Foi lançada à relativamente pouco tempo, uma revista de Psicologia para o grande público, ou seja, para um público não especializado. É inédito no nosso país, se bem que seja já vulgar em muitos outros países. É uma psicologia “light”, mas que não perde o rigor científico. Os temas tratados em cada número são vastos e a própria revista está organizada por secções temáticas. Infelizmente o site da revista continua em construção. É de notar que está nesta situação desde o lançamento da revista, e que não são apresentadas previsões quanto a quando ficará pronto. De qualquer forma aqui fica o endereço: www.psicologiaactual.com.
No último número contribuí com um pequeno artigo sobre o envelhecimento. Pretendia chamar a atenção para a necessidade que todos nós, independentemente da nossa idade, temos de “preparar” o nosso envelhecimento. Envelhecer é sempre algo que nos apanha desprevenidos mas, se estivermos atentos, podemos detectar os primeiros sinais e fazer um esforço para nos adaptarmos ao envelhecimento. Notem que digo, adaptarmo-nos ao envelhecimento e não deixarmo-nos esmagar por ele.
Envelhecer é sempre muito complicado por mais que queiramos “colorir o quadro”. Envelhecer está inevitavelmente associado à ideia de perda e perder algo ou alguém (mesmo que seja perdermos a nós próprios, ou uma certa imagem que temos de nós) é um verdadeiro murro no estômago que nos deixa atordoados. Não há forma, por mais fantástico que isso nos pudesse parecer, não há forma de impedir o envelhecimento, o melhor que conseguimos e para isso gastamos milhões, é retardar o envelhecimento.
1 comentário:
Sem dúvida que as palavras de Bettelheim se adequam, como de resto se adequam a praticamente todas as dimensões da nossa vida. Concordo plenamente com o trabalho de «preparação para o envelhecimento» que definiu. No meu entender, o processo de involução acarreta de forma quase inevitável uma degradação progressiva do amor narcísico, como que uma «demência narcísica», concomitante e corolário das perdas que se acumulam com os anos... e embora estas perdas sejam multidimensionais, penso que adquirem impacto esmagador quando as percepcionamos como uma «degradação» (perdoem-me a pouca estética do termo...) de nós próprios. E é para esta lenta «degradação» que todos caminhamos, e para a qual nos devemos preparar.
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