quarta-feira, outubro 15, 2008
Congresso "Crianças em Perigo"
Apesar de nascerem cada vez menos crianças, estamos a "produzir" cada vez mais crianças em perigo. Sendo assim, o grande desafio do futuro talvez não seja a discussão sobre a natalidade. Nem a forma de fazer face ao perigo. Mas, sobretudo, acarinhar os recursos saudáveis com os quais deixem de estar "em vias de extinção" e possam ser felizes, simplesmente.
Convidamo-lo, por isso, a estar presente no Congresso "Crianças em Perigo", a decorrer Sábado, dia 15 de Novembro, em Lisboa, no Hotel Olissippo Oriente (Parque das Nações).
Este Congresso será organizado pela Clínica Bebés & Crescidos, sob a Direcção Clínica do Prof. Doutor Eduardo Sá.
Destinar-se-à a Técnicos Superiores e Estudantes, sobretudo das áreas de Serviço Social, Intervenção Social e Comunitária, Sociologia, Educação, Ciências da Educação, Educação Social, Reabilitação Social, Medicina, Direito e Psicologia, mas igualmente a meros interessados na temática do desenvolvimento infantil.
A equipa Bebés & Crescidos
Para mais informações contacte:
Bebés & Crescidos
Rua Machado de Castro, N.7, R/C, Coimbra
Tel/Fax:239 841 109
segunda-feira, outubro 13, 2008
I Colóquio de Psicoterapia Psicanalítica - Modelo (s) em Psicoterapia Psicanalítica
quarta-feira, outubro 08, 2008
Música no ISPA
segunda-feira, outubro 06, 2008
Ser da terra...
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleira
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso
A Clara Pracana na Prova Oral
Quem não teve oportunidade de ouvir a Clara Pracana no programa do Fernando Alvim, Prova Oral, poderá fazê-lo através do site da Antena 3 no Podcast.
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=1070
domingo, outubro 05, 2008
Seminário em Ourém - 11 de Outubro
Uma responsabilidade de todos nós.
O que é que nós, pais e professores, podemos fazer?
sábado, outubro 04, 2008
STOP ao Cancro do Cólo do Útero
Parece-me ser um tema do maior interesse e é tão simples contribuir, bastam dois minutos. Colabore também assinando a petição em www.cervicalcancerpetition.eu
quarta-feira, outubro 01, 2008
SIMPÓSIO REVISTA INTERACÇÕES
Realiza-se na próxima sexta-feira, dia 3 de outubro,pelas 10 horas o simpósio subordinado ao tema "Carlos Amaral Dias e o Nexus Psicanalítico" no Instituto Superior Miguel Torga em Coimbra.
10h – 13h
ABERTURA
pelo Editor
O TRABALHO DE TECER A VIDA
Biografia comentada por José Henrique Dias
A OBRA E SUAS AUTORIZAÇÕES: AUTORIA E AUTORIDADE
PARA PENSAR
Conferências proferidas por António Coimbra de Matos e Clara Pracana
INTERVENÇÃO
de Carlos Amaral Dias
15h – 18h
QUAL O ESTADO DA INTERACÇÃO ENTRE PSICANÁLISE E SOCIEDADE, NO MUNDO DE HOJE?
Discussão de Ana Vasconcelos e a Audiência com Carlos Amaral Dias
Encerramento
Instituto Superior Miguel Torga Sala nº 1 do Edifício da Rua Augusta, nº 46
Tel: (+351) 239 488 030
Fax: (+351) 239 488 031
ismt@ismt.pt
http://www.ismt.pt/
domingo, setembro 28, 2008
O palhaço!
No interior do Brasil havia uma aldeia muito pequena e isolada, com poucos habitantes.
Havia lá um palhaço que tinha um espectáculo muito animado. Todos os dias dava um espectáculo na praça da aldeia, e não havia quem não risse com esse palhaço, todo mundo ficava pra cima com o espectáculo desse palhaço.
Um dia, lá no médico da aldeia, chega um sr que diz:
-"Dr. eu estou muito deprimido, estou muito em baixo, estou pensando até acabar com a minha vida".
O médico responde: "Não faz isso, que se passa com você? Você não tem família, pensa na sua família, pensa no seu trabalho, você não pode fazer isso".
-"Eu não tou aguentando mais, tou mesmo muito em baixo, não dá mais"
-"Espera, você vai fazer o seguinte; há um palhaço que todo o dia faz um espectáculo na praça, e que faz todo o mundo rir, não há quem não fique pra cima quando vê o espectáculo do palhaço, você vai ver esse palhaço e vai ver que fica melhor"
-"Dr, se esse é o meu remédio, eu estou arruinado, é que o palhaço, sou eu!"
quarta-feira, setembro 17, 2008
cardo cravado em querer: desejo encarnado
não ter a mão de ninguém
tenho a estranha natureza
de florir com a tristeza
e com ela me dar bem
dói-me o Tejo e dói-me a Lua
dói-me a luz dessa aguarela
tudo o que foi criação
se transforma em solidão
visto da minha janela
o tempo não me diz nada
já nada em mim se consome
não sou principio nem fim
já nada chama por mim
até me dói o meu nome
dói-me ser a Flor do Cardo
não ter a mão de ninguém
hei-de ser Cravo Encarnado
que vive em pé separado
e acaba na mão de alguém
letra joão monge, o silêncio da escuta, ou a voz de aldina duarte
quinta-feira, setembro 04, 2008
O Pastor Amoroso
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Uma das coisas que as férias permitem é o descobrir de novos horizontes através da leitura de algo completamente novo como a poesia de Alberto Caeiro. Este é descrito como “ O argonauta das sensações verdadeiras” por Fernando Pessoa. A descrição efectuada por Ricardo Reis é mais extensa “A vida de Caeiro não pode narrar-se pois que não há nada nela de que narrar. Seus poemas são o que nele houve de vida.”
Será que uma vida simples é vazia de emoções? Para Alberto Caeiro as emoções eram a própria vida… mas será que a felicidade depende só das emoções?
Deixo esta provocação aos leitores!
quarta-feira, setembro 03, 2008
Encontros … Num dia diferente
ENCONTROS … NUM DIA DIFERENTE
Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão
16 de Outubro 2008
Decorre a 16 de Outubro de 2008, no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) o evento «Encontros num Dia Diferente», um evento direccionado a pessoas portadoras de deficiência, familiares e demais interessados.
A actividade é promovida pelo Serviço de Lesões Vertebro-Medulares do CMRA e pelo Núcleo de Animação Cultural e Recreativa.
Durante a manhã serão organizadas sessões para partilha de experiências de pessoas portadoras de deficiência e seus familiares e durante a tarde serão realizadas várias actividade tais como: dança, relaxamento, Pilates, basquetebol, hipismo, atelier de pintura e ténis, além de haver um espaço para exposições.
As inscrições são gratuitas, centradas no Núcleo de Animação Cultural e Recreativa do CMRA, até 30 de Setembro. Peça a sua ficha de inscrição para cristina.vazalmeida@scml.pt
sexta-feira, agosto 29, 2008
Escuridão mundial
Escuridão mundial: No dia 17 de Setembro de 2008 das 21:50 às 22:00 horas propõe-se apagar todas as luzes e se possível todos os aparelhos eléctricos, para o nosso planeta poder 'respirar'.
Se a resposta for massiva, a poupança energética pode ser brutal.
Só 10 minutos, para ver o que acontece.
Sim, estaremos 10 minutos às escuras, podemos acender uma vela e simplesmente
ficar a olhar para ela, estaremos a respirar nós e o planeta.
Lembrem-se que a união faz a força e a Internet pode ter muito poder e podemos
mesmo fazer algo em grande.
Parece-me uma sugestão interessante. Vou segui-la. E vocês?
terça-feira, agosto 19, 2008
Liberdade! Por Fernando Pessoa
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira.
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original,
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa…
Livros são papeis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quando é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…
Muito se pode dizer acerca deste poema de Fernando Pessoa, mas para mim a ideia principal é chegar a um estado de liberdade através das coisas simples da vida… mas isso é simplesmente cada vez mais impossível nos dias que correm!
quinta-feira, agosto 14, 2008
Mad World
Deixo-vos a letra e o clip da versão de Gary Jules.
All around me are familiar faces
worn out places,
worn out faces
Bright and early for the daily races
Going nowhere, going nowhere
Their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I wanna drown my sorrow
No tomorrow, no tomorrow
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very very,
mad world, mad world
Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday, Happy Birthday
And I feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very very,
mad world, mad world
Enlarging your world,
mad world
http://www.youtube.com/watch?v=4N3N1MlvVc4
segunda-feira, agosto 11, 2008
Médicos preferem... A cultura do Prozac...
Sente-se deprimido, ansioso, dorme mal e não consegue trabalhar. Se for a um médico, o mais provável é que saia do consultório com várias receitas de antidepressivos e ansiolíticos, em vez de novas marcações para fazer psicoterapia ou psicanálise. Esta é, pelo menos, a conclusão de um estudo publicado na “Archives of General Psichiatry”. O estudo foi feito nos Estados Unidos, mas traça um retrato fiel do que se passa hoje nos países ocidentais.
In Diario Económico on-line de 11/08/2008
sábado, agosto 09, 2008
quinta-feira, agosto 07, 2008
terça-feira, agosto 05, 2008
sábado, agosto 02, 2008
O desenvolvimento do bebé até aos 3 anos
Muitos pais têm naturalmente algumas preocupações em relação ao crescimento dos seus filhos. Será que ele(a) está a crescer de acordo com o que seria esperado para sua idade? Existem naturalmente variações de criança para criança. Há crianças com ritmos de crescimento mais rápidos e outras mais lento e esse ritmo deve ser respeitado, se bem que se possa e deva estimular as competências que possam estar um pouco menos desenvolvidas. As aquisições que se apresentam de seguida associadas a uma determinada idade devem ser entendidas apenas como um indicador, se o seu filho(a) ainda não desenvolveu a competência assinalada para a sua faixa etária não é motivo para preocupação deverá simplesmente estimulá-lo mais na aquisição dessa mesma competência.
No primeiro ano de vida o bebé faz inúmeras aquisições.
Aos 12 meses já é capaz de:
Andar apoiando-se nos moveis
Gosta particularmente de colocar os objectos uns dentro dos outros
É capaz de abrir gavetas e portas de armários baixas
Expressa as suas emoções de uma forma reconhecível e explicita
Atira beijinhos
É capaz de pronunciar algumas palavras que já são compreensíveis
Se bem que entenda as proibições, gosta de lhes desobedecer de forma consciente, como forma de "marcar o seu território"
Quando lhe mostramos agrado por algo que tenha feito bem ou com graça, repete o que fez.
Dos 12 aos 15 meses:
Gatinha com habilidade apoiando-se nas mãos e nos pés
Caminha com certa firmeza sem necessidade que ninguém o ajude
Consegue meter objectos dentro de caixas
Diverte-se atirando coisas ao chão para ouvir o ruído que faz ao cair
Com um lápis nas mãos faz riscos sobre um papel
Mediante gestos, sons e atitudes é capaz de expressar as suas emoções
Reconhece e pronuncia algumas palavras simples como "mamã" e "papá"
Compreende perguntas simples que lhe são dirigidas
Identifica imagens
Quando consegue fazer com que os outros se riam com uma atitude sua, repete-a constantemente
Sente-se muito feliz na presença de pessoas
Entende quase tudo o que se lhe diz, mas por vezes não quer obedecer às ordens que se lhe dão
Dos 15 aos 20 meses:
Caminha com passos ainda não muito firmes e com muita precaução
Baixa-se e levanta-se sozinho
Para subir escadas inicialmente fá-lo de gatas e depois trepa
É capaz de voltar as páginas de um livro, se bem que ainda as queira rasgar
Imita acções, gestos e sons, sobretudo dos animais
A sua memória já lhe permite recordar onde está algo que lhe mandem buscar
Quando pinta, substitui os riscos por manchas
Conhece pelo menos 10 palavras e entende significados opostos como dentro e fora, bom e mau, aqui e ali
Quer sempre os brinquedos das outras crianças
Gosta de brincar perto de outras crianças, mas não com elas
Prefere a companhia de adultos
Expressa o seu amor pelos membros da família, pelos seus brinquedos e pelos animais de estimação, caso existam.
Dos 21 aos 24 meses:
Sobe e desce escadas sem se apoiar com as mãos, mas colocando ainda os dois pés em cada degrau
Já consegue comer e beber sozinho sem entornar demasiadas coisas na mesa
Já consegue calçar e descalçar as meias e os sapatos sem ajuda
O seu vocabulário é enriquecido com várias dezenas de palavras, mas muitas delas querem dizer coisas diferentes
Já é capaz de se reconhecer ao espelho
Pede tudo o que quer: comida, água, um brinquedo e até... para ir ao bacio!
Sabe o significado do Não e do Sim
Desenha gatafunhos
Imita os pais em tudo o que eles fazem
Começa a zangar-se menos com as outras crianças e já brinca com elas, se bem que por pouco tempo
Gosta de chamar a atenção dos adultos realizando acções do género de os agarrar, zangar-se com eles e inclusivamente bater-lhes
Dos 24 aos 30 meses:
Corre e dá pontapés numa bola quase sem cair
Ainda não sabe travar uma corrida e é difícil dobrar uma esquina
Dança acompanhado ao ritmo de uma música que seja do seu agrado
Consegue amontoar vários objectos em equilíbrio
As suas mãos já têm agilidade necessária para desenroscar uma tampa, abotoar um botão e subir e descer um fecho éclair
O seu vocabulário já é de cerca de 300 palavras e consegue construir frases empregando verbos
A sua capacidade de atenção aumenta imenso
As cores interessam-lhe e já as consegue distinguir, se bem que ainda não as consiga nomear
Pronuncia o seu próprio nome para falar de si mesmo
Explode em birras com bastante frequência
Tenta sempre impor a sua vontade
Procura a independência, mas com a autorização dos pais
Dos 30 aos 36 meses:
Salta mantendo os dois pés no ar
O seu equilíbrio já lhe permite saltar de costas e saltar "ao pé-coxinho"
Despe-se sozinho
Quando vê o seu nome escrito em letras maiúsculas, reconhece-o
O seu vocabulário já tem aproximadamente mil palavras e usa-as com desenvoltura e fluidez
Já sabe o nome das cores
Sabe que há meninos e meninas e está consciente do grupo a que pertence
Entende o sentido do conceito "amanhã"
Continua a ser egoísta e não entende que todos não aprovem o que faz
Começa a ser social com outras crianças
Pode sentir diversos medos: da escuridão, dos animais, das pessoas diferentes, etc.
sexta-feira, agosto 01, 2008
"Mulheres ao Espelho"
daquilo que disseste quando os meus seios começaram
a crescer. O amor foi tão parco, a solidão tão grande,
murcharam tão depressa as rosas que me deram –
se é que me deram flores, já não tenho a certeza, mas tu
deves lembrar-te porque disseste que isso ia acontecer.
Mãe, eu quero ir-me embora – os meus sonhos estão
cheios de pedras e de terra; e, quando fecho os olhos,
só vejo uns olhos parados no meu rosto e nada mais
que a escuridão por cima. Ainda por cima, matei todos
os sonhos que tiveste para mim – tenho a casa vazia,
deitei-me com mais homens do que aqueles que amei
e o que amei de verdade nunca acordou comigo.
Mãe, eu quero ir-me embora – nenhum sorriso abre
caminho no meu rosto e os beijos azedam na minha boca.
Tu sabes que não gosto de deixar-te sozinha, mas desta vez
não chames pelo meu nome, não me peças que fique –
as lágrimas impedem-me de caminhar e eu tenho de ir-me
embora, tu sabes, a tinta com que escrevo é o sangue
de uma ferida que se foi encostando ao meu peito como
uma cama se afeiçoa a um corpo que vai vendo crescer.
Mãe, eu vou-me embora – esperei a vida inteira por quem
nunca me amou e perdi tudo, até o medo de morrer. A esta
hora as ruas estão desertas e as janelas convidam à viagem.
Para ficar, bastava-me uma voz que me chamasse, mas
essa voz, tu sabes, não é a tua – a última canção sobre
o meu corpo já foi há muito tempo e desde então os dias
foram sempre tão compridos, e o amor tão parco, e a solidão
tão grande, e as rosas que disseste um dia que chegariam
virão já amanhã, mas desta vez, tu sabes, não as verei murchar.
Poema dito e escrito por Maria do Rosário Pedreira em "Mulheres ao Espelho" - Aldina Duarte (Roda-Lá Music, 2008)
segunda-feira, julho 28, 2008
quarta-feira, julho 23, 2008
As músicas de Lorenna McKennitt
http://br.youtube.com/watch?v=s1AcESk7JBA&feature=related
Passado, presente, futuro!
terça-feira, julho 22, 2008
Os pensamentos entre as palavras.
Já tinham pensado nos pensamentos entre as palavras?
Ordem dos Psicólogos
segunda-feira, julho 21, 2008
(des)entendimento
" ... compreender a essencial inexplicabilidade da alma humana, cercar estes estudos e estas buscas de uma leve aura poética de desentendimento.
Tem talvez qualquer coisa de diplomático, mas até com a verdade, meu querido Gaspar Simões, há que haver diplomacia.".
Penso.
quinta-feira, julho 10, 2008
Amanhã: Conferência Aberta no Instituto de Psicanálise em Lisboa
O Instituto de Psicanálise vai abrir as suas portas para acolher a conferência do Prof. Luís Carlos Menezes. A Conferência irá decorrer às 21:30h e a entrada é livre.
Luís Carlos Menezes é Presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de S. Paulo (SBPSP), Psiquiatra, Doutorado pela Universidade de Paris XI. O objectivo desta visita é podermos beneficiar da longa e diversificada experiência formativa e clínica de Luís Carlos Menezes.
Dia 11 de Julho (sexta-feira) às 21.30h
Conferência:
Preservem as Flores Selvagens: aderência, adesão e lucidez - Variações Metapsicológicas sobre o tema do Poder.
Nesta Conferencia o autor, tendo como fio condutor o pensamento de Freud, de Hannah Arendt e de Nietzsche, reflectirá sobre a contra-corrente às imposições massificadoras e conformistas do colectivo.
Esta Conferência, aberta ao público, será comentada por Duarte Cabral de Melo (Arquitecto e Urbanista).
Morada do Instituto de Psicanálise:
Av. da República, 97 - 5º, 1050-190 Lisboa
Tel.: 217 972 108 Fax: 217 936 224
e-mail: institutopsicanalise@gmail.com
terça-feira, julho 01, 2008
Mulher morre na sala de espera de hospital americano perante indiferença de funcionários
A notícia e o video em: http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080701121222&z=1
No vídeo referem que após a divulgação das imagens foram despedidos 6 técnicos, incluindo 2 seguranças.
A meu ver, a punição para a negligencia nestes casos é obviamente necessária mas a questão não se resolve senão com formação.
É nossa obrigação formar os técnicos e profissionais que trabalham na saúde, mas é também obrigação dos técnicos e profissionais procurar formação e informação. Sobretudo na área da saúde mental, onde é tão frequente que aconteçam estas e tantas outras situações horríveis, desumanas e totalmente inadmicíveis.
quarta-feira, junho 18, 2008
segunda-feira, junho 16, 2008
Melancolias
A pessoa que sofre do abatimento e profunda tristeza provocada pela "depressão", foi carregando o sofrimento dentro de si durante muito tempo até que ele acabou por dominá-la completamente, tornando o dia e a noite num “vale de lágrimas” sem sentido e em que as outras pessoas à volta parecem não entender e aceitar o que se passa.
Frequentemente, como a dor e a angústia são tão grandes, recorre-se à medicação e esta pode facilmente começar a ser tomada sem qualquer controlo. A medicação pode ser muito útil mas deverá ser utilizada com muito cuidado e responsabilidade, sempre com aconselhamento e acompanhamento médico, sobretudo de um psiquiatra competente.
Na minha experiência como psicólogo clínico com casos desta natureza, tenho comprovado que uma correcta medicação pode ser uma ajuda importante para que os pacientes se sintam menos angustiados para que depois, num segundo tempo, através de um acompanhamento psicológico regular, seja possível começar a analisar os verdadeiros motivos que os fazem sentir infelizes, desesperados e sobretudo incompreendidos.
Muitas vezes quem sofre de "depressão" não consegue saber exactamente o que provoca o mal-estar e é tarefa do psicólogo identificar a origem da(s) “ferida(s)” para que, ao longo das consultas, se possa iniciar o processo de “cicatrização”.
Não é possível voltar atrás para alterar o passado mas podem ser criadas as condições terapêuticas necessárias para que o presente deixe de ser visto como tão negro e sem saída e a pessoa possa recomeçar a ter esperança e entusiasmo face ao Futuro. Não é voltar atrás à infância mas acertar contas com o passado…
sexta-feira, junho 13, 2008
Presumir
Presumimos que sabemos e presumimos que os outros sabem.
Partimos do princípio - para nossa tranquilidade mental - que sabemos bastante mais do que aquilo que verdadeiramente sabemos ou poderíamos saber e de igual forma presumimos, muitas vezes, que os outros sabem muito mais sobre nós, a nossa realidade pessoal, profissional, ideias, pensamentos, emoções, etc., do que verdadeiramente sabem ou poderiam saber. Presumir impede o acesso à realidade e dificulta a todos os níveis a comunicação produtiva e geradora de intimidade e crescimento.
terça-feira, junho 10, 2008
Análise Desenvolvimentista do Processo Terapêutico (ADPT)
Sábado das 10h às 13h e das 14.30h às 17.30h
Seminarista: Michael Basseches, Ph. D.
Acerca do autor: Investigação, publicações e ensino relativos ao desenvolvimento cognitivo, social e do ego do adolescente e do adulto, particularmente nos contextos de ensino superior, psicoterapia e supervisão. Este trabalho tem-se traduzido em várias comunicações, conferências e seminários a nível nacional e internacional, bem como em várias publicações.
Programa do Seminário.
I. Introdução: asserções integrativas básicas, contexto desenvolvimentista e a estrutura conceptual da ADPT. Dois aspectos da integração em psicoterapia.
A. Comunalidades entre terapias relativas a recursos que facilitam o desenvolvimento.
B. Comunalidades entre casos bem-sucedidos relativos a movimentos dialécticos identificáveis dentro do movimento desenvolvimentista.
C. Exemplos potenciais de integração terapêutica (i.e. factores comuns ás diversas orientações.
D. Discusão.
II. Motivações para o desenvolvimento da ADPT
A. Desenvolver uma linguagem e estrutura comuns para promover comunicação entre as diferentes orientações.
B. Como a alternativa à investigação tradicional, no sentido da demonstração da eficácia da terapia a nível de “caso único”.
C. Como ferramenta de reflexão pessoal ou de supervisão relativa a casos individuais ou como ferramenta de treino.
III. Ilustração prática do uso de ADPT, demonstrando e descrevendo o modo como a terapia promove o desenvolvimento do paciente.
IV. Demonstração e pratica de competências para utilizar a ADPT na identificação de movimentos dialécticos no contexto da prática terapêutica (apresentação, discussão, exercícios):
A. Identificar recursos e mudanças terapêuticas.
i. Apoio atencional.
ii. Interpretação.
iii. “Enactment”.
B. Identificar movimentos desenvolvimentistas na terapia.
i. Conflitos.
ii. Síntese.
V. Utilizar movimentos desenvolvimentistas específicos para demonstrar e praticar a análise de casos usando o método ADPT (demonstração e exercício)
VI. Quando a terapia se encontra bloqueada, utilizando a ADPT na identificação de problemas centrais na aliança terapêutica (demonstração, discussão)
VII. Discussão da ADPT e da Complementaridade Paradigmática.
Inscrições até 20 de Junho.
As inscrições podem ser efectuadas no secretariado da APTCC (tel. 213210100) e-mail: aptcc@cognitivas.org
Preço:
Sócios ou formandos da APTCC 80 euros
Não sócios 100 euros
segunda-feira, junho 09, 2008
MÚSICA
Ouçam o Mazgani no Youtube. Fabuloso!
http://www.youtube.com/watch?v=ItXPgiWzcZQ&NR=1
Associação Oficinas sem Mestre - Workshop "Animanias" em Aveiro
A Associação Oficinas Sem Mestre é um grupo de trabalho formado por psicólogos, professores, técnicos de serviço social, uma jurista e um jornalista, criado com o intuito de organizar espaços para pensar, trocar experiências, aprender a trabalhar com novos instrumentos e metodologias pedagógicas e terapêuticas e intervir nas áreas da saúde mental e da educação (criando, sempre que possível, parcerias com áreas afins).
No âmbito deste projecto, terá lugar, no dia 14 de Junho (sábado) o Workshop "Animanias", dinamizado por Rui Coimbra (psicólogo clínico) que nos sensibilizará para a utilização da animação cinematográfica como instrumento terapêutico e pedagógico. O workshop decorrerá no Museu da Cidade, em Aveiro, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h. A participação no mesmo custará 30 euros (25 euros para sócios).
No mesmo dia, teremos uma tertúlia de reflexão multidisciplinar aberta a todos os interessados. O psicólogo Rui Coimbra e a psicóloga e artista plástica Joana Patrício partilharão connosco a sua relação com a animação, quer enquanto instrumento de intervenção terapêutica quer como possibilidade de projecção pessoal, criação de narrativas íntimas e, como tal, consolidação da identidade
14 de Junho - Sábado - Museu da Cidade, Aveiro
workshop "ANIMANIAS" (9h30 - 12h30 / 14h-17h)
dinamizado por Rui Coimbra
(psicólogo clínico que utiliza a animação cinematográfica como instrumento terapêutico e pedagógico).
INSCRIÇÕES ATÉ DIA 13 DE JUNHO ATRAVÉS DO EMAIL: oficinasemestre@gmail.com
preço sócio: 25€ / preço para não sócios: 30€
TERTÚLIA (17h30 - entrada livre)
dinamizado por Rui Coimbra e Joana Patrício (psicóloga e artista plástica)
quarta-feira, junho 04, 2008
CRÓNICA
Ser Pai(s) hoje
Hoje em dia os pais questionam-se constantemente sobre seus papéis. Os livros e guias de pais crescem de forma abrupta e, paralelamente, as dúvidas do que é ser um bom educador também se tornam cada vez mais evidentes.
Os pais mais velhos/avós apresentam por vezes um discurso saudosista, dizendo que no tempo deles “é que era. Agora, esta juventude…”, “têm tudo facilitado”, “Eu eduquei-os … sozinha…”, etc. Nem todos, claro! Mas de forma generalizada, na rua, nos transportes, nas escolas, infantários, cabeleireiros e afins, vão-se ouvindo muitos comentários destes. Os pais, por outro lado, vão eles próprios absorvendo tais ditos e indubitavelmente reagem. Uns não aceitam, e podem reagir de forma a ir contra tais comentários e distanciando-se dos próprios pais “mais sabidos”. Outros, mais aflitos, culpabilizam-se e tentam tudo para serem igualmente tão bem capazes como foram os seus e “colam-se” às mezinhas educadoras. Outros ainda, vão sendo pais à sua maneira e seguindo seu “instinto”, aproveitando alguns dos ditos e dicas ancestrais e inovando com as suas próprias experiências, vivendo no seu tempo presente agora a sua parentalidade singular.
É verdade que nos tempos modernos, nesta tal “aldeia global”, tecnocrata e competitiva, os pais não possuem tarefa fácil. Afinal, têm de ser óptimos pais, óptimos profissionais, óptimos maridos e mulheres, óptimos filhos, óptimos, óptimos, óptimos… Outra questão que se poderia colocar, mas neste contexto só iria dispersar, seria qual o valor que a falha ocupa nas nossas cabeças, corações, vida… mas continuando em torno dos “super pais”, não devemos esquecer o valor real dos filhos, pois eles também terão o direito de igual estatuto de super, eles são afinal os super filhos dos super pais!
Talvez correndo o risco de se ser abusivo, estes super filhos são uns coitados! Coitados por caírem na teia dos super. É que até os super heróis ganharam um carácter tão omnipotente que é deveras difícil alcançá-los em valentia. Estes super filhos acabam por sofrer por ter também de ser super bem comportados, super bons desportistas, super giros, super bons alunos, super bons seres sociais, etc e tal.
No meio de tantos super tudo, onde vamos parar?!...
terça-feira, junho 03, 2008
Storytelling
7 de Junho, Sábado das 9.30h às 12.30h e das 14.00h às 16.00h
Na sala 3 da APTCC
(Rua da Misericórdia, 76 Lisboa)
Professora: Marianne Decroes
O seminário decorrerá em Inglês
O seminário centra-se no “storytelling com objectivos pedagógicos, utilizando histórias para ajudar as crianças em situações específicas e para desenvolver a sua imaginação, apresentando diversas experiencias concretas.
Adicionalmente, as histórias estimulam o desenvolvimento de sentimentos saudáveis e ajudam as crianças e adolescentes a ultrapassar a ansiedade. As crianças e jovens criam um contexto para as suas experiencias do dia-a-dia, desenvolvem uma compreensão das situações sociais e imaginam-se a si próprias como indivíduos que conseguem ultrapassar as suas dificuldades e ganhar auto-confiança para lidar com uma diversidade de situações sociais. O seminário procura demonstrar como se podem utilizar histórias tradicionais para atingir estes objectivos, bem como criar histórias para necessidades específicas.
Preço:
Sócios ou formandos da APTCC 50 euros
Não sócios 69 euros
As inscrições podem ser efectuadas no secretariado da APTCC (tel. 213210100) e-mail: aptcc@cognitivas.org
segunda-feira, junho 02, 2008
domingo, junho 01, 2008
A alegria e a dor!
E assim, definimos o investimento do objecto como um movimento da líbido para o outro, que, no seu percurso, investe o próprio.
O prazer vem portanto da actividade de estar com... Nasce do exercício da relação libidinal.
Por outras palavras: o investimento objectal acompanha-se de um investimento narcísico. É o estado amoroso.
A dor, a tristeza, é o deserto relacional. A ausência do outro para investir; o que reflexamente desinveste o próprio.
É a hemorragia da líbido através da ruptura da relação. Rompido o sistema relacional Self-objecto, o indivíduo sangra e sofre.
Perdido o objecto, não há apelo ao movimento libidinal. É então a queda da líbido, que, para não se esgotar na sangria da tristeza, abandona o Self e se refugia no Id (como a seiva das árvores, durante o Inverno: reflui para as raízes).
Para não cair na apatia, na impotência e no desespero, pela certeza da irreversibilidade da perda e a possibilidade da construção imaginária de um novo alvo. E, deste modo, sair do investimento nostálgico do objecto perdido.
A elaboração da perda faz-se, assim, pela mentalização do desprazer.
Fazer algo da dor: criar, pela invenção do imaginário, no espaço dolente da falta.
Sonhar... enquanto não se pode realizar.
Jamais desistir. Porque a "morte", essa, é "vazia; nem dor nem alegria".
Viver, apesar de... apesar da perda, apesar de tudo."
quarta-feira, maio 28, 2008
Seminário sobre Psicologia em Portimão
sábado, maio 24, 2008
Hoje: Congresso de Psicanálise
"Rir é o melhor Remédio?"
24 e 25 MAIO 2008
AUDITÓRIO DA REITORIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
INSCRIÇÕES ATÉ SÁBADO, 24 MAIO, NO SECRETARIADO
Hoje e amanhã, Sábado e Domingo, realizar-se, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, um Congresso de Psicanálise intitulado: "Rir é o Melhor Remédio?".
Será debatida a psicanálise e o senso de humor, numa perspectiva clínica mas também cultural.
Estarão presentes diversos profissionais, onde se incluem alguns dos mais conceituados psicanalistas. Destacam-se nomes como António Coimbra de Matos, Isabel Empis, Eduardo Sá e Carlos Amaral Dias que gravará no Auditório o programa de rádio da Antena 1 "Alma Nostra", onde participa semanalmente.
De referir a presença do Psiquiatra, José Luís Pio Abreu onde falará do seu livro, que criou polémica no meio científico, premiado internacionalmente, "Como Tornar-se Doente Mental".
Estarão, também, presentes dois elementos dos "Gato Fedorento", o Ricardo Araújo Pereira e o Miguel Góis, que irão falar do seu trabalho, de estratégias para a criação e a sua relação com a psicanálise e humor.
As inscrições poderão ser feitas, ainda, no sábado, dia 24, no secretariado.
quarta-feira, maio 21, 2008
segunda-feira, maio 19, 2008
O impacto da separação dos pais nos filhos menores
A Psicronos expandiu recentemente a sua actividade clínica e passou a incluir a especialidade psicologia infantil. No âmbito da Psicologia Infantil é frequente os pais e os técnicos questionarem-se sobre o impacto que a separação do casal gera nos filhos, principalmente quando são crianças.
Durante muito tempo foi veiculada a ideia de que os pais deveriam manter-se juntos, mesmo quando a relação conjugal está bastante degradada, em benefício dos filhos. A ideia de que separação dos pais é um acontecimento potencialmente muito traumatizante para a criança, levou muitos casais a perpetuarem a relação conjugal até à autonomia completa dos filhos ou pelo menos a adiarem a separação durante vários anos. Ainda há pouco tempo, uma colega contava-me que tinha esperado 7 anos para se separar do marido porque considerava que o filho era demasiado novo para sofrer as consequências da ruptura da relação parental. Durante esses 7 anos, ela e o marido sabiam que a relação estava terminada e que viviam um embuste apenas para garantir a estabilidade psicológica do filho.
Mais recentemente foi veiculada a ideia inversa, a de que é preferível para as crianças que os pais se separem do que sujeitá-las a discussões e agressões frequentes entre o casal.
Acho que neste, como em muitos outros casos, não existem receitas exactas nem correctas. Haverá situações em que a manutenção da relação conjugal mesmo que intensamente degradada é melhor e corresponde ao desejo mais profundo da criança. Noutras situações a separação abre espaço para uma relação mais saudável com cada um dos pais e a criança recupera um sentimento de bem-estar e felicidade que lhe era impossível enquanto os pais se mantinham juntos. Contudo, talvez possamos reflectir sobre algumas reacções possíveis.
A literatura e as investigações mais actuais são praticamente consensuais em afirmarem que a separação dos pais é habitualmente vivida com profundo desgosto e que a criança é obrigada perante a separação dos pais a se reorganizar internamente o que passa, muitas vezes, pela elaboração do luto num processo de colorido dominantemente depressivo.
Não pretendendo ser exaustiva, penso que é importante referir algumas particularidades do impacto da separação dos pais na criança:
A condição principal de uma separação bem-sucedida com impacto mínimo para a criança é a forma como os pais, cada um individualmente, consegue colocar o bem-estar da criança acima da sua relação de casal. O papel de pai e mãe deve continuar intacto, mesmo quando se dissolve o papel de marido e mulher.
Quando a criança é muito pequena (até mais ou menos aos três anos) o impacto da separação dos pais pode ser bastante baixo desde que ambos os pais se mantenham atentos e próximos da criança. Nestas idades a criança ainda não tem uma compreensão muito elaborada da relação entre o pai e a mãe e a sua satisfação depende fundamentalmente do bem-estar individual dos pais e da atenção e carinho que estes lhe oferecem. O grande risco nestas idades é que o pai que não ficou com a guarda do filho se afaste e não desenvolva um contacto estreito com o filho acompanhando-o com grande proximidade.
Entre os 3 e os 6/7 anos é, talvez, a idade mais complicada para a criança enfrentar a separação dos seus pais. A criança já interiorizou e aprendeu a aceitar e a lidar com a os pais (mesmo quando a relação entre os pais é má) e a separação é muitas vezes vivida como consequência da falta de amor de um dos pais por ele. A criança responsabiliza-se pela ruptura da relação e tem muita dificuldade em aceitar a saída e o afastamento de um dos pais. Sente-se abandonada, mal-amada e traída. Se os pais forem muito cuidadosos, falarem várias vezes com a criança, explicarem-lhe que não tem responsabilidade sobre o que está a acontecer, manterem os ritmos e os hábitos da criança e se ambos os pais se mostrarem satisfeitos com a decisão e tranquilos, as dificuldades da criança podem ser bastante amenizados.
A partir dos 7 anos até à adolescência as crianças já conseguem compreender melhor as motivações dos pais e responsabilizam-se menos pela separação; contudo vivem com muita tristeza a separação e muitas vezes acalentam para o resto da vida o desejo dos pais reatarem.
quinta-feira, maio 15, 2008
Olhando-se
O espelho enche-se com a tua
imagem; e queria tirá-lo da tua
mão, e levá-lo comigo, para
que o teu rosto me acompanhe
onde quer que eu vá.
Mas sem ti, o espelho
fica vazio; e ao olhá-lo, vejo
apenas o lugar onde estiveste, e
os olhos que os meus olhos procuram
quando não sei onde estás.
Por que não fechas os olhos
para que o espelho te prenda, e
outros olhos te possam guardar,
para sempre, sem que tenham de olhar,
no espelho, o rosto que eu procuro?
Palavras de Nuno Júdice que retratam a saudade, os sentimentos vividos pela separação e a dificuldade que poderemos ter em manter a representação daquele que parte, ou numa outra perspectiva a procura do Eu.
Tema que a Psicologia aborda continuamente, e que aqui, na linguagem dos poetas surge de forma tão clara.
quarta-feira, maio 14, 2008
All The Invisible Children
Ontem, conheci este filme, integrado no CICLO DE CINEMA DE SAÚDE MENTAL – este ano sobre os Maus-Tratos na Infância.
São 7 curtas-metragens que retratam 7 histórias passadas em 7 cantos do mundo, em 7 realidades sociais totalmente diferentes, e que de forma esmagadora nos mostram várias formas de maus-tratos na infância.
Os maus tratos na infância podem de facto ser sobre a forma da violência física, pela privação, pelo abuso, ou por coisas tão mais subtis, como disse Teresa Goldsmith, pelo simples facto de não se ter existência dentro do outro, não se existir na cabeça de ninguém.
Faz-nos falta ver, para nos começarmos a mobilizar mais, a pensar mais, atender mais a estas realidades e ao seu impacto na saúde mental, mas não só.
Os comentários foram da pedopsiquiatra Teresa Goldsmith e do cineasta João Mário Grilo.
Para a semana (3ªfeira às 21h) há mais no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, sito no Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, 1600-772 Lisboa.
segunda-feira, maio 12, 2008
Psicanálise e história
A Sociedade Portuguesa de Psicanálise vai realizar nos dias 16 e 17 de Maio o seu XXI colóquio. Este ano o tema do colóquio é Psicanálise e História.
Programa
Programa: Sexta-feira, 16 de Maio de 2008
08h30 Abertura do Secretariado
09h00 Sessão de Abertura:
Manuela Fleming
Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise
Luísa Branco Vicente
Presidente do Instituto de Psicanálise
João Barroso
Presidente do Concelho Cientifico Directivo da FPCE da UL
Maria da Conceição Almeida
Presidente da Comissão Organizadora
09h15 Conferência de Abertura:
A PSICANÁLISE e as CIÊNCIAS HUMANAS em PORTUGAL
Conferencistas:
Pedro Luzes
10h00 Conferência:
OS MITOS ORGANIZADORES do PENSAMENTO PSICANALÍTICO
Conferencistas:
Emílio Salgueiro
Comentário:
António Brachinha Vieira
Presidente:
Luísa Branco Vicente
11h00 Pausa
11h30 Mesa Temática:
O CONTO como ORGANIZADOR do PSIQUISMO: "CONTA-ME UMA HISTÓRIA..."
João Seabra Diniz
Ana Mourato
António Torrado
António Mendes Pedro
Moderador:
Teresa Sá
13h00 Almoço
14h30 Conferência:
O DIFÍCIL FLUXO de GERAÇÕES. MITO e PROGRESSO na CULTURA GREGA
Conferencistas:
Maria de Fátima Sousa e Silva
Comentário:
Deolinda Santos Costa
Presidente:
Maria Custódia Vinagre
16h30 Mesa Temática:
O ROMANCE na HISTÓRIA e a HISTÓRIA no ROMANCE
Miguel Serras Pereira
José Sobral
Miguel Real
Moderador:
Luísa Branco Vicente
Programa: Sábado, 17 de Maio de 2008
09h00 Conferência:
PSICANÁLISE e MÉTODO HISTÓRICO
Conferencistas:
Carlos Amaral Dias
Comentário:
Manuela Fleming
Presidente:
Rui Coelho
10h30 Pausa
11h00 Mesa Temática:
HISTÓRIA, PSICANÁLISE e EXPRESSÃO ARTÍSTICA
Cucha Carvalheiro
Maria do Carmo Sousa Lima
Ana Marques Gastão
Moderador:
Orlando Fialho
13h00 Almoço
14h30 Conferência:
"POR QUÊ TANTAS HISTÓRIAS". O LUGAR do FICCIONAL na AVENTURA HUMANA
Conferencistas:
João Maria Mendes
Comentário:
Rui Aragão
Presidente:
Maria da Conceição Almeida
16h00 Pausa
16h30 Mesa Temática:
VICISSITUDES NA CONSTRUÇÃO CLÍNICA DA NARRATIVA
Maria do Rosário Belo
Isabel Margarida Pereira
Maria Antónia Carreiras
Moderador:
Maria Fernanda Alexandre
18h00 Sessão de Encerramento
Veja mais detalhes no site da SPP
Livro
Lê o livro que sempre lhe coube ler, vai lendo, vivendo, uma após a outra, outra após uma, lê, lê-se e revê-se.
De repente, sem o susto de um susto que se sente medo, de repente, sem medo – o que não se espera só se sente depois – as páginas em branco.
Não pode ser, tudo branco, como branco é o que vê antes que algo apareça. Branco de branca que é a parede que a luz fria da tarde ilumina, e nada acontece. Nada. Procura página a página, agora depressa, mais depressa, nada. O preto que define letras, e letras que definem percursos, nada.
Homens pegariam em toda a força do pensamento e pelo punho, escreveriam continuando o que se interrompeu, outros ousariam viver outra história.
Este, repete as páginas que sempre leu.
Fecha o livro que perde o sentido de livro, não sendo mais que um conjunto de folhas brancas, volta ao princípio. E conta, lê-se, reconta-se sempre pelas mesmas letras, palavras, frases, sentidos que de serem sempre o mesmo perdem o sentido de palavras, frases, de livro.
Conferência "Género e Somatização".
7. A somatização e a prática médica - Importância, definições,classificações diagnósticas. A relação com a noção de género.
sábado, maio 10, 2008
Seminário "Teoria das Transformações - impacto do conceito de Transformação na Clínica Psicoterapêutica e Psicanalítica"
Para qualquer esclarecimento contacte Célia Guilherme ou Fernanda Gil na CLINIPINEL pelo telefone 21 330 48 51 ou pelo endereço electrónico clinipinel@mail.telepac.pt .
sexta-feira, maio 09, 2008
Ciclo de Cinema de Saúde Mental - Maus-Tratos na Infância
O Departamento de Acção Social da Câmara Municipal de Lisboa, em colaboração com a Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e com a Associação das Mulheres contra a Violência, organiza o CICLO DE CINEMA DE SAÚDE MENTAL – Maus-Tratos na Infância.
Este tem como principal objectivo a promoção de debate sobre as questões da Saúde Mental e dos Maus-Tratos na Infância, fomentando a interacção e o cruzamento das perspectivas da Saúde Mental e do Cinema.
A entrada será livre e a exibição dos filmes realiza-se no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, sito no Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, 1600-772 Lisboa.
PROGRAMA
Dia 13 de Maio de 2008 – 21h00 – "Crianças Invisíveis" de Mehdu Charef, Emir Kusturica, Spike Lee, Kátia Lund, Jordan Scott e Ridley Scott, Stefano Veneruso, John Woo;
Comentários:
Teresa Goldsmith
João Mário Grilo
Dia 20 de Maio de 2008 – 21h00 – "Os Coristas" de Christophe Barratier
Comentários:
Daniel Sampaio
Ana Paula Torres Carvalho
Dia 27 de Maio de 2008 – 21h00 – "Má Educação" de Pedro Almodóvar
Comentários:
João Seabra Diniz
Mário Augusto
O primeiro filme, dia 13 de Maio, próxima Terça-Feira, às 21h00.
Sinopse:
«Crianças Invisíveis», é uma colectânea de sete curtas-metragens, dirigida por cineastas de prestígio internacional, que narram, através da sua perspectiva pessoal, histórias únicas sobre as condições de vida das crianças na região do mundo de que são originários.
«Tanza», de Mehdu Charef, com Adama Bila e Elysee Rouamba, retira o seu nome do herói do filme, um rapaz de 12 anos que se alista num exército de lutadores pela liberdade;
«Blue Gypsy», de Emir Kusturica, com Uros Milovanović e Dragan Zurovac, conta a história de um jovem cigano prestes a sair de um reformatório;
«Jesus Children of America», de Spike Lee, com Hannah Hodson, Rosie Perez e Andre Royo, conta a luta de uma adolescente de Brooklyn que descobre ser a filha seropositiva de um casal de toxicodependentes;
«Bilu & João», de Kátia Lund, com Vera Fernandes e Francisco Anawake de Freitas, retrata um dia na vida de duas crianças com espírito de iniciativa, nas ruas de São Paulo;
«Jonathan», co-dirigido por Jordan Scott e Ridley Scott a partir de um argumento do primeiro, com David Thewlis, Kelly MacDonald e Jack Thompson, descreve a vida de um repórter fotográfico, cuja desesperada necessidade de escapar ao seu tormento pessoal o permite regressar à sua infância;
«Ciro», de Stefano Veneruso, com Daniele Vicorito e Emanuele Vicorito, é a história de um jovem a viver entre o crime e as brincadeiras próprias da sua idade, nos bairros pobres de Nápoles;
«Song Song & Little Cat», de John Woo, com Zicun Zhao, Ruyi Qi e Bin Wang, segue o laço muito especial entre um órfão sem dinheiro e uma jovem rica mas perturbada.
Filme feito para beneficiar a UNICEF e o Programa Mundial de Alimentação, tem como tema a vivência das crianças desde o Burkina Faso à Cina, desde as favelas do Brasil a Brooklyn nos Estados Unidos, passando pela Europa. Os realizadores doaram o seu trabalho e tiveram total liberdade artística.
A canção dos créditos finais, "Teach me again", é interpretada por Elisa e Tina Turner.
Para eventuais esclarecimentos contactar Equipa da Saúde/ Saúde Mental através dos números de telefone: 213944410/11/17.
quinta-feira, maio 08, 2008
DIA 13 de MAIO 2008 às 21H00
Na Cafetaria do INSTITUTO FRANCO-PORTUGUÊS
TEMA: O IMPENSÁVEL / L’IMPENSABLE
Debate em francês e português animado por
Jean-Yves Mercury
Dominique Mortiaux
Nuno Nabais
O próximo « café-philo » terá lugar a 13 de MAIO de 2008 às 21 horas na cafetaria do Instituto Franco-Português.
Tema: O Impensável.
Domique Mortiaux , Jean-Yves Mercury e Nuno Nabais animam o debate e provocam a reflexão.
___
Parece extremamente interessante e enriquecedor outras perpespectivas para pensar o Impensável que paradoxalmente somos levados a Pensar.
Humor
Encontrei um artigo no sapo, que descreve de forma muito simples, as implicações do "mau-humor" no trabalho, e até dá algumas sugestões mais comportamentais que achei engraçadas para partilhar.
O mau humor é uma das piores pragas no local de trabalho. Além de ser altamente contagioso e contaminar com facilidade quase todos os que com ele contactam, pode chegar a ter efeitos devastadores na produtividade de uma equipa. Uma discussão familiar, as horas passadas no trânsito ou mesmo uma preocupação no trabalho, podem deixar qualquer um de “candeias às avessas”, mas são situações pontuais, passageiras, que acabam por se resolver com o tempo e alguma paciência. Mas o que fazer para aqueles casos em que o mau humor se torna persistente?
Como evitar tornar-se naquele tipo de pessoa que, em todo o lado e a todo o momento, está de mal com o mundo e tudo mais o que o rodeia? Deixamos-lhe algumas recomendações essenciais, para não se tornar um “mal-humorado” crónico.
- Deixe de ser do contra! Em vez de estar constantemente a pôr em questão cada situação da vida e as atitudes de quem o rodeia, procure ser mais tolerante. Uma empresa precisa de colaboradores com energia, envolvidos com o grupo e motivados, e não de alguém que constantemente entra em conflitos… Tem a certeza que quer tornar o ambiente de trabalho ainda mais pesado do que a própria rotina?
- Comprometa-se. Faça um acordo consigo próprio de não se deixar aborrecer com nada durante duas horas. Vencida a primeira etapa, vá renovando esse acordo regularmente. Verá que é cada vez mais fácil manter-se um pouco alheio às pequenas tricas do dia-a-dia.
- Ponha o perfeccionismo de lado. Se é daqueles que procura sempre a perfeição em tudo o que faz fique a saber que esse é um passo certo para a frustração e um bloqueio à boa disposição. Assuma que é suficiente fazer um bom trabalho e cumprir os seus objectivos, mesmo quando não atinge a tal perfeição que ambiciona.
- Espalhe simpatia. Não custa nada sorrir e saber retribuir um cumprimento com simpatia. Verá que a boa disposição é, também ela, contagiosa e uma eficaz arma contra a irritação e intolerância.
- Controle-se. Descarregar a raiva nos seus colegas ou passar um dia inteiro de “cara feia” para o mundo não vai ajudá-lo a resolver seus problemas. Aprenda a controlar as suas emoções.
- Abrande o ritmo. Muitas vezes, o facto de permanecer muitas horas na empresa e dar resposta às constantes solicitações diárias são factores suficientes para quebrar a sua boa disposição. É preciso saber desacelerar um pouco e aligeirar a tensão habitual.
- Racionalize. Perca alguns minutos a pensar se haverá mesmo motivos válidos para o seu mau humor… Na maior parte dos casos, pôr as coisas numa outra perspectiva é suficiente para eliminar parte dos problemas e sentir-se muito menos amargurado.
Notícia retirada daqui
"Dos 13 aos 17...Que Psicopatologias? Que Respostas?"
quarta-feira, maio 07, 2008
Vícios Online
8 de Maio às 18h30m
Protegidos pelo anonimato da tela de um computador, os adeptos do jogo online entram numa espiral de centenas de emoções virtuais que podem fazer perder milhões de forma bem real.
O perfil e padrão do jogador compulsivo começa por um mero passatempo mas, rapidamente, transforma-se numa obsessão.
O vício do jogo online afecta cada vez mais pessoas em todo o mundo e, em Portugal, já ronda os cem mil, declarando-se como uma verdadeira doença social, problema grave para o qual só agora os especialistas começam a estar alertados.
Que motivações levam a jogar de forma frenética a qualquer hora do dia ou da noite? Que consequências profissionais e familiares podem acarretar estes comportamentos?
Estas são apenas algumas das questões que, entre muitos outros convidados, o psicólogo Pedro Hubert; o médico João Goulão e o psiquiatra João Hipólito analisarão em mais um debate “Falar Global”, moderado por Reginaldo Rodrigues de Almeida.
Fundação Portuguesa das Comunicações - Átrio da Casa do Futuro Inclusiva
Entrada gratuita - Confirme a sua presença através de info@fpc.pt
terça-feira, maio 06, 2008
The Greatest...
http://www.youtube.com/watch?v=SDsxkQk6DWw
Definitivamente... one of the greatests...
(26 de Maio - Coliseu dos Recreios - Lisboa)
segunda-feira, maio 05, 2008
O Inadaptado
O desenrolar do filme leva a um final dramático em que o seu irmão gémeo Donald Kaufman morre pouco depois de lhe revelar o modo como ele encara a vida “O amor que temos pelos outros não pode ser estragado ao não ser correspondido!”. Uma versão romântica do “Não são os acontecimentos que nos perturbam, é o modo como os interpretamos que nos perturba!” tão nosso conhecido da Terapia Cognitiva.
Deixo de seguida a sinopse do filme que recomendo vivamente.
“O realizador Spike Jonze oferece-nos uma comédia de uma originalidade espantosa que mistura de forma indistinta situações e personagens de ficção com as pessoas reais: o obsessivo caçador de orquídeas, John Laroche (Chris Cooper), a jornalista e autora do livro, Susan Orlean (Meryl Streep), o autor de argumento de cinema, Charlie Kaufman (Nicolas Cage) e o seu irmão gémeo Donald Kaufman (também interpretado por Cage). À medida que Charlie tenta adaptar para o cinema a obra de maior sucesso de Orlean "O Ladrão de Orquídeas" este decide inserir-se no argumento do próprio filme. As várias histórias colidem umas com as outras num filme de uma imaginação fantástica.
"Inadaptado", o filme mais falado do ano, é simultaneamente um drama hilariante e uma comédia comovente.”