A descoberta da masturbação
infantil é, para a maior parte dos pais, tanto ou mais chocante que a
descoberta que os filhos fazem a propósito da sexualidade dos pais!
A maioria dos pais ficará ainda
mais chocada ao perceber que essa masturbação começou muito antes do que
pensam. Este é um tema delicado, aliás como quase todos os temas que envolvem a
sexualidade, esse eterno tabu, que tende a desencadear muitas questões,
angústias e preocupações nos pais.
É normal? Aceitável? Faz mal à saúde? O que
significa? O que fazer?
As crianças descobrem os seus
genitais da mesma forma que vão descobrindo as restantes partes do corpo. O
facto de estarem cobertos pelas fraldas parece suscitar maior curiosidade e a
exploração vai acontecendo, essencialmente a partir do segundo ano de vida, a
cada muda de fralda e, mais ainda, quando se inicia o controlo dos esfíncteres.
Os genitais são uma área bastante sensível e inervada desde muito cedo, pelo
que as crianças têm sensações agradáveis quando se tocam numa exploração
inicialmente não intencional. Ao perceberem estas sensações prazerosas, tendem
a repeti-las. O menino de dois anos pode ter uma ereção e a menina procura
introduzir objetos naquele misterioso orifício. Podem estimular-se com os
dedos, esfregar-se numa almofada ou num boneco, o que tende a alarmar os pais e
a conduzir à desaprovação que aumenta a curiosidade e a excitação em torno
desta experiência.
Nesta fase inicial, a busca do
prazer sexual prende-se essencialmente com a necessidade de descarregar tensões
e de se acalmar, servindo o mesmo propósito que o chuchar no dedo ou o
balancear-se. A frequência e a intensidade da masturbação infantil é que
poderão ser sinais de alarme, embora a atitude dos pais desempenhe um papel
preponderante na forma como evolui o comportamento sexual da criança.
Continuaremos a desenvolver este
tema nas próximas semanas. Acompanhe-nos e relaxe!
Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta
Diretora do Departamento da Infância da Psicronos
http://www.psicronos.pt/fasesdavida/bebe_1.html
http://www.psicronos.pt/fasesdavida/crianca_2.html