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segunda-feira, maio 12, 2014


Perguntas para fazer às crianças sobre a escola.



terça-feira, março 04, 2014

Uma história que ajuda a explicar a morte às crianças.

http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/eunice-guerreiro/6025-historias-que-ajudam-quando-o-dinky-morreu




Susana Morão
Psicóloga clínica e Psicoterapeuta
Departamento da infância (Almada)

http://www.psicronos.pt/consultas/psicologia-e-psicoterapia-infantil_5.html

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Os filhos que saem aos pais...


Os filhos que saem aos pais...
A construção da identidade nas crianças
           
Não é preciso trabalhar com crianças e com pais para reflectir sobre a construção da identidade, basta lembrarmo-nos da nossa infância ou adolescência e com facilidade encontraremos expressões que, inevitavelmente, influenciaram a construção da nossa identidade.
Desde já faço a ressalva que não discutirei aqui a inegável importância da genética na construção da identidade, uma identidade biológica. Defendo, por outro lado, que restringir a identidade a este aspecto, não só conduziria a uma leitura pobre e limitada, como implicaria não reconhecer a importância fundamental das experiências emocionais vividas e da própria criatividade individual.
Para melhor compreender o processo da construção da identidade sugiro partir do modelo proposto pelo professor António Coimbra de Matos. Este modelo sustenta que a construção de identidade dá-se a três níveis de relação com o outro. O primeiro nível de identificação, imagóico-imagético, é aquele que se constrói através das atribuições da mãe/pai ou do mundo, isto é, a forma como o bebé se vê a si próprio é resultado das expectativas do outro, em particular, da mãe. O bebé assimila a imago e a imagem que a mãe atribui, sendo que imago é aquilo que é menos consciente e imagem é aquilo que é mais consciente. Este nível pode prolongar-se pela vida, existindo mesmo indivíduos cuja identidade é quase só construída através deste processo. Ora a frase que dá título a este artigo pode ser um excelente exemplo como esta assimilação acontece. Note-se que o desejo da mãe ou do pai pode ser tão categórico, ou ainda o desejo de suprimir os desejos do filho tão determinante, que o filho, tenha, ou não, determinadas aptidões ou características, está destinado ao fracasso ou à glória, resultado de ditaduras sentenciais que podem apenas corresponder ao desejo materno ou paterno. Veja-se então, um pai ao dizer repetidamente a um filho “o meu filho é igualzinho ao pai, não tem jeito nenhum para isto ou para aquilo”, mesmo que, neste filho, a falta de aptidão não fosse assim tão evidente, a partir do momento de assunção do pai há uma atribuição à criança que pode ser assimilada, impedindo-a de outras explorações e descobertas.
Outro processo de identificação, o mais comum classicamente na psicologia, será o de identificação de modelos (xenomórfica), a criança identifica-se com os modelos; com o pai; com a mãe; com a tia; com o avô, com os professores... Constrói a identidade através dessa identificação: os filhos que querem ser médicos como os pais; ou outro exemplo mais ilustrativo: as crianças que querem jogar futebol como o Cristiano Ronaldo. Quantas e quantas vezes já vimos entrevistas a crianças com estas representações presentes
Por último, o processo de identificação mais importante e consistente é a identificação ideomórfica. A criança identifica-se com o que é, com o que sente e com o que deseja ser, através dos próprios atributos morfológicos e do seu sentir. Esta última identificação acontece mais tarde nas crianças, é preciso passar pelos outros dois níveis de identificação. A criança aqui tem espaço para a criatividade, para a descoberta, para a exploração e parece ser o processo mais completo, que causa maior satisfação.
Pensar a construção de identidade ajuda os pais a facilitarem este último nível, em que a criança deseja ser diferente dos pais, a criança descobre novas respostas e retira satisfação desses encontros. Um papel importante dos pais neste processo será ajudar os filhos a desvendar os seus próprios desejos. Diria ainda, que essa também é uma função importante do psicoterapeuta.
É também importante compreender que estes processos não são estáticos e desenvolvem-se ao longo da vida, sendo por vezes uns mais relevantes do que outros em alguns momentos.

Madalena Motta Veiga 
Psicoterapeuta Psicanalítica Psicóloga Clínica no Departamento de Infância 

quarta-feira, dezembro 11, 2013

A esperança e o desenvolvimento psicológico dos nossos filhos



A child’s vision transforms a series of obstacles into limitless opportunities for fun
Lopez, Rose, Robinson, Marques, & Pais-Ribeiro, 2009

Há muitos, muitos anos que a esperança está na sabedoria do povo, como nos confirma o provérbio “a esperança é a última a morrer”.
Muito recentemente a psicologia também a adoptou.
Nesta nova perspectiva podemos entendê-la como pensamento centrado nos objectivos.
Se a esperança tem sido de um modo geral relacionada com um desenvolvimento humano positivo tem sido também relacionada com o ajustamento na infância.   
Podemos entender facilmente este efeito protector se pensarmos que a esperança influencia o desenvolvimento de comportamentos e atitudes positivos que influenciam a forma como a criança lida e responde às situações.
Felizmente, a literatura deixa-nos esperança… é que a esperança pode ser conquistada e desenvolvida, nomeadamente, quando somos expostos a acontecimentos difíceis (Barros, 2003).
Mas como desenvolver esperança nas nossas crianças? Aqui ficam algumas dicas:
1. Ajude o seu filho a definir objectivos internos claros e específicos;
2. Apoie-o na definição de pequenos passos que o ajudem à concretização destes objectivos;
3. Não se esqueça que os adultos devem e podem servir de modelos para que a criança desenvolva um discurso interno que mantenha a iniciativa mesmo na presença de obstáculos ou insucessos.

Se ajudar o seu filho a desenvolver este pensamento vai ajudá-lo a ter um sentimento de controlo e de responsabilização pela sua vida, tão importante para a sua felicidade!

Por Mélanie Dinis, Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta na Psicronos
Departamento da Infância- Delegação de Leiria
21 314 53 09 | 91 831 02 08
geral@psicronos.pt

terça-feira, novembro 19, 2013

Slow Parenting


No trabalho com crianças e adolescentes surgem, com alguma frequência, problemas relacionados com a ansiedade despertada pela necessidade de perfeição; o “filho perfeito” produto da projecção dos desejos e angústias do adulto; perfeito na escola, nas actividades, nas relações, etc. Estas ocorrências parecem cada vez mais agravadas pela aceleração continua do ritmo de vida, quer do adulto quer, consequentemente, da criança. Com muita regularidade as crianças apresentam-me (queixando-se da falta de tempo para brincar) horários semanais das actividades escolares e extra-escolares, com dias a iniciar às 8 horas e a terminar às 21 horas, com actividades obrigatórias ao sábado e com tempo livre apenas ao domingo que é, como me dizem algumas crianças e pais, obviamente para estudar. Note-se que nas treze horas diárias de actividades escolares e extra-escolares, muitas vezes, os intervalos são para refeições e para deslocações.
Precisamente com a finalidade de alterar hábitos e sensibilizar os adultos para as consequências e para as necessidades das crianças têm surgido movimentos e programas de desaceleração, num estilo bem americano: o “slow parenting”. Muitos dos preceitos destes movimentos apoiam-se num conhecimento há muito sustentado pela psicologia.
É essencial para o desenvolvimento da criança o espaço para o jogo, para brincar, para o ócio, para o silêncio, para a frustração. O jogo ou a brincadeira são assim mediadores de desejo, não apenas para a criança mas também para o adulto (o jogo no adulto assume diferentes formatos, por exemplo, a politica), e como expressão de desejo traz consigo satisfação. A brincadeira está, na criança, relacionada com a inteligência de si mesmo, do mundo que a rodeia e dos outros, ou seja, é através do brincar que a função simbólica desperta, atribui-se sentido às diferentes expressões emocionais e ganha-se experiências de domínio e frustração. A necessidade que a criança tem de brincar ou de jogar parece ser, para os pais, mais fácil compreender do que a importância de momentos de prazer na experiência mais passiva da criança, a angústia que os pais têm do dolce far-niente. Frequentemente oiço pais a censurarem o tempo de desocupação dos filhos, desejam que os filhos não percam tempo e não estejam “prostrados no sofá ou á frente da televisão sem fazer nada”.
No livro “As etapas decisivas da infância” Françoise Dolto alerta-nos para a importância de muitos destes momentos, para a autora alguns adultos parecem temer o que pensam ser o vazio mental do filho, talvez porque, nos seus próprios momentos de ociosidade não encontrem bem-estar. É importante no desenvolvimento que exista espaço para o prazer de ouvir, de olhar, de sentir, de observar, prazeres inteligentes e por vezes meditativos que estimulam a criança para o conhecimento dela e do que a rodeia.
Hoje, o excesso de actividades das crianças associado à falta de períodos de ócio são muitas vezes responsáveis pela ansiedade, pela frustração e pelo entediamento que algumas das crianças sentem.
Se tiverem interesse em conhecer mais sobre o movimento americano slow parenting deixo aqui alguns links.

Madalena Motta Veiga
Psicoterapeuta da Psicronos em Cascais e Lisboa

domingo, julho 28, 2013

FÉRIAS SÃO FÉRIAS!

Andamos a meio gás aqui no Salpicos! Já cheira a férias e enquanto aguardo as minhas, gostava de partilhar algo sobre as férias dos pequenotes.

Imagine que depois de nove meses de intenso trabalho e avaliação regular de desempenho, o seu chefe lhe exigia que, durante as suas férias, dispensasse uma hora por dia para ligar a clientes, fazer programação, avaliar créditos, fazer limpezas, analisar processos, servir almoços, corrigir testes… Ficaria furioso? Aborrecido? Desmotivado? Muitos adultos selecionam as chamadas que atendem e deixam no e-mail uma resposta automática que avisa os mais distraídos que estão de férias. Então por que razão se insiste em obrigar as crianças a fazer trabalhos da escola?

Férias são férias! Servem para descansar, brincar, partilhar, socializar. Os trabalhos nesta altura pouco acrescentam às competências e aquisições da criança, contribuindo apenas para o cansaço, a desmotivação e o aborrecimento. Estes tendem a estender-se ao novo ano letivo, comprometendo o entusiasmo e a expetativa uma vez que as baterias não são devidamente carregadas.

Inscreva-a em atividades como as Férias Desportivas ou a Ciência Viva. Muitas Juntas de Freguesia dispõem de programas de férias diversificados e relativamente acessíveis. Algumas instituições de apoio à deficiência apresentam também alternativas de forte valor social, promovendo o contacto e a aceitação da diferença. Existem ainda as Quintas Pedagógicas e muitas outras opções. Mas não tem obrigatoriamente de recorrer a atividades externas ou que impliquem investimento financeiro. Há muitas outras formas de estimular a curiosidade e as competências intelectuais e emocionais da criança: passeie, converse, brinque e explore com a criança. Responda às suas questões com outra pergunta. Brinquem ao teatro, à cabra-cega, às estátuas.

Se pretende atividades mais estruturadas, sugiro alguns jogos da velha-guarda, cada vez menos utilizados, mas que muito estimulam a mente:

  • Diferenças: Atenção Visual
  • Labirintos: Planeamento e Organização Espacial
  • Puzzles: Planeamento, estruturação espacial, coordenação óculo-motora
  • Tangram: Planeamento, estruturação espacial, coordenação óculo-motora
  • Palavras-Cruzadas: Vocabulário, Raciocínio Abstrato
  • Jogo “Nomes, Países, Frutos, Objetos, etc”: Vocabulário, Categorização, Raciocínio Abstrato, Velocidade do Raciocínio
  • Pares de Memória: Atenção Visual e Memória Visual
  • Bom Dia, Senhorita: Atenção Sustentada, Atenção Seletiva, Memória, Controlo dos Impulsos
  • Soletrar Palavras: Consciência Fonológica, Atenção, Planeamento, Memória de Trabalho
  • Adivinhas: Raciocínio Lógico-Abstrato
  • Quem é Quem?: Atenção, Planeamento, Categorização
  • Jogo da Glória: Cálculo, Tolerância à Frustração

Há muitas outras opções, mas aqui terá já várias ideias e poderá dar largas à sua imaginação. O mais importante é que a criança se divirta com a família e os amigos.

Apesar de férias serem férias, nem tudo pode ser boa vida! Atenção às rotinas, pois as crianças precisam de coerência e consistência. Os padrões de sono, alimentação, higiene, regras podem ser aliviados, mas apenas ligeiramente pois uma semana de rédea solta pode implicar três de reorganização, com muitas birras e frustração à mistura.


Boas férias e aproveite para partilhar aqui algumas sugestões de atividades com crianças!

quinta-feira, julho 21, 2011

Cooperação Vs Competição

Hoje em dia caminha-se cada vez mais para o respeito e consideração pela dignidade humana. Humana porque relativa ao ser humano em todos os seus aspectos: transversal ao género e à idade.

No entanto, esta dignidade continua a ser afectada pela nossa condição animal menos evoluída e mais egoísta. Ou seja, na prática, a lei do mais forte continua a vigorar na forma como atribuímos valor e legitimidade a outros seres humanos: o "machismo" não é (ainda) um problema só do passado mas, sobretudo as crianças, continuam a ser criaturas "menores" cuja dignidade continua a ser proporcional ao seu poder/força.

Deste modo e relativamente ao primeiro problema, da assimetria de géneros, Sarah Hrdy, uma antropóloga evolucionista chamou recentemente a atenção para a forma como, mesmo relativamente à História da Humanidade, herdámos de Darwin um modelo antropocêntrico masculino e machista, onde o papel da mulher e do grupo (da sociedade, actualmente) foi desvalorizado e secundarizado. Critica a ênfase no poder e na competição por oposição à ênfase na cooperação (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49925&op=all). Maynard Smith, um biólogo evolucionista e geneticista, tem também salientado, por seu turno, a importância da cooperação afirmando que foi ela que nos permitiu chegar onde chegámos, desde o estado de matéria não-viva, passando pelas células assexuadas, células sexuadas, mamíferos, até ao Homem.

A cooperação põe a tónica na interdependência criativa e potenciadora, enquanto que a competição, nomeadamente pela expressão - "lei do mais forte" -, privilegia o poder ("egoísta") sobre o outro enquanto motor da evolução.

Actualmente, como dizia, a nossa capacidade de cooperar, amplamente desenvolvida através dos chamados "neurónios espelho" que se pensam estar na base da EMPATIA, tem-nos incentivado à protecção dos direitos humanos, isto é, à defesa também e, sobretudo, do mais fraco. Mas e as crianças?

Alice Miller, psicanalista de renome, dedicou-se a estudar e a escrever sobre os efeitos que uma educação autoritária e punitiva sobretudo corporalmente (muito comum!), tem na saúde mental da sociedade. A autora chama a atenção para o paradigma judaico-cristão (ou o “epistema” como Michel Onfray o descreve, indo ainda mais longe...) em que actualmente a sociedade ocidental ainda se baseia e onde a criança foi sempre vista como uma espécie de ser selvagem que precisa de ser domesticado, civilizado e vergado.

Antiga criança, o adulto agora responsável pelos seus filhos e membro activo na sociedade, perpetua este ciclo de autênticos abusos, agravados pelo silêncio da vítima indefesa que é a criança e pela “pedagogia envenenada” onde o autoritarismo e a violência são sempre agidas “para o bem da criança”; é o mundo virado do avesso.

Alice Miller desenvolve estas ideias de forma muito aprofundada e cuidadosa ao longo dos muitos livros e artigo que redigiu. Pode ser encontrada muita desta informação no seu site oficial: http://www.alice-miller.com/index_en.php

quinta-feira, setembro 16, 2010

DIVERSÃO EM CONJUNTO

Recomendo a leitura da crónica de hj, no i, do pediatra Paulo Oom. Nem sempre estou de acordo com ele, mas na de hoje acho excelente, sobre a importancia da diver são em conjunto na educação das crianças.

http://www.ionline.pt/conteudo/78682-a-diversao-tambem-ajuda-educar

sexta-feira, maio 21, 2010

VIVER OUTRAS VIDAS


Qual de nós não terá já pensado que gostaria de viver outra vida? Ser uma pessoa diferente, viver noutro país, noutra época, ter outra imagem, outra história, outra vida passada?
Para a maior parte de nós, são apenas fantasias. É verdade que a profissão de psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista faz-nos ter de viver outras vidas, por interposta pessoa. A empatia obriga-nos a pôr-nos na pele da outra pessoa, quase viver por ela algumas coisas. É normal, e talvez mesmo desejável.
Mas há outra forma de viver outras vidas e outras experiências, e essa é até mais antiga: as leituras.
Os livros permitem-nos aceder a inúmeras experiências que o nosso curto (por definição) horizonte temporal nunca permitirá. Muitas e variadas personagens, muitas histórias, muitas aventuras, muitas descobertas. Nem que vivêssemos duzentos anos alguma vez poderíamos ter acesso a essas vivências que os livros que outros escreveram nos permitem.
Com todos esses autores podemos viver tudo aquilo que gostaríamos - ou não, porque também há livros tristes. Mas esses também são importantes, e ajudam-nos a relativizar as nossa experiências.
É tão importante criar hábitos de leitura nas crianças. Experimentem ler-lhes todos dias à noite umas páginas. Verão que eles no dia seguinte querem saber a continuação e com o tempo serão esses próprios a querer ler. E leiam, ou contem-lhes, muitos contos de fadas, muitos. O marvilhoso, que também inclui o assustador, alimenta o imaginário. Não se deixem ir atrás do (estupidamente) politicamente correcto e não tentem proteger os meninos dos sustos e das emoções. É bom que se vão treinando.