Por esta altura, muitos pais se deparam com os primeiros
dias de adaptação ao Jardim de Infância. Esta é, na maior parte das vezes, a
primeira oportunidade (e uma das principais) de adaptação ao mundo exterior.
Muitos são os receios e as angústias nesta nova fase,
sobretudo no que respeita à segurança da criança durante o dia. A separação é,
frequentemente, um momento doloroso, muitas vezes mais para os pais do que para
a criança. “Chora ele/a e choro eu”, dizem muitas vezes. Os pais tendem a
sentir-se culpabilizados por acharem que a criança se vai sentir abandonada e
esta ansiedade acaba por ser transmitida aos mais pequenos. A criança precisa
de sentir que vai ficar num local seguro, com uma educadora que vai cuidar de
si durante a ausência dos pais. Daí que uma relação aberta e tranquila com a
educadora, bem como a demonstração da confiança que depositam na mesma sejam
fatores importantes para que a criança a encare da mesma forma.
Prolongar o momento da separação não será recomendável. É
importante despedirem-se com um beijo e um abraço e com a mensagem clara de que
os pais voltarão para buscar o filho no final do dia. Depois, respire fundo e
não olhe para trás! Por outro lado, sair às escondidas é totalmente
desaconselhado. A criança precisa de previsibilidade e o desaparecimento súbito
dos pais pode deixá-la bastante assustada e com sentimento de abandono.
No final do dia, há que felicitar a criança e reforçar o
facto de terem cumprido a promessa de voltar no final do dia. Algumas crianças
correm para os braços dos pais, outras tendem a ignorá-los.
A maior parte das crianças pode chorar nos primeiros minutos
da separação, mas depois ficam bem. Por outro lado, muitas crianças têm uma boa
adaptação, mas apresentam alguns sinais de regressão, sobretudo em casa. É
normal haver algumas alterações no sono e na alimentação, sintomas da
reorganização e do processo de autonomização pelo qual a criança está a passar.