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segunda-feira, setembro 29, 2014

"Porque te amo demais!": Amor e Dependência (I)

 
"Mas porque é a infância de uma pessoa é assim tão importante?"; "Não entendo, nós temos tantas relações ao longo da nossa vida que é natural irmos recebendo de cada uma delas aquilo que precisamos... é uma questão de encontrarmos a pessoa certa".

Ora bem, neste argumento há sem dúvida o reconhecimento da realidade de uma necessidade - "aquilo que precisamos". Acrescentaríamos até, "aquilo que precisamos das e nas relações, por parte de com quem nos relacionamos". Isto, claro, implica já o reconhecimento de uma certa dependência em relação aos demais e algo que eles nos podem oferecer de que nós necessitamos, e logo, o reconhecimento de que as relações são importantes para nós, para o nosso equilíbrio emocional e psicológico.

A grande verdade do argumento introdutório deste artigo está ligada à importância para a nossa saúde emocional de vivermos várias (e diferentes) relações ao longo da vida. A diversidade nas relações é estimulante, torna mais abrangente a nossa forma de ver e de pensar a vida, abre-nos as portas a novas realidades e experiências, e eventualmente traz-nos novas soluções para problemas antigos (já para não falar de que também nós nos podemos tornar disponíveis para podermos dar tudo isto ao outro).

No entanto, o argumento entra em falha pela desconsideração de 3 grandes realidades psicológicas humanas:

1) A natureza dos vínculos humanos é diversa, ou seja, existem vários tipos de vínculos bem distintos - vínculos parentais, vínculos fraternos, vínculos de amizade, vínculos conjugais, etc. - nos quais se jogam necessidades e vontades humanas diferentes. Por tal, diferentes tipos de vínculos têm impactos diferentes na nossa psicologia ou no nosso desenvolvimento psicológico. Isto implica que determinadas necessidades psicológicas e afetivas, bem como determinados contextos de relação, sejam aspetos que pertencem e caracterizam os vários vínculos que formamos com os demais. Dito de outra forma, regra geral não saímos "para os copos" com as nossas mães, não esperamos que os nossos amigos nos paguem os estudos superiores e não partilhamos com o nosso vizinho a intimidade que partilhamos por exemplo, com o nosso médico de família, ou psicólogo. As exceções ou sobreposições de vínculos existem, mas devem ser consideradas e ponderadas caso a caso.

2) Os primeiros vínculos, os vínculos com os nossos cuidadores durante o período da infância - sobretudo durante o 1º ano de vida -, são os mais importantes e críticos para o desenvolvimento da nossa personalidade. Logo no início de vida eles são o meio que vai mediar as necessidades primárias humanas, geneticamente determinadas, com que todos nascemos à priori, e que estão relacionadas com o desenvolvimento psicofisiológico dos primeiros tempos de vida. Falamos de um período em que a nossa psique (enquanto bebés) é ainda extremamente frágil e vulnerável, incapaz de se proteger adequadamente contra a angústia e a frustração. O bebé recém-nascido traumatiza facilmente com a exposição precoce contínua ou prolongada à privação e à angústia resultante. O bebé não tem a mesma capacidade de fazer face à angústia que um adulto têm, nem mesmo a capacidade que tem uma criança já com acesso ao pensamento e à linguagem, capaz de articular e expressar por palavras as suas emoções, por exemplo. Estas experiências de exposição à angústia prolongada ou contínua durante os primeiros tempos de vida relacionam-se frequentemente com aquelas que são as psicopatologias e perturbações de personalidade consideradas as mais graves nos períodos posteriores de vida - por exemplo as psicoses, as perturbações psicossomáticas, as perturbações borderline e narcísicas de personalidade.

3) Quando as primeiras relações não satisfazem adequadamente certas necessidades fundamentais da criança, então a dependência - ou o "amor infantil" -, própria deste período de vida, permanece muitas vezes instalada na personalidade enquanto forma central ou preponderante de amar e de funcionar mais tarde na vida adulta e na relação amorosa/íntima (independentemente da pessoa com quem se estabelece tal relação). A não resolução da dependência infantil implica a limitação do acesso ao amor maduro, um amor não exigente, paciente, que investe o outro sobretudo por quem o outro é - amor oblativo - e não por aquilo que o outro nos dá ou pelas vantagens que a associação ou proximidade com ele nos pode trazer - amor narcísico. Neste último caso, as relações amorosas na vida adulta tendem a ser procuradas (ainda que inconscientemente) no sentido de, por exemplo, evitar o contacto com a dor da carência precoce instalada no âmago da personalidade, são necessárias para a manutenção da autoestima, para tentar colmatar um "vazio", ou mesmo usadas como antidepressoras, no sentido de "tapar" a dor emocional e/ou a confusão mental. O vinculo amoroso (re)ativa tudo o que está ligado à própria capacidade de vinculação afetiva, ou seja, tudo o que foi ou não vivido nos vínculos primários de infância. Problemas de "vazio", de faltas afetivas, de contenção, de compreensão, de validação e outros problemas psicológicos e relacionais instalados precocemente na própria natureza e dinâmica vinculativa infantil emergem aqui. São também reativadas e/ou reforçadas muitas vezes defesas psicológicas contra essa faltas e problemas, podendo tal gerar sérios problemas de estabilidade emocional e relacional.

A relação amorosa e o vínculo de amor maduro transformam-se no veículo de retoma dos vínculos de infância, e na reativar do vínculo de dependência - o amor dependente. É como que uma regressão (parcial) a uma etapa anterior do desenvolvimento psicoafetivo que não ficou bem resolvida. Acaba por surgir um conflito e muita confusão à mistura: por um lado há uma relação amorosa adulta e um outro que é companheiro adulto ou companheira adulta, e, por outro lado, estabelece-se uma relação de dependência por ativação do vínculo de dependência que está ainda para ser resolvido. Tal não é possível porque as relações amorosas ou as amizades não são relações estruturantes da personalidade, tal como o são (ou deveriam ser)   as relações parentais (ou a figura do psicoterapeuta e a relação psicoterapêutica).

Muitas vezes estas sobreposições/confusões de vínculos maduros e de dependência não são totalmente conscientes. Formam-se expetativas desajustadas sobre as relações amorosas e sobre o papel do(a) companheiro(a). Quando essas expetativas pessoais - conscientes ou não - não são satisfeitas tal gera muitas vezes uma frustração intensa, dificilmente suportável, com expressões emocionais e comportamentais de fúria e irritação dirigidas ao companheiro ou companheira. Em certos casos estas reações emocionais e comportamentais fazem-se acompanhar de estratégias de controlo, culpabilização, manipulação, etc. da outra pessoa. A finalidade é que esta outra pessoa corresponda (ou regresse) às expetativas - conscientes ou não - que recaem sobre ela. Aqui surge muitas vezes um fenómeno de "cadaverização" do outro. Ou seja, o outro fica limitado na sua liberdade de ser quem é, tornando-se como que numa extensão narcísica do primeiro, alguém que deve acima de tudo desempenhar um papel e uma função para essa primeira pessoa. Se não corresponde a esse papel, então é (erradamente) transformado e percebido como a fonte de todo sofrimento pessoal.

Enquanto seres humanos, temos uma tendência natural e inconsciente de selecionar parceiros que de alguma forma dão expressão aos nossos problemas não resolvidos. Isto significa que muitas vezes o outro também carrega o mesmo problema ou problemas, ainda que o que possa estar mais em evidência num primeiro momento seja a defesa contra o problema (que facilmente se pode confundir com a sua resolução). Assim, geram-se rapidamente dinâmicas relacionais patológicas, bastante difíceis de desmontar e quebrar, pois as faltas emocionais e de autoestima, as zangas com origem nas relações precoces, e as internalizações patológicas de parte a parte formam um conluio no seio do casal que interprende ambos em algo que tendencialmente é mais forte que o amor - a união na loucura. Mais forte que o amor, pois clinicamente se verifica que o amor (maduro) é livre, enquanto que a dependência e a patologia acorrentam as pessoas umas às outras.

No próximo artigo discutiremos um pouco mais sobre amor maduro e "amor" dependente.

quinta-feira, setembro 11, 2014

FOME DE AMOR



ESTAMOS COM FOME DE AMOR!


Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. 

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance",  incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? 

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. 

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. 

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!". 

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. 


TODO MUNDO QUER TER ALGUÉM AO SEU LADO,
 mas hoje em dia é feio, démodé, brega. 


Alô gente! 


FELICIDADE, AMOR, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta. 

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois. 

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". 

Antes idiota que infeliz! 

quarta-feira, março 12, 2014

YOGA E RELAÇÕES AMOROSAS: QUE LIGAÇÃO?




Li um artigo num dos blogues que sigo que faz um paralelismo interessante entre os princípios básicos do Yoga e as relações amorosas:





-Vínculo/Ligação: As posturas do yoga desenvolvem-se a partir de uma ligação a uma base estável, que permite que respiração flua livremente e explorar a prática, da mesma forma que é necessário criar uma ligação com o/a parceiro/a, assente em bases sólidas de confiança e afeto, que permitem expressar-se livremente e explorar a relação.

-Regularidade: a prática regular do yoga é muito mais recompensadora ao longo do tempo, do que workshops ou retiros pontuais, que são importantes para complementar e fazer novas aprendizagens, mas não sustentam a prática. Do mesmo modo, o contacto e a comunicação regulares numa relação são essenciais para aprofundar o vínculo permitindo depois desfrutar melhor e aprender mais sobre o outro em férias ou fins-de-semana mais excitantes.

-Passo a Passo: Querer avançar demasiado rápido para posturas avançadas aumenta o risco de lesões, enquanto que respeitar o ritmo permite perceber de que modo o corpo responde, dando tempo e experiência para que nos possamos adaptar à experiência. Ter tempo para conhecer alguém dá-nos tempo para ensaiar respostas e experiências com o outro, pelo que procurar acelerar a relação ou fazer planos demasiado cedo, aumenta a possibilidade de desilusão.

-Persistência: Manter uma postura durante algum tempo permite aprofundar a sensação que produz, sentir a respiração e a resposta do corpo, da mente e das emoções, do mesmo modo que dar tempo à relação permite que esta se desenvolva, investindo naquilo que podem criar juntos.

-Quietude: A prática de yoga inclui períodos de quietude, seja em que postura for, dá-se tempo à tranquilidade e a consciência de si próprio, do mesmo modo que numa relação é importante que se consiga continuar a estar consigo próprio e aprofundar os sentimentos.

O Yoga é uma prática e uma filosofia assente no bem-estar e na ligação ao próprio. Estes princípios e paralelismos poderão ser encontrados noutro tipo de práticas que visam a consciência de si próprio e o bem-estar. Porque, na verdade, para estabelecer relações amorosas saudáveis, é necessário que a relação com o próprio seja saudável, o que muitas vezes também requer aprendizagem: aprender a respeitar-se e aceitar-se, a ter tempo e a dar-se tempo a si próprio, a persistir e a tranquilizar-se.



quinta-feira, fevereiro 13, 2014

A Loucura e o Amor




"A Loucura resolveu convidar os amigos para tomarem um café em sua casa. Após o café, a loucura propôs:

- Vamos brincar às escondidas?

- O que é isso? -  perguntou a Curiosidade.

- É uma brincadeira. Eu conto até cem enquanto vocês se escondem. Quando eu terminar, vou à vossa procura... 

Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. E a loucura começou a contar:

-1,2,3,... 

A Pressa escondeu-se primeiro, no primeiro lugar que viu.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
A Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um lugar apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e  escondeu-se perto dele debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam-se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava nos noventa e nove.

- CEM!  - (Gritou a Loucura) - Vou começar a procurar...

A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais, pois queria saber quem seria o próximo a contar.

Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para se esconder. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez…

Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:

- Onde está o Amor?

Ninguém o tinha visto.

A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou num pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.

Era o Amor, gritava por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas."



HOJE, O AMOR É CEGO E A LOUCURA ACOMPANHA-O SEMPRE!
A VIDA É MUITO CURTA PARA NOS ARREPENDERMOS.




quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Saiba Se o Seu Inconsciente Conspira Contra a Sua Vida Amorosa



A ocorrência isolada ou pontual de certos comportamentos, atitudes, necessidades emocionais ou dinâmicas relacionais nas relações amorosas, e que são habitualmente consideradas sinalizadoras de problemáticas psicológicas subjacentes, justificam-se em períodos de stress. Contudo, quando estamos perante padrões habituais de funcionamento, estamos muito provavelmente, face a fortes manifestações inconscientes. Descrevemos aqui alguns dos mais importantes padrões ou tendências manifestas por si ou pelo seu parceiro que habitualmente remetem para questões mais profundas, com possível origem num período muito precoce da vida:

I* Ao procurar descrever o seu parceiro tende a referir exclusivamente aspetos que revertem direta ou indiretamente a seu favor. Ex.: carinhoso(a); bom ouvinte; entende-me bem; empático(a); compreensivo(a); faz tudo por mim;

II* Queixa-se insistentemente da falta dos aspetos acima mencionados no seu parceiro.

III* O seu parceiro queixa-se de uma solicitação excessiva de proximidade e afeto de sua parte (deste que este não apresente perturbações concretas ao nível da capacidade de dar e receber afeto).

IV* Sente frequentemente o seu parceiro como indisponível, rejeitante ou abandónico.

V* Procura parceiros sobretudo porque a associação com eles lhe traz vantagens económicas ou outras regalias sociais, prestígio ou admiração social (de familiares, amigos, colegas, ou desconhecidos), ou outras vantagens pessoais.

VI* Tende a necessitar ser admirado pelo parte do seu parceiro.

VII* Costuma sentir vergonha em relação ao seu parceiro, às suas atitudes ou comportamentos do seu parceiro, respetiva situação social ou económica, aspeto físico, ser demasiado alto ou baixo, demasiado gordo ou magro, etc.

VIII* Sente orgulho em exibir o seu parceiro perante os outros, podendo inclusivé procurar situações favoráveis a essa exibição.

IX* No curso das suas relações amorosas, sente que determinadas situações se repetem, percebendo você comportamentos ou atitudes muito familiares nos diferentes companheiros.

X* Tende a ir permanecendo em relações amorosas insatisfatórias na esperança que a relação melhore por si mesma.

XI* Depara-se sistematicamente com uma atitude de atribuição mútua de culpas nas suas relações quando surgem problemas entre si e o seu parceiro, sem que surja habitualmente um diálogo relativamente tranquilo e um entendimento mútuo.

XII* Sente que está condenada(o) a um certo “karma” no que respeita às suas relações amorosas.

XIII* Tem a percepção de que os homens ou as mulheres são todos ou todas iguais.

XIV* As suas relações tornam-se conflituais assim que se iniciam, ou pouco tempo depois.

XV* Tende a iniciar um novo relacionamento amoroso quase ao mesmo tempo que termina um anterior.

XVI* Troca frequentemente de parceiro.

XVII* Apaixona-se frequentemente.

XVIII* Agarra-se desesperadamente a um novo parceiro, ainda que ambos se conheçam relativamente mal ou o relacionamento seja muito recente.

XIX* Os períodos da sua vida em que não tem um parceiro são vividos com angustia, ocupação do pensamento com temas de arranjar parceiro e/ou procura efetiva de um parceiro.

XX* Tem dificuldade em estar sem parceiro ou longe do seu parceiro, mas ao tempo é-lhe difícil a proximidade física e afetiva.

XXI* Sente que não precisa de um parceiro pois tudo o que necessita são os seus filhos.

XXII* Sente um temor acentuado e infundamentado de que algo em concreto possa vir acontecer numa nova relação.

Estes são alguns dos indicadores mais importantes da presença de uma força interna que dirige as nossas escolhas de parceiros amorosos, bem como o curso das nossas relações (e não só). Esta força é habitualmente inconsciente, bem para além do nosso controlo, e está em  direta oposição aos nossos objetivos deliberados e conscientes de estabelecer relações plenas e gratificantes, bem como de conseguir um estilo de vida satisfatório.

Estas problemáticas remetem muitas vezes para insuficiências vividas nas relações com as principais figuras cuidadoras durante a infância, bem como para a interiorização de padrões e dinâmicas relacionais conflituais durante esse período de vida. No entanto, alguns dos itens acima apontados são frequentes durante época da adolescência, período de exploração, auto e hetero descoberta.

A exploração do inconsciente, identificação de insuficiências e conflitos internos oriundos de um período precoce do desenvolvimento, entendimento dos estados mentais adultos à luz destas vivências e a resolução destas insuficiências e conflitos na relação psicoterapêutica são meios privilegiados através dos quais a psicoterapia psicanalítica opera.

“Se carregar consigo os tijolos das suas relações passadas, acabará por ir construindo as mesmas casas.”

Diogo Gonçalves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta