Um leitor do Salpicos, Eduardo, enviou-nos um post muito interessante e o qual passo a transcrever:
Um sociólogo muito interessado em questões pós-modernas, Zygmunt Baumann (traduzido já entre nós), terá um dia afirmado que «os cientistas sociais não resolvem os problemas, cansam-se deles». Seja ou não verdade a afirmação, e a sua paternidade, ela foca um problema real, comum à psicanálise e às ciências sociais, de que pelo menos certos ramos da psicologia fazem parte: quando os problemas constantemente se renovam e a possibilidade de uma solução total e definitiva parece excluída, como é o caso dos problemas sociais (incluindo os individuais), ficamos perante uma alternativa sombria – a simples desistência da análise ou a medicamentação (uma outra forma de desistência, aliás). É um cenário também ele de ir às lágrimas, para evocar o tema de um post que causou aqui, recentemente, alguma controvérsia.
O que fazer quando nos sentimos cansados da análise interminável, mesmo quando terminada? A pergunta pode não ter resposta, mas terá interesse mesmo para não freudianos, suponho.
Obrigado, Eduardo.
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2 comentários:
Enquanto estava a ler o post do Eduardo, lembrei-me de uma frase de Ramon Y Cajal (um dos pais da neurofisiologia), quando dizia: "no hay asuntos agotados, sino hombres agotados en determinados asuntos". Um homem das ciências médicas dixit. Que substância não adquirirá esta frase no âmbito em que Zygmunt Baumann se referia?
... O que fazer quando nos sentimos cansados da análise interminável, mesmo quando terminada?... POSTO ISTO OCORREU-ME COLOCAR OUTRA QUESTÃO? Quando sabemos que a análise terminou? Provavelmente quando nos esgotamos! Mas, não haverá nada mais para além do que conseguimos até aqui? Bem, fico por aqui.
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