O filósofo José Gil assina esta semana na revista Visão mais uma crónica, e como de costume interessante. Intitula-se "Confiança". Perdoar-me-ão não pôr aqui o link, mas o site da Visão é fraco e de difícil consulta. Ou seja, nunca se encontra o que se quer. É uma pena que os media tradicionais continuem a não perceber as vantagens de ter um site bem construído, mas lá irão um dia... Excepção a esta regra é o site do i. Quer se goste ou não do jornal, o site é bastante bom.
Nada disto diminui, no entanto, a importância desta última crónica de Gil, cujo tema é o da construção da confiança (individual ou colectiva). Escreve ele às tantas:
"...como se ganha a confiança de uma criança fechada sobre si ou desconfiada? Falando-lhe de tal modo que ela cesse de pensar que tem ali uma ameaça em potência, falado-lhe de uma coisa que lhe interessa, criando um terceiro termo mediador que abra a criança para o mundo e transfira a sua atenção de nós para um objecto que lhe interesse e nos interesse; eventualmente, construindo com ela esse objecto, um jogo, um brinquedo comum. Propor-lhe uma tarefa em que invista as suas forças".
Poucas vezes tenho visto uma melhor metáfora do que é o trabalho psicoterapêutico/psicanalítico.
Winnicott chmava a este objecto "transaccional", Widlocher fala de co-pensamento no trabalho terapêutico.
Mas leiam todo o artigo, que vale a pena. É urgente.
segunda-feira, dezembro 28, 2009
UTE LEMPER
ão é tesourinho musical de fim de semana, mas é melhor: Ute Lemper em Paris. Ouvi, de ouvidos bem abertos!
domingo, dezembro 27, 2009
OUTRO TESOURINHO MUSICAL PARA O FIM DE SEMANA
Lucky to have been where I've been ( Jason Mraz and Colbie Caillat)
Duas horas de videojogos por dia
A Associação Espanhola de Pediatria considera que os jovens não devem jogar mais do que duas horas seguidas de videojogos sob risco de ficarem viciados.
Agora que o Natal passou e muitas crianças e jovens receberam consolas de videojogos como prendas, é importante relembrar aos adultos responsáveis pela saúde mental destes jovens que eles NÃO devem jogar mais do que duas horas seguidas, como afirma a Associação Espanhola de Pediatria.
Os jogos de computador (videojogos) podem ser extremamente importantes para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes porque lhes permitem treinar uma serie de competências e são óptimas ferramentas para desenvolver e potenciar a auto-estima se usados com moderação; mas quando a criança se começa a desligar dos amigos, da família e se refugia constantemente na televisão e na consola corre o risco de se tornar adito.
http://www.psiquiatria.com/noticias/trastornos_infantiles/otros_trastornos/prevencion2/45809/
sábado, dezembro 26, 2009
O SOLSTÍCIO DE INVERNO
(photo: writerinspired.wordpress.com)
Agora que está (quase) passada a chamada quadra natalícia e nos preparamos para mais umas festas "obrigatórias" (as da passagem de ano), interrogo-me sobre o sentido de tudo isto - se é que faz algum sentido. Sim, bem sei que o natal cristão veio sobrepôr-se a festividades muito antigas e que tinham a ver com o solstício de inverno. O cristianismo tentou sempre, com muita habilidade, absorver os rituais pagãos, digeri-los e dar-lhes um outro sentido mais conforme à doutrina.
O certo é que, no início do século XXI, andamos a festejar o solstício de inverno - numa época, ó ironia das ironias, em que se fala de aquecimento global - com rituais obsessivo-compulsivos de compras, presentes, cheques-oferta, um sem-fim de correrias consumísticas.
Uma canseira, meus caros. Serei só eu que estou farta?
Agora que está (quase) passada a chamada quadra natalícia e nos preparamos para mais umas festas "obrigatórias" (as da passagem de ano), interrogo-me sobre o sentido de tudo isto - se é que faz algum sentido. Sim, bem sei que o natal cristão veio sobrepôr-se a festividades muito antigas e que tinham a ver com o solstício de inverno. O cristianismo tentou sempre, com muita habilidade, absorver os rituais pagãos, digeri-los e dar-lhes um outro sentido mais conforme à doutrina.
O certo é que, no início do século XXI, andamos a festejar o solstício de inverno - numa época, ó ironia das ironias, em que se fala de aquecimento global - com rituais obsessivo-compulsivos de compras, presentes, cheques-oferta, um sem-fim de correrias consumísticas.
Uma canseira, meus caros. Serei só eu que estou farta?
sexta-feira, dezembro 25, 2009
TESOURINHO MUSICAL
Melody Gardot - Baby I'm a Fool, recomendada por ouvido amigo: http://blip.fm/~ib0zy
quarta-feira, dezembro 23, 2009
O NATAL, A FAMÍLIA E OS SOGROS
Esta época natalícia, já aqui vários de nós têm referido neste blog, é complicada a nível dos afectos e relacionamentos.
Achei a crónica que abaixo linco muito interessante, até pela franqueza com que a questão é posta. Poucas pessoas, julgo eu, seriam capazes de expor o problema o nos termos em que esta mulher o faz. Leiam que vale a pena.
http://parenting.blogs.nytimes.com/2009/12/23/disliking-your-in-laws/
Achei a crónica que abaixo linco muito interessante, até pela franqueza com que a questão é posta. Poucas pessoas, julgo eu, seriam capazes de expor o problema o nos termos em que esta mulher o faz. Leiam que vale a pena.
http://parenting.blogs.nytimes.com/2009/12/23/disliking-your-in-laws/
terça-feira, dezembro 22, 2009
POBRETES MAS ALEGRETES?
Está a decorrer neste momento na revista The Economist um debate online sobre os tempos de trabalho europeus e americanos em termos de férias e feriados.
A questão não tem nada de ocioso, sobretudo numa altura em que as dificuldades apertam e muitas sociedades (muito especialmente a portuguesa!) estão a empobrecer.
O ponto de partida é muito simples: apesar da produtividade ter aumentado mais na Europa do que nos USA, o rendimento per capita europeu permanece à volta dos 70% do dos norte-americanos.
Quem quer participar no debate? Lá porque somos portugueses não temos de ser desinteressados.
http://www.economist.com/debate/days/view/435
A questão não tem nada de ocioso, sobretudo numa altura em que as dificuldades apertam e muitas sociedades (muito especialmente a portuguesa!) estão a empobrecer.
O ponto de partida é muito simples: apesar da produtividade ter aumentado mais na Europa do que nos USA, o rendimento per capita europeu permanece à volta dos 70% do dos norte-americanos.
Quem quer participar no debate? Lá porque somos portugueses não temos de ser desinteressados.
http://www.economist.com/debate/days/view/435
Dislexia
A dislexia é caracterizada por dificuldades significativas na aquisição e no uso das capacidades de escuta, de fala, de leitura, de escrita, de raciocínio ou das capacidades matemáticas.
Esta desordem intrínseca ao indivíduo, pode estar associada a uma disfunção do sistema nervoso central e pode ocorrer ao longo da vida.
Embora estas dificuldades possam ocorrer paralelamente a outras condições de incapacidade ou influências extrínsecas – tais como, diferenças culturais, ensino insuficiente ou inadequado - elas não são devidas a tais condições ou influências.
No DMS-IV, podemos destacar como critérios de diagnóstico:
- Capacidade para a leitura, escrita e cálculo (...) substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade;
- Os problemas de aprendizagem interferem significativamente com o rendimento escolar ou actividades da vida quotidiana que requerem capacidades de leitura, escrita ou cálculo;
- Em presença de um défice sensorial, as dificuldades na capacidade de cálculo são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.
Esta desordem origina dificuldades de aprendizagem específicas:
- Na leitura, nomeadamente no que diz respeito ao aprender os sons das letras, dividir as palavras em sons, erros e na compreensão da leitura e leitura lenta;
- Na linguagem oral, nomeadamente má interpretação da linguagem ouvida, falta de consciência dos diferentes sons nas palavras e rimas, e dificuldade na organização dos pensamentos;
- Na escrita, nomeadamente na organização das ideias, erros ortográficos e má caligrafia (forma das letras e organização espacial);
- Na matemática, nomeadamente na memorização de factos matemáticos, dificuldade na sequencialização dos passos para a resolução de problemas e transposição de dígitos em números.
Esta dificuldade em aprendizagens específicas tem impacto nas crianças e nos jovens, onde destacamos:
- Falta de controlo sobre si mesmo;
- Dificuldade de ajustamento à realidade;
- Problemas de comunicação;
- Auto-conceito e auto-estima baixos;
- Reduzida tolerância à frustração;
- Implusividade;
- Falta de avaliação crítica;
- Ausência de discermimento;
- Falta de percepção social;
- Falta de cooperação;
- Raramente antecipam as consequências dos seus comportamentos.
Esta desordem pode ter como consequências reações interiorizadas na criança e nos jovens, como a ansiedade, o evitamento do trabalho escolar, timidez e/ou vitimização, doenças psicossomáticas, recusa em ir à escola e baixa auto-estima.
Esta desordem intrínseca ao indivíduo, pode estar associada a uma disfunção do sistema nervoso central e pode ocorrer ao longo da vida.
Embora estas dificuldades possam ocorrer paralelamente a outras condições de incapacidade ou influências extrínsecas – tais como, diferenças culturais, ensino insuficiente ou inadequado - elas não são devidas a tais condições ou influências.
No DMS-IV, podemos destacar como critérios de diagnóstico:
- Capacidade para a leitura, escrita e cálculo (...) substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade;
- Os problemas de aprendizagem interferem significativamente com o rendimento escolar ou actividades da vida quotidiana que requerem capacidades de leitura, escrita ou cálculo;
- Em presença de um défice sensorial, as dificuldades na capacidade de cálculo são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.
Esta desordem origina dificuldades de aprendizagem específicas:
- Na leitura, nomeadamente no que diz respeito ao aprender os sons das letras, dividir as palavras em sons, erros e na compreensão da leitura e leitura lenta;
- Na linguagem oral, nomeadamente má interpretação da linguagem ouvida, falta de consciência dos diferentes sons nas palavras e rimas, e dificuldade na organização dos pensamentos;
- Na escrita, nomeadamente na organização das ideias, erros ortográficos e má caligrafia (forma das letras e organização espacial);
- Na matemática, nomeadamente na memorização de factos matemáticos, dificuldade na sequencialização dos passos para a resolução de problemas e transposição de dígitos em números.
Esta dificuldade em aprendizagens específicas tem impacto nas crianças e nos jovens, onde destacamos:
- Falta de controlo sobre si mesmo;
- Dificuldade de ajustamento à realidade;
- Problemas de comunicação;
- Auto-conceito e auto-estima baixos;
- Reduzida tolerância à frustração;
- Implusividade;
- Falta de avaliação crítica;
- Ausência de discermimento;
- Falta de percepção social;
- Falta de cooperação;
- Raramente antecipam as consequências dos seus comportamentos.
Esta desordem pode ter como consequências reações interiorizadas na criança e nos jovens, como a ansiedade, o evitamento do trabalho escolar, timidez e/ou vitimização, doenças psicossomáticas, recusa em ir à escola e baixa auto-estima.
domingo, dezembro 20, 2009
ÀS COMPRAS: MULHER OU HOMEM?
http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/6720150/Shopping-styles-of-men-and-women-all-down-to-evolution-claim-scientists.html
O artigo é sobre as diferentes atitudes no que respeita a homens e mulheres. Aparentemente, isso tem a ver com a evolução. Os homens iam caçar e, com alguma sorte, caçavam. As mulheres tinham que escolher com cuidado entre os alimentos disponíveis (sementes, frutas, carne, crustáceos, etc.).
Diz o Prof Kruger:"Women gained the skills of how to get the best quality food in cave man times because if they chose the wrong berry or nut it could kill".
As mulheres dedicavam-se a escolher cuidadosamente, muitas vezes na companhia das crianças. Segundo os cientistas, a razão por que as mulheres gostam de passar horas em lojas, enquanto os homens entram, compram e saem, tem a ver com o seu passado como caçadores/recolectores.
(picture: rock_leonine)
O artigo é sobre as diferentes atitudes no que respeita a homens e mulheres. Aparentemente, isso tem a ver com a evolução. Os homens iam caçar e, com alguma sorte, caçavam. As mulheres tinham que escolher com cuidado entre os alimentos disponíveis (sementes, frutas, carne, crustáceos, etc.).
Diz o Prof Kruger:"Women gained the skills of how to get the best quality food in cave man times because if they chose the wrong berry or nut it could kill".
As mulheres dedicavam-se a escolher cuidadosamente, muitas vezes na companhia das crianças. Segundo os cientistas, a razão por que as mulheres gostam de passar horas em lojas, enquanto os homens entram, compram e saem, tem a ver com o seu passado como caçadores/recolectores.
(picture: rock_leonine)
sábado, dezembro 19, 2009
Inscrição na Ordem dos Psicólogos aberta
Atenção a todos os colegas Psicólogos:
Já está aberta a inscrição na ordem dos psicólogos - é obrigatória!
Saiba mais em www.ordemdospsicologos.pt
Já está aberta a inscrição na ordem dos psicólogos - é obrigatória!
Saiba mais em www.ordemdospsicologos.pt
MÚSICA
Como mesmo os mais distraídos devem ter notado, as relações das marcas com os consumidores estão a mudar, e muito. A publicidade tradicional (jornais, tvs, etc) está em queda desde há anos. Na internet, as coisas passam-se diferentemente.
As formas de promoção na net são certamente diferentes, ambora o chamado marketing viral seja, na forma, algo de semelhante. Mas o caso de que vos queria falar hoje envolve música e tem sobretudo a ver com a publicidade negativa, uma coisa de que as marcas fogem como diabo da cruz. Algumas delas (as mais espertalhonas) têm mesmo pessoas a monitorar o que se comenta delas nos sites, blogs e redes sociais, para tentar reparar eventuais danos à imagem. Cá em Portugal ainda não se faz. Eu, por exemplo, ando a protestar contra a fraca qualidade das boxes da Zon, que funcionam pessimamente, mas até agora ainda ninguém me deu ouvidos, apesar do CEO da Zon ser um ex-quadro da Microsoft e ter obrigação de estar mais atento. Enfim, neste país até a Microsoft amolece...
O caso de Dave Caroll foi diferente: líder de uma banda country, uma das suas melhores guitarras apareceu estralhaçada após uma viagem na United Airlines. O rapaz protestou, mas os serviços da empresa mandaram-no passear. Vai daí, ele compuseram uma música intitulada "United Breaks Guitars" que já foi vista no Youtube por milhares de pessoas. A música é óptima e a letra...bem, essa, vale a pena ouvir com atenção...
A empresa anda a tentar reparar os danos à imagem propondo a Dave uma indemnização, ele mandou-os passear.
Soubesse eu mais de música e talvez já conseguisse que a minha box gravasse...
quinta-feira, dezembro 17, 2009
DEMOCRACIA A FUNCIONAR MAL
"Esta democracia não está a funcionar bem, sobretudo porque a Justiça está muito mal".
"A imprensa livre, felizmente, tornou pública a justiça".
Estas são duas das afirmações do sociólogo António Barreto numa entrevista à jornalista Helena Garrido do Jornal de Negócios e que pode ser vista e ouvida em:
A política/democracia/cidadania é um assunto ao qual volto repetidamente porque, ao contrário do que algumas pessoas pensam, diz respeito a todos nós.
Vejam por exemplo o que se está a passar com o parlamento e com o governo neste momento. Num país à beira da falência, continuam a personalizar-se as discussões e em vez de se discutirem ideias e projectos que servissem ao país, trocam-se insultos tontos. E isto, atenção, aplica-se tanto à esquerda como à direita. O desnorte é total e fica-se com a sensação nítida de que os nossos representantes (serão mesmo nossos representantes?) se estão verdadeiramente nas tintas para os problemas importantes.
António Barrteo é uma voz sensata, séria e inteligente no triste panorama nacional. Convém ouvi-lo. E reler a entrevista que ele deu ao jornal i há há umas semanas atrás (28/11) sobre os estado em que está Portugal.
O que está a acontecer com a Grécia é muito provável que venha a contecer connosco brevemente, se não emendarmos a mão. Dificuldades no crédito, subida dos juros, aumento (ainda naior!) do desemprego, tudo isso são coisas que vão degradar radicalmente a nossa vida. Não se adivinham tempos fáceis.
"A imprensa livre, felizmente, tornou pública a justiça".
Estas são duas das afirmações do sociólogo António Barreto numa entrevista à jornalista Helena Garrido do Jornal de Negócios e que pode ser vista e ouvida em:
A política/democracia/cidadania é um assunto ao qual volto repetidamente porque, ao contrário do que algumas pessoas pensam, diz respeito a todos nós.
Vejam por exemplo o que se está a passar com o parlamento e com o governo neste momento. Num país à beira da falência, continuam a personalizar-se as discussões e em vez de se discutirem ideias e projectos que servissem ao país, trocam-se insultos tontos. E isto, atenção, aplica-se tanto à esquerda como à direita. O desnorte é total e fica-se com a sensação nítida de que os nossos representantes (serão mesmo nossos representantes?) se estão verdadeiramente nas tintas para os problemas importantes.
António Barrteo é uma voz sensata, séria e inteligente no triste panorama nacional. Convém ouvi-lo. E reler a entrevista que ele deu ao jornal i há há umas semanas atrás (28/11) sobre os estado em que está Portugal.
O que está a acontecer com a Grécia é muito provável que venha a contecer connosco brevemente, se não emendarmos a mão. Dificuldades no crédito, subida dos juros, aumento (ainda naior!) do desemprego, tudo isso são coisas que vão degradar radicalmente a nossa vida. Não se adivinham tempos fáceis.
quarta-feira, dezembro 16, 2009
COMO NOS TORNARMOS NO NOSSO PIOR INIMIGO
"Qualquer pessoa pode ser infeliz, mas tornar-se infeliz é algo que tem de ser aprendido, e para esse obectivo não bastam só alguns golpes da sorte".
Este parágrafo foi tirado do livro de Paul Watzlawick intitulado "The Situation is Hopeless But Not Serious". Escrito nos anos oitenta é um grande (pequeno em tamanho) livro perfeitamente actual. Julgo que existe uma tradução em português.
Partindo do absurdo, Watzlawick analisa questões como "por que é que alguém há-de gostar de mim?" e outras ideias fixas com que nos infernizamos a vida. Muito resumidamente, este livro é sobre como tornarmos o nosso dia a dia num inferno e aumentar as pequenas contrariedades por forma a torná-las monstruosas.
Durante muito anos professor em Palo Alto, Califórnia, Watzlawick, nascido na Áustria em1921, morreu há três anos. Era um homem de génio.
Este livro, como os outros deste autor, consegue o milagre de ser divertido e profundo ao mesmo tempo. Boa leitura de Natal e um bom presente também.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Tempo das Crianças na Creche
Sou da opinião de quanto mais pequenas são as crianças, menos tempo devem passar na creche. Pois o pouco tempo diário que resta à criança, quando está com os pais, é ocupado com tarefas diárias como o banho, a alimentação e o dormir, e pouco tempo sobra para os momentos descontraidos e para as brincadeiras que favorecem a vinculação.
A vinculação, é uma ligação emocional recíproca e doradoura entre o bebé e a figura parental, em que cada um contribui para a qualidade da relação. Assegurando, assim, as necessidades psicossociais e físicas do bebé.
Quando mais segura for a vinculação da criança ao adulto que dela cuida, mais fácil é para a criança, se tornar independente deste adulto e desenvolver boas relações com os outros.
Estudos apontam que as crianças pequenas com uma vinculação segura são mais curiosas, competentes, empáticas, resilientes e confiantes, dão-se melhor com as outras crianças e têm mais tendência para formar relações de amizade próximas. Interagem mais positivamente com os outros e são mais independentes, tendendo a ter uma auto-imagem mais positiva.
Estas vantagem continuam no período escolar, na adolêscencia.
Neste sentido, julgo fundamental valorizar os momentos familiares diáriamente, que tantas vezes ficam comprometidos pelo excesso de tempo que as crianças passam nas creches e o excesso de carga horária laboral dos pais. Não desvalorizando, claro, a importância da frequência da creche e da pré-escola para o desenvolvimento das competências cognitivas e sociais das crianças.
domingo, dezembro 06, 2009
sábado, dezembro 05, 2009
A VIDA SEXUAL DOS ANIMAIS
Li este fim de semana na revista Visão, uma notícia espantosa. Uma empresa brasileira chamada Petsmiling estaria a comercializar cadelas insufláveis.
O objecto, que dá pelo nome de DoggieLoverDoll, tem 18 cm de altura e cor vermelha (ver fotog. junta). Proporcionaria um aumento do bem estar (tanto físico como psicológico) dos nossos cãezinhos e, dizem os seus promotores, evitaria o embaraçante roçar nas pernas das visitas a que se dedicam alguns destes animais de companhia.
Sou suspeita: tenho um adorável basset-hound, cheio de personalidade, mas que, fruto talvez da irrepreensível educação sexual que lhe proporcionámos, nunca andou a roçar por ninguém. Estive a ver o site, e a olhar com atenção para as fotografias da boneca, sob os vários ângulos. O tal canal é bem visível, mas acho a cor muito estranha e pouco apelativa (uma cadela vermelha?! Parece um jelly). E, se bem conheço a psicologia canina, outra coisa me confunde: então e o cheiro? Já não interessa? E o pêlo? Será que também os cães optaram pela moda (importada do Brasil, lá está...) da depilação total?
Enfim, como vêem, estou decepcionada com as características do objecto, que me parece demasiado funcional e pouco sensorial. Acho que não vou oferecer ao Jonas este presente pelo Natal. Quero o melhor para ele, mas... "less is more", como dizia a Elsa no seu último post sobre os presentes nesta quadra.
O objecto, que dá pelo nome de DoggieLoverDoll, tem 18 cm de altura e cor vermelha (ver fotog. junta). Proporcionaria um aumento do bem estar (tanto físico como psicológico) dos nossos cãezinhos e, dizem os seus promotores, evitaria o embaraçante roçar nas pernas das visitas a que se dedicam alguns destes animais de companhia.
Sou suspeita: tenho um adorável basset-hound, cheio de personalidade, mas que, fruto talvez da irrepreensível educação sexual que lhe proporcionámos, nunca andou a roçar por ninguém. Estive a ver o site, e a olhar com atenção para as fotografias da boneca, sob os vários ângulos. O tal canal é bem visível, mas acho a cor muito estranha e pouco apelativa (uma cadela vermelha?! Parece um jelly). E, se bem conheço a psicologia canina, outra coisa me confunde: então e o cheiro? Já não interessa? E o pêlo? Será que também os cães optaram pela moda (importada do Brasil, lá está...) da depilação total?
Enfim, como vêem, estou decepcionada com as características do objecto, que me parece demasiado funcional e pouco sensorial. Acho que não vou oferecer ao Jonas este presente pelo Natal. Quero o melhor para ele, mas... "less is more", como dizia a Elsa no seu último post sobre os presentes nesta quadra.
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Os Presentes de Natal...
Por esta altura do ano é impossível ir a um Centro Comercial e ficar indiferente à agitação típica da época, materializada em carros e sacos cheios de presentes para o Natal. A submissão a uma prática comercial pura e dura, que não contempla crises nem admite falhas, parece dominar até o espírito mais critico e/ou céptico.
E aquilo que para as crianças é uma festa, para os pais pode muitas vezes tornar-se uma grande dor de cabeça tal a variedade existente de possibilidades à escolha. A meu ver, tal como na arquitectura, Less is more. Em vez de muitos presentes devemos optar pela qualidade pedagógica dos mesmos, e em vez da complexidade devemos optar pela simplicidade, dado ser esta que mais estimula a fantasia e a criação.
Quanto ao preço, mesmo quando a bolsa o permite, nem sempre o mais caro é melhor, pois o pior mesmo é serem as crianças a pagar o preço do excesso. É sobretudo perante a ausência que se constroi a capacidade de sonhar e é por isso que uma caixa de Legos custa menos mas pode valer mais que mil castelos...
E educar é ter os olhos postos sobretudo no amanha e não apenas no momento presente...
E aquilo que para as crianças é uma festa, para os pais pode muitas vezes tornar-se uma grande dor de cabeça tal a variedade existente de possibilidades à escolha. A meu ver, tal como na arquitectura, Less is more. Em vez de muitos presentes devemos optar pela qualidade pedagógica dos mesmos, e em vez da complexidade devemos optar pela simplicidade, dado ser esta que mais estimula a fantasia e a criação.
Quanto ao preço, mesmo quando a bolsa o permite, nem sempre o mais caro é melhor, pois o pior mesmo é serem as crianças a pagar o preço do excesso. É sobretudo perante a ausência que se constroi a capacidade de sonhar e é por isso que uma caixa de Legos custa menos mas pode valer mais que mil castelos...
E educar é ter os olhos postos sobretudo no amanha e não apenas no momento presente...
Síndrome de Asperger
É frequente que pais de crianças com Síndrome de Asperger cheguem aos nossos consultórios com questões muito inquietantes acerca do comportamento dos seus filhos. As dificuldades ao nível das competências sociais, na capacidade de diálogo, o interesse obsessivo por um assunto são as características principais desta síndrome e imprimem no comportamento das crianças um carácter invulgar ao olhar dos outros, sobretudo ao olhar das outras crianças, os seus pares. Sem desconsiderar a importância dos aspectos da cognição, psicomotricidade e outros, alertamos para as dificuldades vividas ao nível da socialização em contexto escolar.
Os pais referem-se muitas vezes ao isolamento das suas crianças na escola e falta de amigos genuínos. As pessoas com esta síndrome parecem não ser capazes de interpretar sinais não verbais de comunicação e são mesmo capazes de tecer comentários que, embora verdadeiros, são embaraçosos – o que, inevitavelmente, prejudica a sua adaptação social.
Lorna Wing (Burgoine e Wing, 1983) identificou como características clínicas principais da Sindrome de Asperger:
- a ausência de empatia;
- a interacção ingénua, inadequada e unilateral;
- a reduzida (ou mesmo ausente) capacidade para estabelecer amizades;
- o discurso muito formal e repetitivo;
-comunicação não verbal pobre;
- interesse constante por determinado assunto;
- a fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas e desajeitadas.
Em crianças em idade escolar um dos sintomas mais visíveis pode ser a exclusão social, estas são crianças que habitualmente encontramos a brincar sozinhas, interessadas por actividades atípicas (pouco interessantes para crianças da mesma idade), frequentemente rotineiras e repetitivas. Este é um dado de grande importância que merece ser clarificado com os pais e com a escola, de modo a evitar as consequências da estigmatização ou o reforço do isolamento/exclusão.
Uma criança com Sindrome de Asperger é essencialmente uma criança com necessidades diferenciadas que precisam de ser acolhidas pela escola e pela família.
É determinante que as dificuldades destas crianças sejam apoiadas assim que identificadas, procurando evitar a cristalização de formas ineficazes de comportamento e interacção que são fonte de ansiedade e mal-estar para o próprio.
Mais aqui:http://www.ktree.com.pt/asperger.shtml
Os pais referem-se muitas vezes ao isolamento das suas crianças na escola e falta de amigos genuínos. As pessoas com esta síndrome parecem não ser capazes de interpretar sinais não verbais de comunicação e são mesmo capazes de tecer comentários que, embora verdadeiros, são embaraçosos – o que, inevitavelmente, prejudica a sua adaptação social.
Lorna Wing (Burgoine e Wing, 1983) identificou como características clínicas principais da Sindrome de Asperger:
- a ausência de empatia;
- a interacção ingénua, inadequada e unilateral;
- a reduzida (ou mesmo ausente) capacidade para estabelecer amizades;
- o discurso muito formal e repetitivo;
-comunicação não verbal pobre;
- interesse constante por determinado assunto;
- a fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas e desajeitadas.
Em crianças em idade escolar um dos sintomas mais visíveis pode ser a exclusão social, estas são crianças que habitualmente encontramos a brincar sozinhas, interessadas por actividades atípicas (pouco interessantes para crianças da mesma idade), frequentemente rotineiras e repetitivas. Este é um dado de grande importância que merece ser clarificado com os pais e com a escola, de modo a evitar as consequências da estigmatização ou o reforço do isolamento/exclusão.
Uma criança com Sindrome de Asperger é essencialmente uma criança com necessidades diferenciadas que precisam de ser acolhidas pela escola e pela família.
É determinante que as dificuldades destas crianças sejam apoiadas assim que identificadas, procurando evitar a cristalização de formas ineficazes de comportamento e interacção que são fonte de ansiedade e mal-estar para o próprio.
Mais aqui:http://www.ktree.com.pt/asperger.shtml
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