Esta é a designação que os espanhóis dão ao fenómeno do bullying, também conhecido por mobbing. Ou seja, a coacção psicológica, ou física, no emprego ou na escola. Ou mesmo em família, ou no grupo de "amigos". O i de hoje tem um artigo sobre o tema
De acordo com o estudo, quase 30% dos consultados já sofreram, ou sofrem, este tipo de agressão.
O Salpicos tem já referido o assunto, mas nunca é demais falar dele. Ouço cada vez mais pessoas, de facto, a queixarem-se deste tipo de abusos. Chefes sádicos que aproveitam uma fragilidade de um colaborador para o massacrar e intimidar, muitas vezes recorrendo à humilhação pública, colegas que fazem verdadeiras campanhas de má língua para conseguiram a exclusão da vítima escolhida. A crueldade humana não conhece limites, já o sabemos. No bullying, é frequente as pessoa serem agredidas até por questões de aparência física, por exemplo, e que nada têm a ver com o seu desempenho profissional. No entanto, este tipo de fenómenos parece ter tendência a aumentar em situações de crise económica, em que o espectro do desemprego é habilmente utilizado pelo(a) agressor(a).
O curioso é que as vítimas são normalmente pessoas competentes profisionalmente. Perfeccionistas e inseguras, muitas vezes, os ataques de que são vítimas tem ressonâncias internas dolorosas e que lhes retiram a capacidade de resposta em relação ao agressor. Quase que se sentem culpadas por estarem a ser agredidas.
Na minha experiência, uma pessoa deprimida e com falta de auto-estima é uma vítima potencial para os sádicos e predadores que por aí se movem. É, assim, necessário que a vítima perceba que não está condenada a ser vítima, e que a agressividade natural de cada um tem de ser dirigida para quem nos agride, e não para dentro. Isto parece uma verdade de La Palisse, mas é frequente encontar pessoas que não imaginam sequer (ou não ousam imaginar) o impacto que pode ter uma alteração de postura. A vida é feita de interacções e há todo um código de sinais e de posturas que fala por nós. Na vida profissional, em particular, convém estar muito atento. Não alimentando paranóias, mas com assertividade e firmeza. Deixemos o dar da outra face para os seres excepcionais (se é que existem).
A gestão da culpa é outra questão essencial e que é essencial saber gerir: a vítima do psicoterrorismo costuma até culpabilizar-se pelo mal que lhe é feito e fica paralisada como a mosca que cai na teia da aranha.