se o lema de que «para crescer é preciso envolver». Como diz Francine Ferland (...) «Nunca amamos excessivamente uma criança»."


Dizer "Não" é conter e proteger através dos limites. "Não", não significa tirania, controlo e sobretudo não significa privação de qualquer espécie, muito menos de Amor.


*in "Vária: Existo porque fui amado" António Coimbra de Matos - 2007.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Crazy Like Us: The Globalization of the American Psyche


Ethan Watters é o autor deste livro, que aborda a forma como as categorias psicopatologicas oriundas e difundidas nos Estados Unidos chegaram a novos povos e culturas e onde é analisado o impacto positivo e negativo desta forma de aculturação.

From Publishers Weekly
If you thought McDonald's and strip malls were the ugliest of America's cultural exports, think again. Western ideas about mental illness-from anorexia to post-traumatic stress disorder, schizophrenia, general anxiety and clinical depression-as well as Western treatments have been sweeping the globe with alarming speed, argues journalist Watters (Urban Tribes), and are doing far more damage than Big Macs and the Gap. In this well-traveled, deeply reported book, Watters takes readers from Hong Kong to Zanzibar, to Tsunami ravaged Sri Lanka, to illustrate how distinctly American psychological disorders have played in far-off locales, and how Western treatments, from experimental, unproven drugs to talk therapy, have clashed with local customs, understandings and religions. While the book emphasizes anthropological findings at the occasional expense of medical context, and at times skitters into a broad indictment of drug companies and Western science, Watters builds a powerful case. He argues convincingly that cultural differences belie any sort of western template for diagnosing and treating mental illness, and that the rapid spread of American culture threatens our very understanding of the human mind: "We should worry about the loss of diversity in the world's differing conceptions of treatments for mental illness in the same way we worry about the loss of biodiversity in nature."

Copyright © Reed Business Information, a division of Reed Elsevier Inc. All rights reserved.

DESIGN E BEM-ESTAR


Mãozinha amiga, muito amiga, fez-me chegar esta imagem de uma clínica de psicoterapia em Tóquio, design da firma Nendo (vénia...).
Aquilo que parecem ser portas, são pinturas nas paredes (trompe l'oeil). As pessoas, terapeutas e clientes, entram e saem das salas através de portas embutidas em estantes e paredes, quase invisíveis, e que deslizam. É a inversão da noção tradicional da neutralidade fria que impera em alguns destes espaços. Devo dizer desde já que não é o caso das instalações da Psicronos na João Crisóstomo, em Lisboa, de design moderno e refinado, mas noutra linha (mais pub-style).
À at. da nossa directora clínica, que sei que gosta do bom gosto, perdoe-se-me o pleonasmo.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Os emails da Ordem dos Psicólogos...

Partilho convosco o email que recebi da Ordem dos Psicólogos... tirem as vossas conclusões, façam as vossas interpretações, visões, projecções...
Quanto a mim, mais parece um email tipificado da dita "old school" da função pública (salvaguardando que nada tenho contra a função pública)... um email impessoal, e quase que proíbitivo... "por favor não nos liguem nem nos batam à porta porque estamos cheios de trabalho"! Ou seja, qualquer dúvida o site responde, ou então se nos tentar ligar... houve apenas um sinal de ocupado!!


quinta-feira, fevereiro 11, 2010

O Não também ajuda a crescer


Ontem ouvi na rádio que este livro "O não também ajuda a crescer" de uma psicóloga espanhola Reys estava a ser um sucesso em Espanha.


Sobre este assunto deixo-vos umas palavras do pediatra Brazelton:


"uma criança que não é disciplinada não se sente amada. E disciplinar é ensinar uma criança a controlar-se a si própria. Este auto controlo vai permitir que a criança desenvolva sob três elementos importantes na construção da sua personalidade: auto-estima, altruísmo e a sede de conhecimento. Uma criança aprende a sentir-se bem com ela própria, a gostar de si. Depois, sentindo-se confiante, é capaz de se preocupar com os outros. Por fim essa estabilidade emocional dá-lhe inteligência e apetência para aprender. A motivação pelo conhecimento é construída com o afecto e na interacção com os pais"

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Think before you post

Comemora-se hoje o DIA EUROPEU da INTERNET SEGURA, com o lema: Think before you post

Deixo-vos um link onde podem ter acesso a alguns conselhos:

http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=22&codnot=33

É bom pensarmos nestas questões, quanto mais não seja para ensinar os nossos adolescentes a se protegerem, pois vivem na internet. É importante que se saibam defender. O bullying e o assédio sexual por intermédio das novas tecnologias está em crescendo.

domingo, fevereiro 07, 2010

Plataforma informática para tratamento clínico de fobias

Neste artigo do Publico - http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/laboratorio-do-porto-desenvolve-plataforma-informatica-para-tratamento-clinico-de-fobias_1421445 é referido o desenvolvimento de uma plataforma informática que irá, tanto quanto percebi, simular a exposição ao vivo em determinados contextos fóbicos.

Esta plataforma poderá ser um instrumento muito útil para os colegas de cognitivo-comportamental. É sempre interessante ver as novas aplicações tecnológicas ao serviço da saúde mental.

Esta plataforma foi desenvolvida pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Universidade Fernando Pessoa. Este laboratório tem vindo a fazer um trabalho bastante interessante e inovador.

Controvérsias em relação à Ordem dos Psicólogos

Alguns colegas estão a assinar uma petição que se opõe a algumas exigências da recém-criada ordem dos psicólogos.

Leia mais em http://www.ionline.pt/conteudo/45544-psicologos-peticao-contra-inscricao-obrigatoria-na-ordem-conta-ja-com-800-assinaturas

sábado, fevereiro 06, 2010

Trauma e EMDR


O trauma é um acontecimento experienciado subjectivamente com grandes níveis de ansiedade e stress. Todos nós já passámos por situações semelhantes, com maior ou menor gravidade (subjectiva).
A vivência de situações traumáticas deixa muitas vezes sequelas psicológicas que causam sofrimento e perturbam o "normal" funcionamento diário. O exemplo típico é a "Sindrome de Perturbação de Pós-stress Traumático", conhecida pela sua presença em alguns ex-combatentes de guerra. Associado ou não a esta sindrome podem surgir sintomas como a irritabilidade, flash-backs, perturbações do sono, pensamentos intrusivos, etc.

O tratamento das sequelas destes acontecimentos vivenciados com grande stress era, até há duas décadas atrás, relativamente difícil de tratar, exigindo grande esforço emocional por parte da pessoa vítima de trauma e muitas vezes exigia um tratamento a médio/longo prazo.

Em 1987 começou a ser desenvolvido nos Estados Unidos um método inovador de tratamento de várias perturbações psicológicas, com especial destaque para os traumas - o EMDR. O EMDR (Rapid Eye Movement Desensitization and Reprocessing, em português, "dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares") é uma forma de psicoterapia que, pelas peculiaridades da sua prática, apresenta um nível de eficácia muito elevado, num número reduzido de sessões.

Muito brevemente, a sua técnica mais inovadora e característica, consiste na estimulação bilateral - por exemplo, seguir com os olhos um alvo que se move de um lado para o outro. Observa-se que esta estimulação ocular, em associação com a revivência corporal, cognitiva e emocional do trauma, parece permitir um processamento acelerado da vivência traumática, integrando-a de forma harmoniosa na história pessoal da pessoa. O movimento rápido dos olhos parece activar um processo semelhante ao que se activa espontaneamente na fase REM (Rapid Eye Movements), dos sonhos, durante o sono, e que se pensa ser muito importante no processamento ("digestão cognitivo-emocional") de vivências e memórias.

O sucesso da sua prática levou a que actualmente existam centenas de milhar de terapeutas EMDR espalhados por todo todo mundo (incluido a Psicronos, no nosso país) bem como uma vasta investigação científica oriunda das várias áreas científicas como a psicologia, a psiquiatria, as neurociências...

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

A não Violência e a Educação

No post anterior falei-vos de um factores de risco associados ao Bullying, e acabei por não referir nada acerca do Seminário que se realizou no passado sábado, dia 30 de Janeiro, em Portimão.

Este seminário teve como ponto de partida o dia da não violência e da educação para se poder falar nas questões associadas ao Bullying, mas, acima de tudo, se poder abordar o tema da violência saudável e a sua expressão grupal e daqui podermos extrapolar para as questões associadas ao Bullying, que se assume como um sub-tipo de violência.

Contou com a presença de 3 oradoras pertences à nossa Clínica e outras individualidades de Portugal e Espanha.

Ficou patente, na voz da Drª Ana Almeida que a violência é um impulso natural e que a questão não reside na existência da violência, mas sim na incapacidade de a gerir, controlar e canalizar, pois enquanto a repressão for a única forma de resposta perante esta, ela irá sempre irromper e encontrar novas formas de se fazer sentir.

A violência é, num certo sentido, uma necessidade humana básica e todas as crianças têm que encontrar formas adequadas de a integrar nas suas vidas.

A violência saudável/construtiva é a capacidade de criar rupturas, de construir separações, de afirmar a diferença e fazer opções, é a capacidade de dizer não, de agir em prol de uma mudança, de lutar por uma regalia.

Também foram abordadas as questões inerentes aos grupos, donde a sua dinâmica assenta num cruzar de emoções de uns e doutros e podem ter resultados mais ou menos adequados.

Estas questões são particularmente importantes nas adolescência, pois nos adolescentes a identidade ainda está pouco formada e são facilmente manipuláveis em grupo.

A Drª Clara Pracana ressaltou a necessidade de facilitar e estimular o pensamento dos adolescentes e ajudá-los a construir a sua identidade individual e aumentar o auto-conhecimento e auto-confiança

O Dr. Carlos Poiares alertou também para a questão de que se se cresce sem transgressão, vão fazê-la mais tarde; é fundamental a esta acerdermos e que a saibamos gerir.

No final deste dia intenso e tão rico ficou claro que é a falar de cidadania que podemos combater estes actos, que há uma necessidade de luta e que a escola pode agilizar meios de contenção da violência.

É necessário dotarmos as nossas crianças e jovens, e até alguns adultos, de capacidades para lidarem com o insucesso; serem capaz de tolerar a violência e transformá-la em violência construtiva.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Superprotecção - (ionline)


Ainda de "resseca" do seminário ocorrido no passado sábado em Portimão com o tema "Bullying, a não violência e a educação", o qual foi um sucesso com uma adesão massiva por parte dos participantes e deixando perceber o quanto este tema inqueta pais, professores, educadores, auxiliares de acção educativa...


Hoje ao ler uma notícia no ionline, lembrei-me do seminário, pois esta notícia fala de uma educadora que lançou um livro chamado: "Crianças: o perigo é bom e recomenda-se" (para mais pormenores leiam a notícia)




Para além de toda a polémica, o que aqui quero ressaltar é o facto da superprotecção dos pais ser um dos factores de perigo associados ao bullying..


Para além de se poder repercutir noutros aspectos da personalidade


quinta-feira, janeiro 28, 2010

Haiti

A ternura e o amor chegam a todos os palcos, mas chegam a sobrepor-se ao cenário?


Foto retirada da fotogaleria do Público com seguinte descrição:
Uma das fotografias favoritas de Barria. Entrevistado pelo “Independent”, o fotógrafo descreve: “Não prestei muita atenção à fotografia naquela altura. Há uma quantidade inacreditável de fumo, mas apesar de quase tudo à volta parecer horrível, há qualquer coisa acerca da forma como eles dão as mãos que simplesmente faz com que a fotografia resulte. De certa forma, é um momento terno”