quarta-feira, junho 27, 2007
Saúde Mental e Envelhecimento
No dia 4 de Julho vai realizar-se um encontro sobre Saúde Mental e Envelhecimento organizado pelo Departamento de Acção Social da Câmara de Lisboa.
O encontro irá decorrer das 10 às 13h e terá o seguinte programa:
10.00 - Saúde Mental e Aspectos Psicogerontológicos
Dr.ª Ana Almeida
Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clínica; Directora
da “Psicronos”; Membro da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.
10.30 – Reabilitação Cognitiva na Demência
Dr.ª Gabriela Álvares Pereira
Unidade de Neuropsicologia de Intervenção do Hospital
Miguel Bombarda; Secretária Geral da Associação Portuguesa de Psicogerontologia.
11.00 – Intervalo
11.30 – Cuidadores Formais e Informais
Dr.ª Ana Margarida Cavaleiro
Psicóloga Clínica; Coordenadora do Núcleo de Formação da
Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de
Doentes de Alzheimer - APFADA
12.00 – Debate
13.00 Encerramento
Eventuais interessados em participar deverão contactar o Departamento de Acção Social pelo telefone 21 394 44 10/11 (a entrada é livre, mas sujeita a inscrição prévia e tem um número limitado de inscrições)
quarta-feira, junho 20, 2007
O bem e o mal simplificado!
Muitas vezes a humanidade deve-se ter perguntado como distinguir as boas acções das más acções. Grandes filósofos escreveram tratados a esse respeito!
Mas mesmo assim o mundo está ir por um caminho que não parece muito certo. As alterações climáticas, as guerras e a fome continuam a assolar o mundo de um modo estranho, quando já há recursos financeiros para alimentar os famintos, reduzir as emissões de Co2 e acabar com as guerras... mas isto ainda não aconteceu porquê?
Será que os nossos governantes não sabem distinguir o bem do mal?
Eu acho que não!
Eles ainda não fazem uma coisa muito simples que é pensar no extremo. Eu explico, se pensarmos em mentir, mas é só uma pequena mentira... nada de grave! Se levar-mos o acto da mentira ao extremo seremos mentirosos, manipuladores e até poderemos ostentar o título de perturbação de personalidade (seguindo a lógica do José Luís Pio Abreu, no livro “como se tornar um doente mental”)
Ora se alguém apanhar um papel do chão, podemos dizer que foi uma boa acção, se o levar-mos a um extremo o que acontece é que o local fica limpo, se levar-mos ainda mais ao extremo o mundo ficará limpo.
Portanto, senhores governantes já não tem desculpa... uma “guerrinha” levada ao extremo leva a muitas mortes, uma pequena fraude leva á corrupção, uma ida ao café de carro leva ao aquecimento global...
Agora é só aplicar este pensamento nas nossas vidas e começar a construir um mundo melhor... mas alguns vão pensar... “ mas porquê eu? Porque é que tenho que ser logo eu a abdicar dos meus confortos quando há tantos que poluem, mentem e roubam mais que eu, vão falar com esses” porque se todos pensarem assim então é que vamos todos arruinar o mundo em que vivemos!
Simples não é?
terça-feira, junho 19, 2007
SaúdeAgenda
Recebi por email o link para este site que me parece muito útil para todos os técnicos de saúde.
http://www.saudeagenda.com/index.php
http://www.saudeagenda.com/index.php
segunda-feira, junho 18, 2007
Uma leitura divertida da Obra de Melanie Klein
O mês passado fui a Londres e durante a minha estadia descobri um livro bastante engraçado sobre o pensamento psicanalítico de Melanie Klein.
A Psicanálise é muitas vezes dada com um ar pesado e sério. Neste livro, Robert Hinshelwood, Susan Robinson e Oscar Zarate apresentam os conceitos fundamentais da teoria kleiniana com ilustrações muito divertidas sem perder a exactidão clínica.
Podem espreitar o conteúdo na amazon
sexta-feira, junho 15, 2007
Programa "Braço Direito"
Gostava de partilhar com todos uma experiência enriquecedora em termos pessoais e profissionais que me foi dada a viver muito recentemente. Recebi de uma amiga um convite aparentemente invulgar. O desafio que aceitei de imediato era o seguinte: Acolher durante um dia um estudante do 3.º Ciclo do Ensino Básico (9.º ano) que se preparava para fazer uma daquelas escolhas de vida importantes – a área de estudos a enveredar ao nível do ensino secundário. A Associação onde esta amiga trabalha chama-se Aprender a Empreender (http://www.japortugal.org/) e o programa ao abrigo do qual recebi a Maria João (a simpática estudante que tive muito gosto em conhecer) chama-se “Braço Direito”. Preparei-me de acordo como os preceitos fixados pela organização (ligados, entre outros, à segurança da menor envolvida) e marcámos o dia 5 de Junho.
Planifiquei o meu dia de forma a ir ao encontro dos objectivos do programa e que passava, no meu caso enquanto psicólogo, por mostrar à Maria João todos os projectos em que estou envolvido na minha vida profissional. O resultado foi muito gratificante para os dois. Mostrei-lhe, entre outros contextos em que desenvolvo a minha actividade enquanto psicólogo, o consultório e o que, em termos genéricos, ali proponho às pessoas com quem trabalho.
Foi com muito gosto que procurei responder às dúvidas e perplexidades da Maria João, à medida que o dia se ia desenrolando. Queria partilhar convosco as palavras que ela me deixou a propósito deste dia:
"Lisboa, 15 de Junho de 2007
Ex.mo Dr. João Guerreio:
Espero encontrá-lo bem desde o dia do Braço Direito.
Estou a escrever-lhe, para lhe agradecer a sua disponibilidade em me receber durante um dia do seu trabalho. Agradeço-lhe também ter aceite ser meu voluntário neste dia, pois proporcionou-me um dia muito vantajoso para o meu futuro. Esclareci todas as minhas dúvidas em relação ao percurso a seguir daqui para a frente, ficando a perceber um pouco melhor qual o verdadeiro trabalho de um Psicólogo, e qual o percurso melhor até chegar lá. Acatei com muito agrado as suas opiniões e conselhos. (…) Assentei definitivamente em optar por um curso Cientifico-Humanistico, na área das Ciências Tecnológicas.
Gostei muito da Psicronos e de todo o seu trabalho.
Gostaria de desenvolver o projecto que ficou combinado, relativamente ao relatório do nosso dia.
Com os melhores cumprimentos
Maria Amaral"
Decidi, com a permissão da Maria, publicar este “post” para lhe expressar a minha gratidão pelas palavras simpáticas que me dirigiu, e para dar a conhecer a todos uma experiência que me parece muito interessante em ser replicada no contexto de outras profissões. Votos de Muito Sucesso para a Maria em especial e um bem-haja à Associação Aprender a Empreender!
"A traição do Eu"
Tal como refere Martin Roda-Becher a propósito do livro “A traição do Eu” de Arno Gruen publicado pela Assírio & Alvim em 1996, a aspiração à autonomia se for entendida como demonstração da própria força e superioridade limita-se a ser um produto da sociedade do sucesso em que hoje vivemos e consequentemente não passa dum equívoco de condições nefastas. Como o psicanalista Arno Gruen demonstra ao longo do livro, a verdadeira autonomia é o estado em que o Homem se encontra em plena harmonia com os seus sentimentos e necessidades. Contudo é justamente a prevalecente ideologia do sucesso e da eficiência que impede a muitos indivíduos o acesso ao próprio Eu; sendo que a adaptação às normas sociais, induzida pela pressão educacional atrofia a vitalidade, a criatividade e a capacidade de amar. Tamanha perda gera dependência e submissão. Arno Gruen analisa as fases do desenvolvimento da personalidade humana e as situações vivenciais em que a autonomia é bloqueada. Demonstrando desta forma, entre outras coisas, como a opressão da Mulher ou o empobrecimento mental do Homem, sendo consequências da falta de autonomia, são expressões da mesma perturbação fundamental. Para além das formas patológicas, Arno Gruen debruça-se pormenorizadamente sobre a anormalidade do que é tido como normal, interrogando-se sobre a condição do Homem na sociedade contemporânea. Recomenda-se a leitura!
segunda-feira, junho 11, 2007
Finalmente o Site da Psicoterapia Existencial
Recentemente a Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial abriu o seu sitio na net, www.sppe.pt.
O site é muito elegante e suficientemente informativo, apesar de algumas das suas áreas ainda estarem em construção.
A Psicoterapia Existencial tem vindo a encontrar um lugar estável dentro das mais diversas Psicoterapias. Entre nós é ainda bastante recente e deve a sua expansão a uma meia dúzia de pessoas, das quais destaco o Prof. Carvalho Teixeira, sobejamente conhecido pelos muitos alunos do ISPA em Lisboa.
Com a constituição formal da sociedade, a SPPE vai iniciar no próximo ano lectivo o seu primeiro curso de formação de Psicoterapeutas sob o paradigma fenomenologico-existencial.
Atenção que as inscrições são limitadas e só estão abertas até 31 de Julho.
Saiba mais sobre a formação e as condições de candidatura em http://www.sppe.pt/formacao.php
Este é um link que vai para os nossos favoritos!
quarta-feira, junho 06, 2007
RECORDAR
O título do post da Clara fez-me recordar uma data que entre nós acabou por passar meio despercebida.
É que no passado dia 21 de Maio o nosso blog atingiu um ano de idade, e é claro que merece uma homenagem, ainda que fora de "horas"
Todos estamos de parabéns, nós os colaboradores do Blog, pela colocação dos mais diversos post's, os nossos Leitores e os nossos Comentadores, que ao longo deste ano têm feito do Salpicos um blog de leitura diária, de discussão e enaltecimento da Psicologia, da Psicanálise, das Psicoterapias (das mais variadas) e da vida em geral...
Como se costuma dizer:
"Muitos Parabéns, MUITOS ANOS DE VIDA"
São os votos para o nosso SALPICOS
terça-feira, junho 05, 2007
Procura de sensações.
Procura de sensações é o “traço” que descreve a tendência para procurar sensações novas, variadas, complexas e intensas, e a vontade de aceitar os riscos que podem acarretar. (Zuckerman, 1994)
Quantos de nós vivemos na ânsia de algo novo, intenso e satisfatório?
É interessante ver como os desportos radicais vão no sentido de fornecer essas sensações novas, variadas, complexas e intensas.
Mas na verdade o que procuram as pessoas?
Será que procuram simplesmente descargas de adrenalina?
Ou será que procuram viver o momento sem ter a habitual corrente de pensamentos automáticos que por vezes tanto nos perturba?
No fundo quem pratica desportos de alto risco tem que “está lá” na sua totalidade, senão corre o risco de se desconcentrar… com tudo o que isso pode acarretar para o praticante.
As palavras de António Variações descrevem bem o oposto quando só queremos estar onde não estamos, só queremos ir onde não fomos!
Será que a nossa procura de sensações não “apenas” querer um estado “zen” onde estamos centrados no local e na acção do momento?
Quantos de nós vivemos na ânsia de algo novo, intenso e satisfatório?
É interessante ver como os desportos radicais vão no sentido de fornecer essas sensações novas, variadas, complexas e intensas.
Mas na verdade o que procuram as pessoas?
Será que procuram simplesmente descargas de adrenalina?
Ou será que procuram viver o momento sem ter a habitual corrente de pensamentos automáticos que por vezes tanto nos perturba?
No fundo quem pratica desportos de alto risco tem que “está lá” na sua totalidade, senão corre o risco de se desconcentrar… com tudo o que isso pode acarretar para o praticante.
As palavras de António Variações descrevem bem o oposto quando só queremos estar onde não estamos, só queremos ir onde não fomos!
Será que a nossa procura de sensações não “apenas” querer um estado “zen” onde estamos centrados no local e na acção do momento?
segunda-feira, junho 04, 2007
Então é assim! - Educação Sexual para Crianças. O filme.
Cedido pelo nosso leitor Jpg, aqui temos o filme de que falei no post anterior com o mesmo tema, não deixem de ver.
"So that's how!" (1ª parte)
"So, that's how!" (2ª parte)
"So that's how!" (1ª parte)
"So, that's how!" (2ª parte)
domingo, junho 03, 2007
Bunkers adolescentis.
No trabalho com adolescentes que tenho realizado na Ktree tenho-me dado conta de que actualmente o quarto de um adolescente não é mais do que um Bunker.
Faz-me sentido pensar nestes termos porque, o que é a adolescência senão tempos de guerra, luta, afirmação, crescimento/mudança.
Mas o que me preocupa é o facto de que actualmente os adolescentes e os pais, têm vindo a equipar estes Bunkers com o que há de mais avançado em termos de tecnologia.
Assim, qual é o adolescente que, hoje em dia, não tem nos seu quarto, uma televisão com ligação por cabo, PlayStation, aparelhagem, computador com ligação à internet e de preferência com webcam, e ainda, estes já nas mesinhas de cabeceira, os telemóveis, os iPod, e não sei mais o quê.
Agora a minha questão é: Sou eu que estou a ficar antiquada ou é também nos quartos que se dorme e se deve ter um ambiente tranquilo?
Atenção, eu concordo com o uso das tecnologias, com o acesso dos adolescentes à informação. E, penso que sendo a adolescência um período tão frágil e ao mesmo tempo tão determinante da vida de qualquer ser humano, devemos respeitar os Bunkers adolescentis como o seu espaço de eleição, onde normalmente querem estar maior parte do tempo que passam em casa, já que, é normalmente também em casa se edifica o centro do conflito.
Agora a minha questão é se isto é saudável, que os adolescentes passem a ter os seus quartos totalmente atestados da mais variada e moderna tecnologia.
Já há uns tempos se começou a debater a questão da televisão no quarto, vejam bem, que até nisso eu coloco as minhas dúvidas.
Mesmo sem excesso de conservadorismos, a mim parece-me que o contacto com o mundo não pode ser centrado e limitado à Internet, à tv por cabo e ao telemóvel. Nem tão pouco livre de supervisão e acompanhamento por parte dos educadores.
Parece-me perfeitamente inútil obrigar os adolescentes a sair do quarto, e acho essencial que se respeite o espaço interno e externo do adolescente, mas também não vamos agora instalar-lhe um frigorifico no quarto para que eles ai sim, possam viver de modo totalmente isolado e independente das rotinas familiares.
Será possível passar-se alguns destes objectos para um escritório e passar esse outro local a representar-se como espaço intermédio, onde e sobre o qual podem eventualmente vir a ser desenvolvidas futuras negociações?
Faz-me sentido pensar nestes termos porque, o que é a adolescência senão tempos de guerra, luta, afirmação, crescimento/mudança.
Mas o que me preocupa é o facto de que actualmente os adolescentes e os pais, têm vindo a equipar estes Bunkers com o que há de mais avançado em termos de tecnologia.
Assim, qual é o adolescente que, hoje em dia, não tem nos seu quarto, uma televisão com ligação por cabo, PlayStation, aparelhagem, computador com ligação à internet e de preferência com webcam, e ainda, estes já nas mesinhas de cabeceira, os telemóveis, os iPod, e não sei mais o quê.
Agora a minha questão é: Sou eu que estou a ficar antiquada ou é também nos quartos que se dorme e se deve ter um ambiente tranquilo?
Atenção, eu concordo com o uso das tecnologias, com o acesso dos adolescentes à informação. E, penso que sendo a adolescência um período tão frágil e ao mesmo tempo tão determinante da vida de qualquer ser humano, devemos respeitar os Bunkers adolescentis como o seu espaço de eleição, onde normalmente querem estar maior parte do tempo que passam em casa, já que, é normalmente também em casa se edifica o centro do conflito.
Agora a minha questão é se isto é saudável, que os adolescentes passem a ter os seus quartos totalmente atestados da mais variada e moderna tecnologia.
Já há uns tempos se começou a debater a questão da televisão no quarto, vejam bem, que até nisso eu coloco as minhas dúvidas.
Mesmo sem excesso de conservadorismos, a mim parece-me que o contacto com o mundo não pode ser centrado e limitado à Internet, à tv por cabo e ao telemóvel. Nem tão pouco livre de supervisão e acompanhamento por parte dos educadores.
Parece-me perfeitamente inútil obrigar os adolescentes a sair do quarto, e acho essencial que se respeite o espaço interno e externo do adolescente, mas também não vamos agora instalar-lhe um frigorifico no quarto para que eles ai sim, possam viver de modo totalmente isolado e independente das rotinas familiares.
Será possível passar-se alguns destes objectos para um escritório e passar esse outro local a representar-se como espaço intermédio, onde e sobre o qual podem eventualmente vir a ser desenvolvidas futuras negociações?
sábado, junho 02, 2007
ESTÃO AÍ OS DIAS DE FESTA
Desde miúda que me lembro do mês de Junho em Lisboa. Costumava chegar com os primeiros calores. Havia jacarandás nas ruas, pétalas lilases no chão, um cheiro a quente no ar. Era tradição ir passear para Alfama e esfregar a palma das mãos nos manjericos. Havia noites de lua cheia. Cheias de sons e de música.
As minhas memórias dessa Lisboa têm a ver com muita gente nas ruas, gritos nas janelas, conversas de beiral para beiral. Visto assim, parece um bilhete postal. Mas não era.
Naquela Alfama, onde eu só ia nas festas – só mais tarde passei a ir todo o ano, para tirar fotografias – passavam-se outras coisas. Era perceptível, pela ditos das vizinhas, os choros das crianças, uma palavra mais agreste dita por um homem. As ruas estreitas eram, como hoje são, bastante sujas e o cheiro no ar era pesado. Nessa Alfama, de origem evidentemente mourisca, o vento sopra com dificuldade. Aí, nada das outras ventanias lisboetas a que eu me tinha habituado: a esquina da Rua Augusta com o Rossio, o Marquês; alguém se lembra de ter passado lá sem vento? Isto para já não falar de zonas mais recentes de Lisboa, como as chamadas Avenidas Novas, ou o Campo Grande, onde os ventos, ao contrário dos jacarandás, são perenes.
O ar parado assentava em Alfama como uma mancha de óleo. Mas naquele tempo o tempo estava também parado. Embora não soubéssemos.
Voltei a Alfama recentemente, com uns amigos estrangeiros, e pude aperceber-me de que está tudo igual. Ou semelhante. E há na mesma aquele vago cheiro a maresia. A fritos. A gritos.
Já se assam sardinhas em fogareiros modernos, há bares pós-modernistas, fala-se sobretudo espanhol, mas que interessa?
Se puderem dêem um salto a Alfama em Junho. Há sítios para todas as idades. Como o Ondajazz, por exemplo, onde se podem ouvir bons conjuntos (ouvi lá os Anima Nuvolari e foi óptimo). Ou casas de fados. Ou de petiscos.
E divirtam-se. Sigam o conselho de Ésquilo, há dois mil e quinhentos anos, e façam o favor de ter uma noite tão boa quanto possível.
As minhas memórias dessa Lisboa têm a ver com muita gente nas ruas, gritos nas janelas, conversas de beiral para beiral. Visto assim, parece um bilhete postal. Mas não era.
Naquela Alfama, onde eu só ia nas festas – só mais tarde passei a ir todo o ano, para tirar fotografias – passavam-se outras coisas. Era perceptível, pela ditos das vizinhas, os choros das crianças, uma palavra mais agreste dita por um homem. As ruas estreitas eram, como hoje são, bastante sujas e o cheiro no ar era pesado. Nessa Alfama, de origem evidentemente mourisca, o vento sopra com dificuldade. Aí, nada das outras ventanias lisboetas a que eu me tinha habituado: a esquina da Rua Augusta com o Rossio, o Marquês; alguém se lembra de ter passado lá sem vento? Isto para já não falar de zonas mais recentes de Lisboa, como as chamadas Avenidas Novas, ou o Campo Grande, onde os ventos, ao contrário dos jacarandás, são perenes.
O ar parado assentava em Alfama como uma mancha de óleo. Mas naquele tempo o tempo estava também parado. Embora não soubéssemos.
Voltei a Alfama recentemente, com uns amigos estrangeiros, e pude aperceber-me de que está tudo igual. Ou semelhante. E há na mesma aquele vago cheiro a maresia. A fritos. A gritos.
Já se assam sardinhas em fogareiros modernos, há bares pós-modernistas, fala-se sobretudo espanhol, mas que interessa?
Se puderem dêem um salto a Alfama em Junho. Há sítios para todas as idades. Como o Ondajazz, por exemplo, onde se podem ouvir bons conjuntos (ouvi lá os Anima Nuvolari e foi óptimo). Ou casas de fados. Ou de petiscos.
E divirtam-se. Sigam o conselho de Ésquilo, há dois mil e quinhentos anos, e façam o favor de ter uma noite tão boa quanto possível.
“Amor, Sexo e Crime” - Congresso Internacional
Nos dias 25, 26 e 27 de Junho vai realizar-se em Braga, na Universidade do Minho, um Congresso Internacional que promete aprofundar temáticas muito interessantes e de grande actualidade.
De acordo com a organização e passo a citar:
"Neste Congresso procurar-se-á que os profissionais e estudantes tenham um contacto mais aprofundado com a investigação produzida aquém e além fronteiras respeitante a vítimas e agressores sexuais , sejam eles menores ou adultos. Por outro lado, também se esperam contributos de profissionais do terreno, nomeadamente do contexto prisional, da reinserção social e da avaliação de perfis criminais, entre outros.
Existe, assim, a preocupação de levar junto de um público especializado, e simultaneamente curioso, um saber e um saber-fazer que contribuam para o aumento do conhecimento sobre a problemática da criminalidade sexual nas suas múltiplas vertentes, de forma séria e rigorosa.
Aberto à participação externa, este Congresso procura ainda dar a conhecer o que se vai fazendo em Portugal no âmbito da investigação, avaliação e intervenção na criminalidade sexual."
Penso que irá valer a pena dar um saltinho a Braga. Veja os detalhes sobre a conferencia e as informações para a sua inscrição em http://www.cipsi.uminho.pt/conferences/asc2007/.
Obrigado, Jorge Alves, pela dica sobre este evento.
"Então é assim"! Educação Sexual.
Ontem, no âmbito do Dia Mundial da Criança, passou na RTP2 um filme de 17 minutos que reinstalou a polémica acerca do assunto da educação sexual.
“Então é assim” é uma co-produção dinamarquesa-canadiana, um filme de animação para crianças, que transmite informação acerca da sexualidade, reprodução, os abusos sexuais, mas também sobre o afecto e o amor.
Na véspera a RTP2 promoveu uma espécie de "ante estreia", numa edição especial do programa “Sociedade Civil” em que foi mostrado o dito filme e debatida a sua adequação às necessidades e sensibilidades nacionais.
Esta “ante estreia” destinou-se a dar aos pais a possibilidade de visionar antecipadamente “Então é assim” e decidirem se a sua informação e linguagem conferem com o que gostariam de transmitir aos seus filhos na fase de vida em que se encontram.
O filme destina-se a crianças entre os 7 e os 11 anos e levantou inúmeras questões e opiniões, mais relacionadas com a forma como a informação foi transmitida do que com o conteúdo pois as questões são abordadas de uma forma muito explícita, com uma linguagem pouco transformada.
Sem desvalorizar a mais valia da abordagem daqueles conteúdos, devo confessar que quando vi o filme fiquei surpreendida com a linguagem, com alguns termos e imagens utilizadas e fiquei também eu com dúvidas relativamente à forma como a informação foi transmitida.
Se eu tivesse de decidir se passava este filme a uma criança de 7/8 anos eu diria que os pais deviam ver o filme com a criança e ir mediando a informação com comentários que a ajudassem a integrar toda aquela informação.
Não concordo com o uso das histórias e metáforas que explicam de forma totalmente irrealista e maior parte das vezes mentirosa os acontecimentos, mas penso que quando transmitimos seja o que for a uma criança devemos faze-lo de forma a que ela possa entender e integrar.
Devemos ter em atenção os recursos cognitivos e emocionais da criança, além de que devemos dar espaço à fantasia.
As crianças fantasiam precisamente para poder ajustar a informação àquilo que podem compreender e suportar emocionalmente.
Muitos adultos forçam as crianças à compreensão de coisas que lhes são insuportáveis, o que pode ser esmagador.
No entanto, a criança deve poder aceder à verdade e não a histórias e subtefurgios.
E parece-me essencial respeitar um principio básico, quando a criança quiser saber ela vai perguntar, nesse momento devemos contar-lhe a verdade, mas usar uma linguagem que ela possa compreender e elaborar.
Ainda acerca deste filme, devo dizer que me pareceu brilhante a forma como foi abordada a questão dos abusos sexuais. A este respeito era colocada a questão "como é que eu sei se faz bem ou faz mal quando mexem no meu corpo".
E a tónica foi colocada no sentimento da criança que é tocada. "quando eu te faço festinhas nas costas tu sentes Sim ou sentes Não? "Se sentes Sim, é porque não tem mal, se sentes Não é porque faz mal.
Com o diálogo entre as personagens esta questão foi muito bem trabalhada e é precisamente isto que é por vezes difícil de fazer, que é ir ao encontro de uma linguagem que está ainda tão dependente do sentir, do afecto e da emoção.
No dia em que a RTP2 passou a ante estreia e levantou o debate, o blog do programa "Sociedade Civil" teve 417 comentários. Eu própria gostaria de poder discutir este assunto com colegas que tivessem visto o filme e ouvir outras opiniões, lanço o repto.
“Então é assim” é uma co-produção dinamarquesa-canadiana, um filme de animação para crianças, que transmite informação acerca da sexualidade, reprodução, os abusos sexuais, mas também sobre o afecto e o amor.
Na véspera a RTP2 promoveu uma espécie de "ante estreia", numa edição especial do programa “Sociedade Civil” em que foi mostrado o dito filme e debatida a sua adequação às necessidades e sensibilidades nacionais.
Esta “ante estreia” destinou-se a dar aos pais a possibilidade de visionar antecipadamente “Então é assim” e decidirem se a sua informação e linguagem conferem com o que gostariam de transmitir aos seus filhos na fase de vida em que se encontram.
O filme destina-se a crianças entre os 7 e os 11 anos e levantou inúmeras questões e opiniões, mais relacionadas com a forma como a informação foi transmitida do que com o conteúdo pois as questões são abordadas de uma forma muito explícita, com uma linguagem pouco transformada.
Sem desvalorizar a mais valia da abordagem daqueles conteúdos, devo confessar que quando vi o filme fiquei surpreendida com a linguagem, com alguns termos e imagens utilizadas e fiquei também eu com dúvidas relativamente à forma como a informação foi transmitida.
Se eu tivesse de decidir se passava este filme a uma criança de 7/8 anos eu diria que os pais deviam ver o filme com a criança e ir mediando a informação com comentários que a ajudassem a integrar toda aquela informação.
Não concordo com o uso das histórias e metáforas que explicam de forma totalmente irrealista e maior parte das vezes mentirosa os acontecimentos, mas penso que quando transmitimos seja o que for a uma criança devemos faze-lo de forma a que ela possa entender e integrar.
Devemos ter em atenção os recursos cognitivos e emocionais da criança, além de que devemos dar espaço à fantasia.
As crianças fantasiam precisamente para poder ajustar a informação àquilo que podem compreender e suportar emocionalmente.
Muitos adultos forçam as crianças à compreensão de coisas que lhes são insuportáveis, o que pode ser esmagador.
No entanto, a criança deve poder aceder à verdade e não a histórias e subtefurgios.
E parece-me essencial respeitar um principio básico, quando a criança quiser saber ela vai perguntar, nesse momento devemos contar-lhe a verdade, mas usar uma linguagem que ela possa compreender e elaborar.
Ainda acerca deste filme, devo dizer que me pareceu brilhante a forma como foi abordada a questão dos abusos sexuais. A este respeito era colocada a questão "como é que eu sei se faz bem ou faz mal quando mexem no meu corpo".
E a tónica foi colocada no sentimento da criança que é tocada. "quando eu te faço festinhas nas costas tu sentes Sim ou sentes Não? "Se sentes Sim, é porque não tem mal, se sentes Não é porque faz mal.
Com o diálogo entre as personagens esta questão foi muito bem trabalhada e é precisamente isto que é por vezes difícil de fazer, que é ir ao encontro de uma linguagem que está ainda tão dependente do sentir, do afecto e da emoção.
No dia em que a RTP2 passou a ante estreia e levantou o debate, o blog do programa "Sociedade Civil" teve 417 comentários. Eu própria gostaria de poder discutir este assunto com colegas que tivessem visto o filme e ouvir outras opiniões, lanço o repto.
quarta-feira, maio 30, 2007
Ciclo de conferências em Psicologia e Ciências do Comportamento 2007 - ISPA - Lisboa
CICLO DE CONFERÊNCIAS EM PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DO COMPORTAMENTO 2007 - 2 de Junho de 2007 às 10,00h
Estructura de la Kleinian Psychoanalytic Diagnostic Scale (KPDS)
Jaume Aguilar i Matas
Membro Titular da Sociedade Espanhola de Psicoanalise,
Membro da Associação Psiconalítica Internacional (IPA)
Lluis Mauri i Mas
Universidade de Barcelona
Sala de Actos do ISPA
2 de Junho de 2007 às 10 ,00h
ENTRADA LIVRE
Mediante Inscrição Prévia
INSCRIÇÕES
Por e-mail para cii@ispa.pt
(Indique: nome, profissão, contacto)
INFORMAÇÕES
Centro de Investigação e Intervenção
ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada
Rua Jardim do Tabaco, 34 - 1149 Lisboa - Portugal
Tel: +351 21 881 17 08
Fax: +351 21 881 17 79
www.ispa.pt
Dia Mundial da Criança - PARA BREVE
Ao pensar no que escrever para este post, depois de lançar o título, decidi falar sobre a importância do brincar na vida das crianças.
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Por vezes somos levados a esquecer, ou pelo menos, a descuidarmo-nos um pouco com a importância que a actividade lúdica assume para os mais pequenos. Descuramos o facto de que é através desta actividade que a criança vai experimentado as suas relações, ensaiando o seu papel no mundo e se desenvolvendo.
O brincar assume papel primordial no desenvolvimento da criança, fomentando-lhe o crescimento físico, intelectual e emocional. (mais adiante, quando as crianças entram no 1º ciclo, aí percebemos com maior afinco que a cognição anda de mãos dadas com a emoção)
Assim sendo, temos que tomar em consideração as "ocupações sérias" das nossas crianças. É como uma frase que cito de memória, sem recordar o seu autor, nos diz, a criança faz-se fazendo-se.
E de facto, a criança "ganha volume" no espaço relacional em que vive. Num primeiro momento é no contacto com a mãe que a criança aprende a se relacionar, mas rapidamente se torna num ser social interagindo sem fim, recebendo todos os estímulos.
Por vezes vemos espelhado nas brincadeiras das crianças as actividades que os próprios pais desempenham; é o casal parental personificado pela utilização do mesmo palavreado que a mãe ou o pai utilizam. Outras vezes é o papel do educador do colégio que emerge, organizando todas as tarefas, chamando os seus alunos para fazerem esta ou aquela actividade, chamando a atenção a este ou aquele porque se está a portar mal....
São nestas actividades, nestas brincadeiras, nestes ensaios, que a criança está a fazer o reconhecimento do seu próprio meio.
Por isso brinque com o seu filho, cante-lhe, leia-lhe histórias, mesmo quando ele é muito pequenino, pois não é o conteúdo da história que lhe vai interessar, mas sim a melodia da voz da mãe.
Se tiver pouco tempo não desespere, siga a máxima de Fernando Pessoa:
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
e vai ver que tudo correrá da melhor maneira.
terça-feira, maio 29, 2007
Higiene Mental!
Numa das minhas viagens ao meu velho dicionário de psicologia encontrei esta definição de Higiene Mental.
Higiene Mental: Investigação e aplicação das medidas que evitam distúrbios mentais e promovem a saúde mental.
Ok! Parece simples, mas será que é tão simples assim promover a saúde mental?
A resposta sim é dada por aqueles que já integraram na sua vida uma série de pensamentos e actos que são adaptativos e que promovem a sua saúde num todo.
Não vou comentar agora o que é adaptativo ou não, isso poderá ser outro post!
A resposta não é dada por aqueles que sofrem de mau estar psicológico e ainda não implementaram os actos e pensamentos em cima referidos.
Até aqui tudo muito geral, mas vamos pensar quanto tempo despendemos na nossa higiene mental?
Quanto tempo do nosso dia é usado para exercício físico?
Quanto tempo do nosso dia é usado para ler um livro?
Quanto tempo dá para simplesmente não fazer nada?
Quanto tempo usa para cultivar pensamentos positivos e úteis para o próprio e para os outros?
Como não tenho muito tempo, quando uso os transportes públicos leio algo, quando não leio, olho à minha volta e vejo a cara das pessoas, na sua expressão tento ler o que estão a sentir. Daí até pensar o que uma pessoa triste ou cansada precisa de ouvir para se sentir melhor, é um pequeno grande passo. Quando estou demasiado alheado de tudo, simplesmente não faço nada…
Isto só para dizer que existem sempre tempos em que podemos escolher como tratar a nossa mente e que fundo este post poderia chamar-se “Faça a sua higiene mental nos transportes públicos!”
Espero que este post tenha servido para dar um pouco de atenção a algo que, não sendo tangível, muitas vezes é tudo… a nossa mente!
Higiene Mental: Investigação e aplicação das medidas que evitam distúrbios mentais e promovem a saúde mental.
Ok! Parece simples, mas será que é tão simples assim promover a saúde mental?
A resposta sim é dada por aqueles que já integraram na sua vida uma série de pensamentos e actos que são adaptativos e que promovem a sua saúde num todo.
Não vou comentar agora o que é adaptativo ou não, isso poderá ser outro post!
A resposta não é dada por aqueles que sofrem de mau estar psicológico e ainda não implementaram os actos e pensamentos em cima referidos.
Até aqui tudo muito geral, mas vamos pensar quanto tempo despendemos na nossa higiene mental?
Quanto tempo do nosso dia é usado para exercício físico?
Quanto tempo do nosso dia é usado para ler um livro?
Quanto tempo dá para simplesmente não fazer nada?
Quanto tempo usa para cultivar pensamentos positivos e úteis para o próprio e para os outros?
Como não tenho muito tempo, quando uso os transportes públicos leio algo, quando não leio, olho à minha volta e vejo a cara das pessoas, na sua expressão tento ler o que estão a sentir. Daí até pensar o que uma pessoa triste ou cansada precisa de ouvir para se sentir melhor, é um pequeno grande passo. Quando estou demasiado alheado de tudo, simplesmente não faço nada…
Isto só para dizer que existem sempre tempos em que podemos escolher como tratar a nossa mente e que fundo este post poderia chamar-se “Faça a sua higiene mental nos transportes públicos!”
Espero que este post tenha servido para dar um pouco de atenção a algo que, não sendo tangível, muitas vezes é tudo… a nossa mente!
segunda-feira, maio 21, 2007
Gosto de ti mas...
Quando me ofereceram este livro gostei logo do título. Muitas vezes há um mas… que parece colocar muitas coisas em questão.
Ao ler o livro descobri, ou reaprendi uma série de estratégias de podem ajudar os casais a melhorar as suas relações.
Segundo a autora, Ellen Wachtel, existem quatro verdades básicas sobre o que faz o amor durar:
Segundo a autora, Ellen Wachtel, existem quatro verdades básicas sobre o que faz o amor durar:
1ª Amamos quem nos faz sentir bem connosco próprios.
2ª A maioria de nós sabe o que aquece o coração do nosso parceiro.
3ª As críticas desgastam o amor.
4ª Um amor inabalável, imutável e à prova de casos extraconjugais não existe.
A leitura deste livro entusiasmou-me bastante por ser um livro que fala de situações do dia-a-dia e de pessoas “normais” que sentem dificuldades nas suas relações.
Podemos reflectir um pouco sobre o significado destas quatro verdades.
A primeira parece-me indiscutível porque se estivermos com alguém que nos faz a “vida negra” muito dificilmente gostaremos dessa pessoa. A não ser que tenhamos algum problema de auto-estima e tendencialmente procuramos pessoas que nos fazem sentir inferiores para confirmar essa mesma ideia… mas isso é outro post!
A segunda também parece evidente, apesar de por vezes não tomarmos consciência dos gostos do nosso parceiro, e por vezes o problema é justamente esse, o não prestar atenção ao outro, ou seja, trabalhar no sentido de fazer o outro sentir-se bem.
Vale a pena falar da 3ª? Claro que vale… afinal de contas o último post da Marta fala justamente disto, de como a comunicação se vai alterando e cada situação se torna tendencialmente uma oportunidade de atingir o outro com críticas. Claro que este movimento pode ser mais ou menos consciente… mas desgasta na mesma!
Claro que a 4ª é a mais polémica… afinal existe uma tendência para gostarmos das coisas imutáveis e certas. Mas… tudo muda, as pessoas mudam, o modo de comunicar muda e neste paraíso, ou inferno, em que vivemos existem mais pessoas a interagir com os nossos parceiros e connosco, felizmente por um lado, visto que somos animais sociais, infelizmente por outro porque cria um número infindável de situações em que alguém nos consiga fazer sentir especial e como tal podemos procurar algo mais para a nossa vida!... mas isso de procurar algo mais também dava outro post!
Enfim o livro tem 8 capítulos que tratam as várias áreas problemáticas das relações, recomendo-o a todos que queiram pensar e agir sobre a sua vida relacional!
domingo, maio 20, 2007
Livros
Na semana passada, no congresso da Sociedade Portuguesa de Psicanálise foram lançados dois livros que se debruçam sobre a temática do narcisismo. Ambas as autoras, Maria Fernanda Alexandre e Cristina Fabião, são duas psicanalistas titulares da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.
As autoras abordam com especial enfoque o aprofundamento da compreensão das patologias narcísicas ditas mais "graves".
Cristina Fabião sublinha o carácter defensivo que a organização do narcisismo comporta uma vez que esta, passando a citar a autora, " interpenetra-se com acontecimentos que se dão na altura do desenvolvimento da personalidade, ao desenvolvimento da consciência-insight e da capacidade de simbolizar, como suportes da capacidade de estar consciente". Compreender o que se passa nos fenómenos narcísicos é compreender as transformações psíquicas da fase auto-erótica, ligada esta ao corpo e às sensações corporais na relação com o objecto, como nos diz a autora.
Maria Fernanda Alexandre, partindo da sua vasta prática clínica com os "doentes difíceis", e com o conhecimento cada vez mais fundo da prática clínica com crianças e adolescentes, vai investigar as mudanças psíquicas ocorridas no processo psicanalítico. Pretendendo compreender melhor os seus pacientes que se enquadram na esfera do que se entende por narcisista, faz-nos pensar quando nos diz que "o narcisista não é aquele que se ama em excesso mas aquele que tem fome de amor e de compreensão".
Sem dúvida, a leitura destas duas autoras portuguesas do cenário psicanalítico português será um acrescento para a nossa reflexão teórica sobre o processo da psicoterapia psicanalítica e da prática relacional com nossos pacientes.
sexta-feira, maio 18, 2007
XXIII Jornada Psicoterapia Psicanalítica da Criança e do Adolescente
A Associação de Psicoterapia Psicanalítica da Criança e do Adolescente vai realizar a sua XXIII jornadas. A Dr.ª Maria José Gonçalves, uma das mais conceituadas psicanalistas Portuguesas com enorme experiencia clínica com crianças vai apresentar uma conferência de entrada livre intitulada: PSICOTERAPIA MÃE BEBÉ - CONTRIBUIÇÕES CLÍNICAS.
A Dr.ª Maria José Gonçalves é Médica, Pedopsiquiatra e Psicanalista. Membro didacta da Sociedade Portuguesa de Psicanálise e Membro da International Pschonalytical Association, é responsável desde o seu inicio, nos anos 80, pelos Seminários de Formação de Analistas sobre a Observação de bebés. Tem trabalhado e investigado a relação mãe-bebé, tendo já publicado diferentes artigos. Exerceu clínica como pedopsiquiatra no Departamento de Psiquiatria Infantil e Adolescência do Hospital D. Estefânia, de que foi directora.
A Jornadas irão decorrer, como é habitual, na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Lisboa nos dias 25 e 26 de Maio. A conferência no dia 25 de Maio realizar-se-á 19h e tem ENTRADA LIVRE e os Grupos de Trabalho (cuja a frequência exige inscrição) irá realizar-se das 9h às 13h.
Veja mais detalhes sobre este evento no site da Associação: www.appij.com
Subscrever:
Mensagens (Atom)