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segunda-feira, maio 26, 2014

DEIXAR A FRALDA DURANTE O DIA


Deixar as fraldas e aprender a usar a casa de banho é um grande passo no desenvolvimento da criança. Se para algumas crianças é um passo fácil, para outras é um desafio que implica muita paciência dos pais!


Até aos 2 anos, raras são as crianças que conseguem reconhecer a necessidade de ir à casa de banho e responder de acordo com isso. Assim, iniciar o treino prematuro poderá trazer apenas frustração e ansiedade. Não existe uma altura certa, pois cada criança tem um ritmo diferente, mas espera-se que entre os 18 e os 36 meses esteja preparada para deixar a fralda. Seguem alguns sinais de que chegou a altura:

  • Manifesta curiosidade e interesse em ver os pais/irmãos na casa de banho
  • Tem a fralda seca por mais de duas horas e/ou após a sesta
  • Manifesta desconforto no uso das fraldas, procurando tirá-las, sobretudo depois de as sujar
  • Revela consciência, avisando antes, enquanto faz as necessidades ou logo a seguir
  • É capaz de ficar sentada na mesma posição durante cerca de 5 minutos.


Se vai usar a sanita, precisará de um degrau e de um adaptador. No entanto, a maior parte das crianças tem medo de cair pela sanita ou de ser sugada juntamente com a urina e as fezes, pelo que costuma ser bastante mais tranquilizador o uso do bacio. Por outro lado, o bacio permite uma posição anatomicamente mais compatível. O bacio pode ser usado em qualquer área da casa, mas usá-lo no WC permite ir antecipando a passagem para a sanita.

Ficam algumas dicas que ajudam a deixar a fralda e a fazer o treino do uso da casa de banho:

  • Começar a falar da ida à casa de banho, aproveitando os momentos em que a criança revela curiosidade e observa os pais, por exemplo
  • Dizer que já não vai precisar de usar as fraldas quando começar a ir à casa de banho
  • Encorajar a criança a sentar-se no bacio enquanto a mãe ou pai estão sentados na sanita
  • Incentivar a criança a pedir ajuda quando sente que precisa de fazer xixi
  • Deixar de colocar a fralda durante o dia, exceto à hora da sesta
  • Vestir a criança com roupas fáceis de despir
  • Perguntar de tempos a tempos se precisa de ir à casa de banho, tranquilamente e sem pressionar
  • Dar alguma privacidade à criança, mas mostrando que está por perto para ajudar e limpar
  • Não forçar a criança a ficar períodos prolongados no bacio ou na sanita, para evitar que se sinta castigada
  • Tornar o momento divertido, cantando ou lendo uma história enquanto está no bacio ou na sanita
  • Sensorialmente, a fralda pode dar algum conforto, pelo que numa fase inicial pode colocar a fralda no bacio ou na sanita
  • Ensinar a criança a lavar as mãos sempre que vai à casa de banho
  • Elogiar a criança sempre que avisa que precisa de ir à casa de banho, mesmo que não chegue a tempo
  • Estar preparado/a para acidentes e ter paciência!
  • Reforçar a criança mesmo quando acontecem descuidos. Para aprender a andar, também precisou de cair algumas vezes.
  • Manter-se relaxado/a! O treino de controlo dos esfíncteres não acontece de um dia para o outro. Demasiada pressão ou castigos e repreensão aumentarão a ansiedade da criança e, consequentemente, a probabilidade de haver descuidos e de passar a haver aversão relativamente ao uso da casa de banho.
  • Preparar-se para possíveis acidentes e/ou regressões quando a criança já parecia dominar a ida à casa de banho. Alterações da rotina ou fatores ansiogénicos podem provocar maiores descuidos.


Raros são os casos em que a criança “faz de propósito” e estes merecem observação psicológica e avaliação da dinâmica familiar, para averiguar qual a mensagem que a criança está a tentar passar.

Deixar a fralda é um desafio! Às vezes anda-se um passo para a frente e dois para trás. Também aqui a criança está a aprender os seus próprios limites e precisa de se sentir reforçada para conseguir usá-los da melhor forma.


Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
https://www.facebook.com/alexandrabarros.psicologia






quinta-feira, fevereiro 20, 2014

SEXUALIDADE INFANTIL (I): SOCORRO, O MEU FILHO MASTURBA-SE!

A descoberta da masturbação infantil é, para a maior parte dos pais, tanto ou mais chocante que a descoberta que os filhos fazem a propósito da sexualidade dos pais!

A maioria dos pais ficará ainda mais chocada ao perceber que essa masturbação começou muito antes do que pensam. Este é um tema delicado, aliás como quase todos os temas que envolvem a sexualidade, esse eterno tabu, que tende a desencadear muitas questões, angústias e preocupações nos pais. 

É normal? Aceitável? Faz mal à saúde? O que significa? O que fazer?

As crianças descobrem os seus genitais da mesma forma que vão descobrindo as restantes partes do corpo. O facto de estarem cobertos pelas fraldas parece suscitar maior curiosidade e a exploração vai acontecendo, essencialmente a partir do segundo ano de vida, a cada muda de fralda e, mais ainda, quando se inicia o controlo dos esfíncteres. Os genitais são uma área bastante sensível e inervada desde muito cedo, pelo que as crianças têm sensações agradáveis quando se tocam numa exploração inicialmente não intencional. Ao perceberem estas sensações prazerosas, tendem a repeti-las. O menino de dois anos pode ter uma ereção e a menina procura introduzir objetos naquele misterioso orifício. Podem estimular-se com os dedos, esfregar-se numa almofada ou num boneco, o que tende a alarmar os pais e a conduzir à desaprovação que aumenta a curiosidade e a excitação em torno desta experiência.

Nesta fase inicial, a busca do prazer sexual prende-se essencialmente com a necessidade de descarregar tensões e de se acalmar, servindo o mesmo propósito que o chuchar no dedo ou o balancear-se. A frequência e a intensidade da masturbação infantil é que poderão ser sinais de alarme, embora a atitude dos pais desempenhe um papel preponderante na forma como evolui o comportamento sexual da criança.

Continuaremos a desenvolver este tema nas próximas semanas. Acompanhe-nos e relaxe!

Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta
Diretora do Departamento da Infância da Psicronos

http://www.psicronos.pt/fasesdavida/bebe_1.html

http://www.psicronos.pt/fasesdavida/crianca_2.html