sábado, janeiro 12, 2013
Economia Parte III: a Economia ainda é uma ciência social?
Outras cartilhas se impuseram nos últimos trinta anos. Se é verdade que o estado entretanto engordou obscenamente, transformado numa espécie de porquinha que tem alimentado uma clientela insaciável e dependente (empresas, bancos, fundações, partidos, grupos de interesses, pessoas), é de recear que estejamos a assistir a uma matança cega do animal. Os dois ou três economistas que no essencial nos governam, mais os técnicos internacionais, desferem golpes cegos com as suas facas de talhante. Têm mentalidade de contabilistas, privilegiam a óptica monetária sobre a económica, ignoram as complexidades da ciência social.
Os portugueses, votantes de vez em quando e sempre contribuintes, cerram os dentes e vão apertando o cinto. O clima é deprimente, desolador, sem esperança. Velhos à míngua, quando já pouco podem esperar da vida, jovens sem qualquer esperança de fazer uma vida normal. Precários, desempregados, com um futuro muito problemático.
Que podemos fazer por nós próprios nestas circunstâncias?
Autonomia, criatividade, trabalho, persistência, resiliência. Não somos apenas um número no papel do IRS, implacavelmente espremidos todos os dias, por um estado ineficaz no resto (quando não corrupto). Temos de tomar melhor conta das nossas vidas. Chegámos a este estado de coisas porque temos sido apáticos no que respeita à má governação. Não quisemos saber, fechámos os olhos, deixámo-nos, salvo excepções, comprar com crédito fácil e promessas, mais promessas.
Que ao menos esta terrível situação sirva para nos tornarmos melhores e mais capazes cidadãos. Para isso é preciso trabalho e disposição. O que não é fácil quando se anda a assegurar a cada vez mais difícil sobrevivência. Precisamos de saber tratar de nós a nível mental e físico. Temos de ser mais fortes e mais exigentes.
sexta-feira, janeiro 11, 2013
A AUTO-ESTIMA E O AUTO-ÓDIO
terça-feira, janeiro 08, 2013
A NÃO DECISÃO: UMA CONTRA-RESOLUÇÃO?
domingo, janeiro 06, 2013
EMDR reconhecido e recomendado pela OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu e distinguiu a terapia EMDR como um dos métodos mais aconselhados para o tratamento da perturbação de Pós-Stress Traumático. A par da terapia cognitivo-comportamental, a OMS refere serem os tratamentos com maior indicação para este tipo de perturbação traumática.
Onda de violações em grupo na India
Nos últimos dias temos ouvido e lido muito sobre as violações em grupo na Índia, mas curiosamente pouco ou nada tem sido dito para explicar este fenómeno.
Há cerca de um ano atrás vi um documentário na SICNoticias sobre esta questão, penso que terá sido no programa "Toda a verdade", mas não estou certa. Nesse documentário tornava-se claro que uma das causas das violações em grupo era o consumo excessivo e desadequado da pornografia por rapazes jovens. Nesse documentário viam-se grupos de rapazes que se reuniam na casa uns dos outros para assistirem em grupo a filmes pornográficos, sendo os preferidos, aqueles que tinham sexo em grupo e sexo violento. Após passarem 3 ou 4 horas a verem filmes pornograficos deste tipo, o grupo ia para a rua com elevada predisposição a por em pratica o que tinham visto nos filmes.
É talvez um dos primeiros fenómenos sociais que põem em questão o acesso livre à pornografia e os possíveis malefícios do vicio do visionamento de filmes pornográficos e a forma como podem orientar e distorcer a sexualidade. Penso que seria urgente um debate sério e cientifico sobre o consumo de pornografia e os seus efeitos na mente humana e nas práticas sexuais, das crianças, adolescentes e adultos. Com o acesso à internet bastante facilitado e com a aparecimento de canais de tv (via net ou não) exclusivos com conteúdos sexuais e pornográficos explícitos a pornografia está a tornar-se uma banalidade sempre disponível para garantir uns minutos (ou umas horas) de excitação fácil e auto-ministrada.
A Índia é um ambiente facilitador da emergência deste fenómeno porque é acompanhada de dois outros fenómenos que estão ligados entre si: a hipervalorização do masculino por motivos religiosos, o que determinou a constituição de uma sociedade profundamente machista e um desequilíbrio demográfico originado pelo favorecimento dos nascimentos de crianças dos sexo masculino. As gravidezes de meninas são muitas vezes abortadas ou as recém-nascidas mortas. As famílias não querem meninas e as mulheres vão engravidando até conceberem um rapaz (agora facilmente percebido pelas ecografias), só as gravidezes de rapaz chegam a bom termo. A consequência imediata deste procedimento é um numero superior (e com uma diferença cada vez maior) de homens do que mulheres.
Um assunto que merece muito atenção. A pornografia está em todo o lado, em todos os Países, em todas as casas... Não critico o consumo de pornografia por si só, mas é preciso compreender os efeitos que o consumo excessivo e viciante tem sobre as praticas sexuais e o modo como pode distorcer o desenvolvimento sexual saudável.
quarta-feira, janeiro 02, 2013
Super-eu; Ideal de Eu e Eu ideal
Achei que o resultado final desse esforço foi interessante e por isso partilho convosco.
sexta-feira, dezembro 28, 2012
ANO NOVO: ACREDITE E SONHE!
sábado, dezembro 22, 2012
Economia parte II: as grandes teorias
Agora, tal como no século anterior, os economistas dividem-se entre os herdeiros de Adam Smith e do mercado livre, que é suposto auto-corrigir-se (a famosa "mão invisível"), e os defensores da intervenção do Estado na economia. Shumpeter, que foi contemporâneo de Keynes e que deixou herdeiros (a "escola austríaca"), afirmava que as crises e as depressões económicas e financeiras eram naturais e até faziam bem ao sistema, como se o sofrimento fosse uma espécie de regeneração (as semelhanças com um certo discurso psicanalítico são notórias).
Dois prémios Nobel contemporâneos, Joseph Stiglitz e Paul Krugman, rejeitam esa teoria do sofrimento necessário e defendem uma intervenção dos Estados, não como Marx pretendia, mas mais na linha keynesiana (estímulo do investimento e do consumo para favorecer o crescimento).
O FMI parece favorecer a linha shumpeteriana de modo algo cego, apesar do comentário de Christine Lagarde de que alguma coisa parecia estar a correr mal na Eurolândia, logo silenciado pelas altas instâncias. Abebe Selassie, o homem do FMI que acompanha Portugal, e que é de origem etíope, parece ser um shumpeteriano ferrenho (o que demonstra que a rigidez nem sempre vem do eixo Berlim-Viena).
No meio disto tudo, os povos sofrem e agitam-se. Até quando?
sexta-feira, dezembro 21, 2012
Solidão e o Aborrecimento
- tem dificuldades em prestar atenção às informações internas (pensamentos, sentimentos...) ou às informações externas (os estímulos ambientais) necessárias para a participação numa atividade satisfatória.
- está consciente da sua dificuldade em prestar atenção
- acredita que o meio ambiente é responsável do seu estado aversivo (por ex.: "esta tarefa é aborrecida", "não há nada para fazer").
quinta-feira, dezembro 20, 2012
quarta-feira, dezembro 19, 2012
Solidão a epidemia secreta da era da hiperconectividade
Eu própria li o livro e também o achei interessante. É um relato auto-biográfico, a descrição da sua vida, a sua experiência de solidão crónica.
Partilho convosco as perguntas da Sofia Cardoso e as minhas respostas.
A solidão é, de fato, um tema bem interessante e sobre o qual a psicologia e a psicanálise nem sempre se debruçam o suficiente.
Ângulo: Em que situações pode ser saudável e a partir de que momento se pode transformar num problema psíquico
Questões:
2. Para algumas mulheres, esta solidão é encarada como uma sensação de liberdade e independência. Nestes casos, podemos falar de uma solidão saudável? Como se caracteriza a solidão saudável?
3. A partir de que momento, deixamos de estar perante uma solidão saudável? Quais são os sinais de alarme que indicam que a solidão passou a ser uma “obsessão” ou um problema psíquico, resultante da dificuldade de integração social?
- Dormir pouco (porque nunca se consegue estar em casa ou não se consegue descansar em casa) ou dormir muito (refugiar-se da consciência da solidão no sono)
4. Tendo em conta a sua prática clínica, quais são as principais causas que estão na origem da solidão nesta faixa etária?
5. Que consequências pode ter uma solidão a longo prazo?
A consequência mais grave será o suicídio (ou a tentativa de suicídio). O desenvolvimento de quadros depressivos (com maior ou menor gravidade) é frequente. Desenvolvimento de doenças do foro psicossomático (problemas de pele, alterações auto-imunes, etc.). Desinvestimento motivacional na carreira e de uma maneira geral, na vida. Perda de criatividade. Desenvolvimento de sentimentos de raiva, inveja e ressentimento que predispõe a pessoa a quezílias, querelas e litigâncias de uma maneira geral. Perda da oportunidade de criar uma família e ter descendentes.
6. Podemos falar numa «solidão crónica»? Em que casos?
7. Sentirmo-nos sozinhas com frequência pode ser o começo de um estado profundo de solidão?
8. Quem são as pessoas mais propensas à solidão?
9. Quais são os principais erros que as mulheres cometem que potenciam esta solidão?
10. O facto de comunicarmos cada vez mais pelas novas tecnologias aumenta a probabilidade de nos tornarmos pessoas mais solitárias? De que forma?
11. Há pessoas que se sentem “sozinhas” o tempo todo. Porquê? E como podem superar essa sensação?
12. Em termos de diagnóstico, a solidão pode ser confundida com a depressão. O que as distingue?
13. Quais são as terapias que existem para tratar a solidão?
14. Que conselhos/dicas práticas podemos deixar às nossas leitoras para evitar o sentimento de solidão?