quarta-feira, outubro 03, 2012

DE GAZELA A GISELA(E)

Há já alguns dias que tenho estado para escrever este post, e agora senti o repto, através do assunto levantado pelo post da minha cara colega Alexandra.
Em consulta com adolescentes, especialmente do sexo feminino, somos levados a debater e desvendar muitos conflitos e complexos relacionados com a esfera corporal; não fosse esta uma fase de afirmação, e, como tal, a aparência física um dos seus expoentes máximos.
Ainda outro dia uma jovem dizia-me como se sentia infeliz, maltratada pelos colegas, inferiorizada, pois todas as outras jovens eram mais bonitas e com curvas e ela era uma vara de tão magra, lisa e alta, o que levava que fosse apelidada de gazela.
Por entre os seus longos cabelos, humedecidos pelas lágrimas, conseguiamos ver o seu rosto delicado, lábios bem delineados, carnudos e uns olhos verdes e grandes. Ora, com uma descrição destas, pensamos, possui todos os atributos para chegar a uma carreira promissora no mundo da moda.
A sua alta estatura era contrariada por uma postura incorreta, defensiva, tentando ao máximo diminuir uns centímetros para se tentar igualar aos demais da sua idade.
Vale pensar que a adolescência é um período muito conturbado e difícil na vida dos adolescentes (mais em especial nuns que noutros) e que devemos trabalhar com eles estas questões de identidade e identificação, promovendo sempre a diferença e fazendo-os perceber que essa pode ser uma mais valia.
Ora em cada top model existem relatos de que se sentiam diferentes, feias, magras e que todos estes atributos tinham conotações negativas, mas anos mais tarde o que parecia assustador se transforma em atributos verdadeiramente apetecíveis e é essa diferença que é procurada.
Portanto vale trabalhar com estes jovens que tudo é uma questão de perspetiva e promover a sua capacidade de libertação desta espiral destrutiva e corrosiva.

Este assunto acerca da diferença pode ser aprofundado em dois post´s por mim escritos

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