sexta-feira, janeiro 11, 2013

A AUTO-ESTIMA E O AUTO-ÓDIO



O amor próprio é, em última análise, o que nos dá segurança, bem-estar, motivação e saúde mental. 

Num discurso que vai até às profundezas do espírito humano, Gangaji, a oradora deste pequeno vídeo que retirei do youtube (de uma série muito mais vasta de possibilidades) propõe-nos uma abordagem mais radical e profunda do que a que estamos habituados, até ao cerne deste tema do amor próprio e o seu inverso, o ódio ao próprio.

1 comentário:

Anónimo disse...

Desde há alguns anos, que tenho um auto-ódio intempestivo. Creio que desde a adolescencia, quando me percecionei feia e ao mesmo tempo a questionar a existencia humana. No inicio da idade adulta,quando arranjei um emprego bom, ganhei gosto a certas coisas, a viajar, conhecer lugares, fazer desporto. O fazer desporto era tambem na natureza, pois so a experiencia da natureza justificava aquela boa forma fisica. Ir mais longe, aquele ribeiro, áquela serra, ver mais e melhor, e estando em forma para que o corpo cumprisse o seu unico objectivo: ser o veiculo da consciencia. Não me "amava" propriamente, mas odiava-me menos. O corpo servia-me de "automovel". Havia razões para viver que eram superiores a mim mesma. A beleza da natureza, não refletia a minha fealdade. A natureza era bela e sublime era eu humana tristemente feia, somente o veiculo que fazia chegar ás minhas sensações, a beleza dos lugares. Veio a crise, o emprego acabou, as viagens acabaram. Fechada aos 30 anos num pequeno quarto em casa dos pobres pais e sem poder vivenciar - experienciar - a unica coisa que me valia apena respirar, deprimi-me e dependo de outros para ir onde quer que seja. Ou seja, sou somente eu e este pedaço de carne que é o meu ser. Passou a ser uma prisão. o desejo de experienciar essa beleza sublime superior a mim que é a natureza, deixou de existir e eu passei a ser em mim. Esta pedaço de carne suspenso no espaço, a respirar, a ser. Existir é horrivel, não só porque fiquei proibida de vivenciar o que de interior era o meu sentido de vida, mas também, e principalmente, porque fiquei confinada á tão desprezivel carne, celulas, corpo, o degrdante corpo, desprezível e desconfortavel, uma existencia reduzida a um pesado nada. O corpo foi outrora uma espécie de acordo entre eu e a natureza. Um veículo e nada mais. Mas a partir do momento em que a crise me arrancou a sublime paisagem, o corpo passa a ser um motivo de odio, apenas mais um humano entre muitos num mundo onde estamos a mais de acordo com as leis dos ricos e politicos. Que faço eu aqui? Só ainda aqui estou, a ser, por pena da familia. Mas não penso cá andar muito tempo. Quero me ver livre deste involcuro humano, carne, desagradavel. Nada, se não posso ser eu, nas minhas paisagens de natureza bela e suprema, o que ando aqui a fazer senão a arrastar a cruz de uma existência carnal desprezível e incómoda, execrável...a existir!