Em política, a liderança é importante, mas não é tudo. Existe (existe?) a ética que devia regular a actividade na república que, como todos sabem, queria dizer "coisa pública" em latim. Mas não regula.
A cidadania, da qual tantos de nós andam afastados (sim, é verdade que os partidos não favorecem as iniciativas), arrasta-se pelas ruas da amargura. O espectáculo desta campanha eleitoral, cheia de malevolência e calúnia, já era por demais triste, sem ser preciso este patético episódio das escutas em Belém, que envolve aquele que devia ser o presidente de todos os portugueses.
E a nós cidadãos pensantes e com as nossas preocupações e motivações individuais, numa época particularmente difícil, que nos resta? Diante deste lamentável, generalizado e deprimente espectáculo, com quem, e com que ideias, nos poderemos identificar (reconhecer, na sua forma psicanalítica), de forma a pôr uma cruzinha no dia 27? Responda quem souber.
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1 comentário:
Penso que a politica portuguesa se tem revelado nos últimos anos(para mim pessoalmente) um espectáculo patético, tristemente previsível, e burlesco no pior sentido. A abstenção é, desta triste forma, positivamente legitimada e elevada ao estatuto de "melhor opção de voto". Não sei porque para mim a política deve cada vez mais ser remetida a algumas passagens de "A Sociedade do espectáculo" Guy Debord.
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