Em 1533 o embaixador francês Jean de Dinteville encomendou ao pintor alemão Hans HOLBEIN o duplo retrato dele próprio e de Georges de Selve. Esta obra, talvez a mais conhecida de Holbein, é referida por Julia Kristeva numa entrevista de 1993. Nela Kristava diz apreciar muito Holbein. E diz também que todoos os retratos de Holbein são de pessoas deprimidas. Kristeva liga a depressão a uma ferida narcísica antiga que terá a ver com a impossibilidade, numa fase muito inicial da infância, de a mãe constituir um objecto.
Revejam a pintura de Holbein e os dois homens que nela figuram, conhecidos pelos “Embaixadores”. A forma oblonga, em baixo, será a de um crâneo – a lembrar a transitoriedade da vida e a inevitabilidade da morte.
Os dois homens representados têm 25 e 29 anos! Não sei o que impressiona mais, se os objectos que os rodeiam e que comunicam o amplo leque de interesses destes dois homens da Renascença, se o ar pesado, de uma gravitas que só vemos hoje em dia em pessoas de uma idade (muito) madura. Sabemos que, nos nossos dias, a adolescência se prolonga cada vez mais, nalguns casos para lá dos 30…
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3 comentários:
Olá Clara,
Excelente post! Mto obrigado.
Não conhecia a quadro nem o interesse de kristeva na obra de Holbein.
Tanto quanto sei kristeva interessou-se profundamente pela obra de M. Klein, a ideia da depressão organizar-se em torno de uma ferida narcísica antiga relacionada com a impossibilidade, numa fase muito inicial da infância, de a mãe constituir um objecto, é muito interessante; mas o que é isso de constituir o outro?
Também fiquei impressionada com a gravidade e com os cargos ocupados em idades "tão jovens".
acho que já li isto noutro lado qualquer mas deve ser impressão minha.....
Caro anónimo,
é bom sinal que tenha lido. Isso quererá dizer que as pessoas já começam a frequentar o blog da AP (Assoc. Port. de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica) a que chamámos Falas Públicas (blogspot.com). Também escrevo lá (com o meu nome).
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