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quinta-feira, fevereiro 13, 2014

O CÉREBRO DOS ADOLESCENTES

Neste TED a neurocientista Sarah-Jayne Blakemore troca o funcionamento do cérebro por miúdos e ajuda a explicar alguns comportamentos típicos da adolescência com base no desenvolvimento do cérebro.

Fala-nos da influência do córtex pré-frontal na tomada de decisões, no planeamento, na inibição dos impulsos e na consciência de si e dos outros. Aborda ainda o desenvolvimento do "cérebro social" e na forma como o contexto propicia respostas automáticas instintivas, a capacidade de ler as emoções dos outros e de avaliar o seu ponto de vista.

Por que razão os adolescentes se colocam mais em risco, porque é que têm dificuldade em colocar-se no lugar do outro (principalmente dos pais!), porque procuram a recompensa e têm dificuldade em adiá-la?

Termina com uma reflexão sobre a importãncia do conhecimento do cérebro na educação (parental e escolar) e no tratamento dos adolescentes. Lança ainda a questão: Porque não aproveitar o lado aparentemente mais negativo da adolescência para potenciar a aprendizagem e a criatividade?

Vale a pena ver:

http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/sarah_jayne_blakemore_the_mysterious_workings_of_the_adolescent_brain.html

Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta

http://www.psicronos.pt/consultas/neuropsicologia_17.html



sexta-feira, novembro 01, 2013

"Terapia, para quê, se não posso mudar o passado...?!"- Cérebro e EMDR




Para que serve a Psicoterapia se nem o terapeuta, nem o paciente podem mudar o passado? Esta é uma questão várias vezes levantada e a sua resposta permite perceber como pode ser útil e quais os limites de uma psicoterapia.

Frequentemente as pessoas que procuram uma psicoterapia tiveram experiências no passado que as marcaram de uma forma pesada e problemática. A questão está no que podemos então fazer em relação a esse passado que não pode ser alterado.
A primeira resposta a esta questão é: nada! Se o passado não pode ser alterado o primeiro passo consiste em tentar aceitá-lo, compreendê-lo e digeri-lo.

Ou seja, a questão não está tanto em agir sobre o passado (tarefa impossível e vã) mas sim na nossa relação com esse mesmo passado: o modo como organizamos as memórias desse passado. Na verdade o passado não existe (já passou!) a não ser sobre a forma como estão registadas na nossa memória. Este registo de memórias, longe de ser um processo objetivo e fatual, é um processo seletivo, ativo, construtivo e idiossincrático. Envolve uma constante seleção, interpretação e integração de memórias por forma a forjar uma narrativa sobre quem somos, o valor que temos, as capacidades, os princípios, etc. Deste modo, não percebemos e formamos memórias do mundo como ele realmente é, mas antes, criamos o que conhecemos e experienciamos através de processos mentais ativos e construtivos.

No entanto, outra objeção pode surgir: "mesmo que nós tenhamos um papel fulcral na construção do nosso passado, o que é certo é que ele fica gravado sobre a forma das memórias que forjámos. Mesmo que sejam memórias tendenciosas, o que é fato é que, a partir do momento em que ficaram gravadas, adquirem um estatuto de realidade". A este nível foi feita recentemente uma descoberta no campo da neuro-psicologia que demonstra ser possível o que sempre se pensou impossível: a eliminação e transformação completa de memórias de longo-termo de condicionamento emocional.

Um exemplo simples consiste na morte de um ente querido, fato da vida real que ninguém pode alterar. No entanto, uma pessoa pode ficar profundamente traumatizada e deprimida com esse fato do passado, enquanto outra pode sofrer a perda de uma forma que lhe possibilita fazer o luto saudável da mesma (aceitar a perda e estar disponível para voltar a investir afetivamente). Ou seja, a morte de um ente querido pode ficar gravada de uma forma catastrófica que assombra e contamina toda a visão do mundo da pessoa, ou ir sendo "digerida", "processada" de forma a que deixe de ser intolerável ao sujeito e passe a ser apenas uma memória do passado. 

Pode-se dizer que a patologia ou sofrimento psicológico, surge quando é o passado que molda mais a pessoa, do que a pessoa a moldar o passado (e por conseguinte e mais importante, o presente-futuro).

                                               

A terapia EMDR destaca-se por estimular a reintegração e desbloqueio das memórias disfuncionais influindo direta e psico-fisiológicamente nas mesmas através da estimulação bilateral. Esta pode ser feita através de:

       - Movimentos oculares – processamento e integração das memórias problemáticas à semelhança da   fase REM (Rapid Eye Movements) do sono.
       - Taping
       - Estimulação auditiva 

As reações provocadas no organismo pela estimulação bilateral contribuem para: 

    - Um descondicionamento causado por uma resposta fisiológica de relaxamento. 
    - Uma mudança no estado cerebral, aumentando a ativação e fortalecimento de associações fracas.
    - Uma otimização da atenção e capacidade de processamento da informação criada pelo foco de atenção dual (ao estímulo percetivo-sensorial e ao trauma passado), induzindo um estado de “mindfullness”, uma resposta de orientação para a novidade ou outro tipo de fenómeno benéfico.

Deste modo, o EMDR apresenta-se como uma Psicoterapia poderosa na transformação e procesamento destas memórias problemáticas do passado.

terça-feira, outubro 15, 2013

Lado direito e lado esquerdo do cérebro. O que dizem de nós?

Vale a pena ler o artigo escrito por Carla Mateus com o olhar profissional das neuropsicólogas Clara Conde e Joana Rodrigues Rato.

Siga o link para ler o artigo completo.




http://saude.pt.msn.com/mentesa/o-cerebro/item/2726-ladodireitoeladoesquerdodocerebrooquedizemdenos

segunda-feira, agosto 12, 2013

Não basta saber, é preciso saber comunicar

Este pequeno video do Dr. Dan Seigel sugere a utilização da mão para representar o cérebro e a forma como podemos regredir ao tal cérebro do lagarto, o sistema límbico (ver meu post sobre as tribos). Genial do ponto de vista comunicacional!

http://www.youtube.com/watch?v=DD-lfP1FBFk

 

segunda-feira, junho 17, 2013

HIPERATIVIDADE: QUANDO O DIRETOR ADORMECE

A neurofisiologia e neuropsicologia da PHDA continuam a ser amplamente estudadas, através de técnicas como a Ressonância Magnética, a Ressonância Magnética Funcional, a Magnetoencefalografia e a corrente sanguínea cerebral. Têm sido encontradas, de forma consistente, várias alterações estruturais e funcionais, essencialmente ao nível do funcionamento pré-frontal:

  • Metabolismo mais baixo nas regiões pré-frontais em tarefas de sustentação da atenção;
  • Anomalias nas áreas corticais frontais direitas, nos gânglios da base (particularmente no núcleo caudado), no corpo caloso e no cerebelo;
  • Volume cerebral mais reduzido, menor volume de substância branca global e parieto-occipital posterior;
  • Padrões atípicos do fluxo sanguíneo cerebral, especificamente em áreas corticais pré-frontais, durante o período de repouso;
  • Fluxo sanguíneo diminuído no córtex pré-frontal lateral direito, em ambas as áreas orbitais do córtex pré-frontal e no cerebelo;
  • Aumento do fluxo em regiões corticais posteriores, como o córtex parietal superior e o córtex parieto-occipital esquerdo.

Em síntese, parece existir um distúrbio de hipofrontalidade (baixa ativação do córtex pré-frontal), que envolve também estruturas subcorticais, especificamente os gânglios basais e o cerebelo.

Trocando por miúdos, o córtex pré-frontal é uma espécie de “comando cerebral”, que regula a ação e inibe ou desinibe determinadas respostas. O que se passa na PHDA é que este comando parece estar adormecido, falhando na inibição dos impulsos (daí a agitação). O vídeo que se segue traz-nos uma representação interessante do que se passa no cérebro de um indivíduo com PHDA, como se fosse um filme sem diretor:


Uma vez que os lobos frontais são as últimas áreas do cérebro a desenvolver-se completamente, os sintomas hiperativos poderão ser, em parte, devidos a um atraso maturativo no desenvolvimento dos mecanismos inibitórios. Por outro lado, alterações do funcionamento pré-frontal estão também envolvidas em grande parte dos quadros psicopatológicos. Assim, é importante esclarecer se se trata de uma agitação própria de uma mente e de um corpo ainda pouco amadurecidos, de alterações da saúde mental ou de PHDA propriamente dita.

Continuaremos a desenvolver o tema para que possamos aprofundar estas diferenças.

terça-feira, agosto 14, 2012

CONDUZIR E ESCREVER SMS: (IN)CAPACIDADE MULTITASKING?


Muito se fala sobre os riscos de falar ao telemóvel e, sobretudo, de ler/escrever mensagens enquanto se conduz. Mas grande parte das pessoas insiste em desafiar a capacidade do cérebro para gerir diferentes tarefas em simultâneo.

Segundo os investigadores, o “multitasking” é facilitado se houver dois estímulos diferentes, como ver e ouvir, em detrimento de estímulos do mesmo tipo, principalmente visual.

Conforme pode ler-se no artigo que sugerimos, um estudo evidenciou o declínio do desempenho dos sujeitos perante duas tarefas visuais: concentrar-se nas imagens do computador enquanto escreviam mensagens, havendo uma sobrecarga visual. O desempenho piorou também na tarefa em que falavam ao telefone enquanto observavam as imagens (dois estímulos diferentes: auditivo/sonoro), mas não tanto como na situação em que se deparavam com duas tarefas visuais.

O mais preocupante é que, em ambas as situações, os sujeitos consideraram ter tido um bom desempenho, apesar do declínio de 50% e 30% nas duas tarefas, revelando uma perceção distorcida do desempenho real.

Vale a pena ler e refletir sobre a tendência humana (e cada vez mais atual) de desafiar os próprios limites e de satisfazer as necessidades e os desejos de uma forma imediata.

Como ouvia há uns anos num programa de rádio “Mais vale perder um minuto na vida, do que a vida num minuto”.


Até Setembro!

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

A CONSCIÊNCIA

http://www.consciousness.arizona.edu/

Confeência sobre o cérebro e a consciência.
Atenção q é com Sir Roger Penrose. Deve ser interessantíssima. Quem puder ir a Estocolmo em Maio...

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Efeitos cerebrais da meditação

Uma equipa de psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) realizou o primeiro estudo sobre a forma como a meditação afecta o cérebro. As conclusões, recentemente publicadas no «Psychiatry Research», referem que a prática regular – até oito semanas – pode levar a alterações consideráveis em determinadas regiões cerebrais, relacionadas com a memória, a autoconsciência, a empatia e o stresse.

Nesta investigação 16 participantes aceitaram praticar diariamente exercícios de meditação (ensinados semanalmente), durante 27 minutos. Respostas a um questionário assinalaram melhorias significativas, comparativamente às semanas anteriores. A análise das imagens por ressonância magnética mostrou uma evolução na massa cinzenta, localizada no hipocampo – zona cerebral implicada na aprendizagem, memória, estruturas associadas à autoconsciência, compaixão e introspecção.

Verificaram ainda uma diminuição da massa cinzenta na amígdala cerebral, o conjunto de núcleos neuronais nos lobos temporais, relacionados com a diminuição do stresse. Contudo, nenhuma destas
alterações foi observada no grupo de controlo dos restantes voluntários, ou seja, nos que não praticaram meditação.

Segundo o grupo de investigação, os resultados mostram a plasticidade do cérebro e como, mediante a meditação, este se molda e altera, de forma a aumentar o nosso bem-estar e a nossa qualidade de vida. Os avanços abrem portas para novas terapias para pacientes que sofram graves problemas de stresse e stresse pós-traumático, por exemplo.

Para mais informações:

domingo, maio 16, 2010

"É PROIBIDO PARAR DE PENSAR" ent. com A. Castro Caldas

Recomendo absolutamente a leitura da entrevista que Alexandre Castro Caldas deu ontem ao jornal i e que pode ser lida online em:

http://www.ionline.pt/conteudo/60024-alexandre-castro-caldas-tocar-um-instrumento-e-muito-util

Fala da educação, das crianças, da escola, da aprendizagem, do cérebro, da memória, da música, da socialização, da inteligência, da doença, da morte. Homem de uma imensa sensibilidade e sabedoria, Castro Caldas faz (nos) a ponte entre as neurociências e a vida.