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sexta-feira, janeiro 31, 2014

EMDR e Avaliação Escolar: Como vencer o monstro dos testes?

Dores de barriga, suores, mãos trémulas, “brancas”… são os sintomas mais frequentemente descritos no que respeita à ansiedade associada aos momentos de avaliação. Se bem que talvez todos nós já possamos ter experienciado estas sensações, para algumas pessoas este é um pesadelo recorrente e incapacitante.

A ansiedade dos testes caracteriza-se por pensamentos ruminativos assentes na apreensão e na auto-desvalorização, com ideias de catástrofe iminente (não vou ser capaz, vou chumbar…), que levam a uma forte ativação fisiológica e emocional. Esta rápida erupção de pensamentos negativos perturba a atenção do aluno e prejudica a execução das tarefas. O pavor de não ser capaz transforma-se muitas vezes numa profecia auto-realizável, ou seja, tanto se convence que não é capaz, que acaba mesmo por não o ser. Esta ansiedade dos testes pode assumir uma tal proporção que se alarga ao período de preparação e estudo, sendo o aluno dominado pela apreensão e pela expetativa de fracasso. Os pensamentos de inadequação e incompetência dominam a mente, enviando mensagens permanentes de um desempenho pobre e de consequências catastróficas do fracasso. Deste modo, o aluno pode começar a ter um comportamento evitante relativamente a tudo o que antecede a avaliação.

Esta ansiedade de desempenho ou de avaliação muitas vezes não se restringe aos resultados nem à idade escolar, podendo também verificar-se no teste para tirar a carta e condução, em exames médicos, em atuações em atividades extra-curriculares, falar em público, ou seja, sempre que as competências vão ser apreciadas (examinadas por outro e, de certa forma, pelo próprio).

A maior parte dos alunos reconhece estar preparado e saber a matéria, mas depois têm “uma branca” ou um “ataque de ansiedade” que os impede de realizar a avaliação. Este problema é muitas vezes desvalorizado ou encarado como uma “frescura”, mas pode de facto condicionar significativamente o desempenho da criança, do adolescente ou do adulto, prejudicando o seu futuro. As crianças são confrontadas, cada vez mais cedo, com a pressão das avaliações, do desempenho, das médias, numa fase em que a aprendizagem devia ser divertida. A falta de recursos emocionais para lidar com estas exigências pode aumentar a probabilidade de sofrerem desta ansiedade de desempenho de forma prolongada se não receberem ajuda.

O EMDR parece ser uma ferramenta terapêutica bastante eficaz na diminuição dos sintomas de ansiedade associada aos testes. Estudos indicam que em apenas uma ou duas sessões, existe uma diminuição sintomática de cerca de 50% no que respeita à componente emocional e fisiológica. No entanto, as crenças irracionais (sou incapaz, não sei nada, não valho nada, sou burro…) parecem ser um pouco mais resistentes, necessitando de mais sessões, embora a intervenção seja frequentemente mais curta do que em outro tipo de modalidades terapêuticas.


Tendo em conta que se trata de uma problemática que requer uma resolução rápida de modo a aumentar a funcionalidade do aluno, o EMDR parece ser de facto a modalidade mais indicada. Não deve, no entanto, ficar-se pela diminuição sintomática, sendo necessário dar continuidade à intervenção de modo a que as crenças negativas que permanecem não deem lugar a outro tipo de sintomatologia em situações análogas. De recordar, que o EMDR é uma abordagem terapêutica que assenta em vários canais: imagético, emocional, cognitivo, sensorial, não devendo nenhum ser descurado.

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta EMDR/Psicanalítica
Departamento da Infância (Lisboa)


sexta-feira, novembro 29, 2013

A cigarra e a formiga: Procrastinação e EMDR




Na moral principal desta estória conhecida de todos nós sobressai o valor do trabalho e do não adiar das prioridades (do trabalho) e a recompensa que daí resulta. A cigarra é moralmente linchada por dar prioridade ao prazer e ocupar o seu tempo com os seus prazeres, e deixar para segundo plano o trabalho, que pretensamente não dá prazer. 
A estória traça uma divisão entre trabalho - mais ou menos mecanicista, diria, e sobretudo que não oferece prazer, embora não saibamos até que ponto a formiga goza com esta sua atividade, ou se só acasala com a dispensa cheia - e prazer - que parece, na fábula em questão, equivaler a uma atividade venal que não dá trabalho, nem será suficientemente digna para ser ela própria uma ocupação de direito próprio, que permita a realização da cigarra e que possa ser útil a outros e à sociedade. A cigarra que descurou a dispensa, é humilhada e vira, diria, “sem abrigo” com a barriga vazia - embora se assim fosse já teria a espécie sido extinta e nós viveríamos ameaçados pela crescente super-espécie das formigas. Ainda bem que há outras espécies, outros naipes e tonalidades de cinzento, porque afinal de contas todos temos um pouco de cigarra e de formiga. Uns de nós (pre)ocupam-se mais com o passado, e outros (mais formigas) com o futuro, enquanto uns outros (neste aspeto mais cigarras) vivem sobretudo o presente. Mas, honra lhe seja feita, o Esopo, a quem a fábula é atribuída, foi um pertinente observador  da natureza e criador desta espécie de ‘arquétipo’.



Mas afinal de que vos quero falar é de procrastinação - tal como a cigarra procrastina a sua tarefa de recolha e armazenagem do comida para o inverno, para andar durante o verão toda airosa e contente a cantarolar. E tal como a procrastinação, ainda uma situação problemática muito descurada e incompreendida, a cigarra tem má fama.

Comecei a interessar-me particularmente por esta questão há duas décadas quando comecei a perceber que este ‘comportamento’ é um dos principais obstáculos à gestão do tempo, à organização, e logo,  à eficácia pessoal.  Primeiro, comecei a ter sobre esta situação, por assim dizer, um olhar comportamental ou cognitivo-comportamental, em que a procrastinação é só a procrastinação, ou seja o adiar sucessivo, ou sistemático, de uma ou mais tarefas no tempo. Vi que muitas pessoas têm este comportamento e de como ele é prejudicial para a realização dos seus objetivos. Observei que muitas pessoas sofrem com o comportamento de adiar fazer coisas que contribuem para atingir os seus objetivos  manifestos, realizando outras que as boicotam - apesar de poderem oferecer recompensas de curto prazo-, caindo tantas vezes numa espiral de maior e maior frustração e perda de auto-estima. Nessa altura estava mais focada em transmitir informação e partilhar soluções para lidar com este problema, sobretudo à superfície, mas mesmo assim com eficácia. 
Ao longo do tempo, fui reparando nas muitas facetas da procrastinação e de como ela é uma ( comportamento de adiar coisas mais ou menos importantes ou essenciais) e outras coisas (presentes mais ou menos inconscientemente na nossa mente e agindo sobre o nosso comportamento tornando-o paradoxal, falhante, ou pura e simplesmente, idiota), Vi muitos estudantes, de variados graus de ensino, sofrerem desta maleita, muitos profissionais, muitos artistas e criativos temerem o boicote dos seus ambiciosos empreendimentos e o medo de congelarem antes da meta alcançada. Daí, o debater-me com esta ‘questão’ e tentar entendê-la melhor, e aprofundá-la, para melhor poder apoiar quem dela padece.

Em que consiste e porque acontece?
A procrastinação pode ser encarada como uma defesa psicológica comum para evitar lidar com algumas tarefas, pessoas ou situações. De resto, procrastinar (do lat. procrastinare) é o drama do adiar sistemático, que uma maioria das pessoas já experimentou num momento ou noutro. 
Numa maioria dos casos, não chega a ser um problema aflitivo, sobretudo quando não se trata de tarefas essenciais à vida e ao trabalho, como é o caso de finalmente arrumar os livros por ordem alfabética na biblioteca ou de pôr ordem no roupeiro. Ou a de entregar a declaração das finanças fora do prazo, sujeitando-se à multa. Ou a de, esporadicamente, fazer uma pausa para descansar um bocado, ”esquecendo-se” de retomar a tarefa, ou de ser auto-indulgente: “Vou só ver este filme ou esta série antes de começar a estudar”, ou “em vez de estar aqui a consumir-me sem conseguir ser produtivo, afinal poderia ir ter com os meus amigos àquela festa”,  ou “estou cheia de fome, e se fizesse aqueles biscoitos tão bons para me animar?”.
Quando o problema é agudo e se centra sobre tarefas cruciais, a situação atinge uma intensidade que a pessoa não só sofre e se atormenta, como é penalizada pela sua incapacidade de fazer e avançar. Quando se torna crónico, mais uma vez sobre afazeres essenciais ou muito importantes, ruma para a paralisia e um elevado grau de disfuncionalidade. O auto-engano e o ataque a si-próprio(a) instalam-se ‘de armas e bagagens’, e a mudança não é fácil.

A procrastinação relaciona-se com a nossa tendência de evitamento do desagradável e do penoso para privilegiar o agradável e o distrativo, com a fuga ao pensamento e à ação focadas naquilo que importa, e a atração por aquilo que importa menos, e nos anestesia daquilo que deveríamos estar a fazer. De certo modo entendo a procrastinação como uma resistência à tirania do super-ego, e uma fuga para o id, para usar uma terminologia psicanalítica, num movimento que fomenta a sabotagem do eu, o ataque sádico à idealização, e que acarreta componentes masoquistas. A pessoa, sem se dar quase conta, conta demais com a sua capacidade no futuro de lidar com aquilo que não está a fazer agora e que deixa acumular, sobrestimando os seus poderes. E a questão é se não o conseguimos fazer agora, como é que o vamos fazer no futuro?

Seja por querermos evitar a frustração e obter uma gratificação imediata , seja por temermos ou ter até pavor de alguma coisa, seja por não haver consequências negativas de imediato ou por sobre-avaliarmos, e até desejarmos pôr à prova a tal nossa capacidade de lidar com a situação (e a sua majoração/o seu acumulado) no futuro, o movimento escolhido é o desvio ou a fuga para ‘outra coisa’, gerando a situação de procrastinação. E a procrastinação pode ser um evitamento concreto de alguma coisa, ou antes  um sinal de problemas de maior complexidade como depressão e ansiedade.

Quais as respostas para a ultrapassar?
Quando a problemática e a sua intensidade são ligeiras, há soluções relativamente simples de implementar pela pessoa, com ou sem ajuda de um profissional (um psicólogo ou um coach, por exemplo).
Quando o grau de sofrimento e as perdas são assinaláveis é importante a pessoa compreender a sua necessidade de uma ajuda profissional, clínica ou psicoterapêutica.
Experimente perguntar-se, ou imaginar, como será a sua vida daqui a 5 ou 10, 20 anos caso continue a procrastinar, ou antes se conseguir deixar de o fazer. E decida.

Que abordagens terapêuticas ao problema?
Tal como há diversos caminhos para chegar a Roma, também existem variadas abordagens psicoterapêuticas que nos podem levar a bom porto, compreendidas que sejam as razões desse problema e bem ajustadas as respostas terapêuticas escolhidas à anamnese e ao diagnóstico inicial. 
Tanto uma abordagem cognitiva, mais circunscrita e focada nas soluções, ou uma abordagem dinâmica ou psicanalítica, com um enfoque sobretudo na compreensão mais aprofundada do problema, as dinâmicas da personalidade e na mudança desta, poderão produzir bons resultados. Tal como,  a hipnose clínica e o EMDR (Eye Movement Dessensibilization Reprocessing, também conhecida por estimulação bi-lateral), de que falarei de seguida.

O EMDR e a procrastinação
O EMDR é uma abordagem terapêutica que assenta na estimulação bilateral, informada pela investigação de como é que o cérebro processa a informação e gera consciência, e num processo de oito fases.  Esta abordagem de caráter integrativo articula elementos “tanto das teorias psicológicas (ex: afeto, vinculação, comportamental, processamento de bio-informação, cognitiva,sistémica familiar, humanística, psicodinâmica e somática) e das psicoterapias (ex: baseadas no corpo, cognitivo-comportamental, interpessoal, centrada na personalidade e psicodinâmica) num conjunto estandartizado de procedimentos e protocolos clínicos” (Luber, M. , 2009).
Existe um protocolo específico para a procrastinação, e o seu uso com pacientes que procuram especificamente lidar com esta situação e ultrapassar os impasses e bloqueios gerados por este comportamento, tem mostrado resultados muitos positivos e animadores, que favorecem a adaptação da pessoa aos seus objetivos e atividades, e a concentração naquilo que é importante para ela, com atenuação clara dos níveis de perturbação e de ansiedade gerados anteriormente pela vivência do problema. Sendo uma abordagem de curta-média duração é particularmente indicada para pessoas que queiram tratar especificamente desta problemática e de retomar o controlo das sua vida e dos prazos.


Voltando ao Esopo e a esta sua fábula se calhar a cigarra e a formiga precisavam de ir as duas fazer uma terapia de 'casal', escutar-se, compreender-se e aprender uma com a outra.
Enfim, nem só cigarra, nem só formiga, vale a pena sentir que somos capazes de nos sentirmos bem com a vida que levamos, com as opções que tomamos, de nos aceitarmos e de conseguirmos avançar com os recursos de que dispomos, com liberdade e sem excessiva autocrítica, para onde desejamos.
Permitindo-nos, preferencialmente com alguma harmonia, conciliar objetivos, socialização, afetos, interesses e prazeres pessoais.

Isabel Botelho

Psicóloga, Executive Coach
Psicoterapeuta Psicanalítica e EMDR
PSICRONOS

quarta-feira, outubro 30, 2013

EMDR em Grávidas Parte 1

Quando fiz a minha formação básica em EMDR, foi-me dito que esta psicoterapia tinha algumas contra indicações no seu uso. Fiquei curioso durante uma fracção de segundo, uma vez que o formador me disse imediatamente quais eram os casos em que não se recomendava a utilização de EMDR. Em grávidas, em pessoas com epilepsia, em pessoas com doença Bipolar, e em pessoas que sofressem de psicoses.

Compreendi o que o formador me disse e segui à risca as directrizes.

Recentemente algo veio colocar em causa os ensinamentos básicos do curso e abrir novas possibilidades de trabalho com mulheres grávidas.

Como todos sabemos, a gravidez é uma altura da vida das mulheres que pode gerar muita ansiedade, como tal, alguns problemas já existentes poderão surgir justamente nesta altura. Lembro-me de uma paciente que tinha interrompido a sua terapia um ano antes, uns meses antes de engravidar, e voltou á terapia porque voltou a ter sintomas de ansiedade extrema. Sem conseguir deixar de pensar em dúvidas acerca do bebé que está em gestação.

Eu na primeira fracção de segundo fiquei tão aflito quanto a paciente… mas depois respirei e delineei um plano de intervenção sem EMDR, afinal antes de existir EMDR também se tratava a ansiedade!
As estratégias de relaxamento muscular voltaram a ser usadas, não me podia esquecer da atitude de Mindfullness nem dos registos de pensamentos automáticos.

Na segunda sessão utilizei uma técnica de EMDR, conhecida como lugar seguro, não tinha ficado satisfeito com os progressos da minha paciente apenas com as técnicas de relaxamento e Mindfullness, era pouco para mim que estou habituado a ver melhorias significativas. Os resultados no final da sessão eram muito bons, a paciente estava bem mais calma e relaxada. Era como se o efeito do treino de relaxamento tivesse sido multiplicado por 10.

Tudo correu bem até ás sensações de desconforto se voltarem a manifestar e consequentemente os pensamentos automáticos de dúvida. Nesta intensifiquei as minhas pesquisas acerca de artigos sobre EMDR e consegui encontrar este artigo: http://www.examiner.com/article/treating-birth-trauma-with-emdr-part-one

Ao ler esta informação obtive a validação para avançar com mais confiança com um protocolo clássico de EMDR. Foi muito interessante o que aconteceu nas sessões seguintes, os pensamentos ansiogénicos desapareceram e as sensações desconfortáveis habituais das mulheres grávidas passaram a ser interpretadas sem ansiedade. Surgiu de imediato a questão “como é que foi tão rápido? Como é que pensamentos obsessivos que até então tinham sido tão resistentes ao tratamento com Terapia Cognitiva e mesmo com terapia EMDR agora tinham simplesmente desaparecido?”


Para responder a esta pergunta farei uma segunda parte deste artigo dentro de dias em conjunto com o meu colega Diogo Gonçalves. 



quinta-feira, outubro 10, 2013

Meditar com facilidade

No dia a dia da nossa clínica - a Psicronos - muitas vezes temos necessidade de ajudar os nossos pacientes e clientes a encontrarem formas de lidarem com os estados ansiosos e de stress.

A meditação é uma excelente forma de entrarmos em contato connosco próprios, de reduzirmos os níveis de ansiedade base e de recuperarmos física e emocionalmente.

Encontrei este video fantástico que explica de uma forma muito acessível como meditar pode ser simples, fácil e rápido :-).

Meditação em um instante – Como meditar em 1 minuto



Meditação em um instante, legendado (One Moment Meditation, with pt-BR subtitles).

quarta-feira, maio 22, 2013

Bullying (III): um ciclo que se perpetua?


Como consequência da violência repetida do Bullying, existe uma clara diminuição da auto-estima e surgem manifestações de ansiedade, irritação, agitação, depressão e medo. Do ponto de vista somático, são frequentes alterações no sono, dores de barriga e diminuição do apetite. A partir de certa altura, a criança ou adolescente tende a começar a resistir a ir para a escola e apresenta uma quebra no rendimento escolar. Em situações mais dramáticas, pode mesmo haver tentativa de suicídio, algumas vezes conseguida, como nos têm vindo a dar a conhecer os meios de comunicação.Em alguns casos, a vítima convence-se que a agressividade é o melhor meio para atingir os fins e passa a assumir a postura de agressor em vários contextos da sua vida.

O ciclo do Bullying deixa a vítima relativamente isolada. De um lado temos o agressor ou o mentor do bullying, o seu seguidor, que é muitas vezes o perpetrador da agressão, o apoiante que participa no ato e o apoiante passivo que, apesar de não participar, aprova. Existe ainda o observador neutro, que não assume nenhuma posição. Do lado da vítima, estão o defensor passivo, que desaprova o bullying, mas não protege, e o defensor que procura ativamente proteger a vítima. É claramente uma situação de desequilíbrio que mantém a vítima num ciclo que pode prolongar-se por um período extremamente longo.

Os pares, ou a audiência, têm portanto um papel fundamental na manutenção do bullying. De um lado aprovam e incentivam, dou outro afastam-se sem se comprometer. Alguns colegas e amigos querem ajudar, mas não sabem como. Muitos estudos indicam que um episódio pode terminar em menos de um minuto se o bullie não tiver audiência.



quarta-feira, outubro 07, 2009

ARTIGO DO NEW YORK TIMES SOBRE OS BÈBÉS ANSIOSOS



http://www.nytimes.com/2009/10/04/magazine/04anxiety-t.html?_r=1&src=tptw


Vale a pena ler na íntegra este artigo do New York Times sobre a anxiedade e a tendência inata que alguns bébés têm para ficar mais facilmente ansiosos. A ansiedade é descrita neste estudo como não propriamente um medo de algo objectivo, mas um medo que "descarrila", uma sensação generalizada de ameaça.

As experiências do Prof. Kagan, um estudo longitudinal, tiveram início há 20 anos e foram observados centenas bébés. Alguns deles exibiam desde muito cedo uma espécie de inquietação, uma tendência para ficarem rapidamente ansiosos. Entretanto, o estudo do cérebro humano avançou muito, e hoje sabe-se que as reacções destes bébés estão ligadas à actividade da amígdala. A espessura do cortex cerebral também aparece afectada a médio prazo, embora ainda não se saiba se como causa ou consequência. O mais provável é que a ansiedade exagerada tenha, também ela causas múltiplas (internas e externas) e que a experiência vivenciada venha por sua vez reforçar a tendência de algumas crianças para estarem sempre demasiado vigilantes, preocuparem-se demasiado, ficarem a ruminar à volta dos medos, tornarem-se mais introvertidas, mais receosas, num processo de feddback que pode durar uma vida inteira. Algumas das crianças estudadas demontraram, no entanto, que era possível romper esse ciclo vicioso e transformar a ansiedade em algo de vivível com menos sofrimento. A experiência de vida, e a forma com esta é integrada, é determinante.
Mas vale a pena ler este artigo do New York Times por inteiro. São 12 paginas muito interessantes para percebermos os nossos bébés - e os adultos, claro, a começar por nós mesmos.