sexta-feira, maio 25, 2012

The Way Back





The Way Bach conta a história de um grupo de prisioneiros, que escapa de um campo de concentração, durante a segunda guerra mundial.
            Um filme arrebatador onde a determinação e a esperança da conquista da liberdade conseguem ultrapassar condições adversas à condição humana.

terça-feira, maio 22, 2012

Ainda a polémica DSM V

O The New York Times chamou na semana passada a atenção para o facto de a nova DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais) eliminar os conceitos de dependência e abuso de álcool, até agora diferenciados, passando a juntar tudo sob o nome de Perturbação pela Utilização de Substâncias. Ainda que sejam considerados 3 níveis distintos desta perturbação, ligeiro, moderado e severo, as estatísticas do alcoolismo vão disparar. Um estudo australiano quantifica esta alteração afirmando que o aumento do número de pessoas diagnosticadas com alcoolismo pode aumentar cerca de 60 %. Só nos E.U.A estima-se que 40% dos estudantes universitários que consomem álcool em excesso possam vir a ser considerados como alcoólicos.

A IMPORTÂNCIA DO "NÃO"


Dizer “Não” aos filhos é uma das dificuldades mais frequentes que os pais apresentam nos dias de hoje. Curiosamente é uma das primeiras palavras, se não mesmo a primeira, que as crianças aprendem. Não é por acaso que por volta dos 15 meses, a criança diz “Não” enquanto explora e olha para os pais pelo canto do olho, antecipando o que vai ouvir. Também não é por acaso que ergue o dedo indicador e refila em resposta à repreensão dos pais. Desde cedo, a criança procura autonomizar-se, recorrendo a um certo negativismo que serve o seu desejo de independência, mas também a procura de proteção.

Quando testa os limites, a criança está a pedir ajuda para aprender o que pode ou não fazer. Como refere o pediatra americano Brazelton, “a disciplina é um projeto de ensino a longo prazo”. O mais importante para a criança é o amor e a aprovação dos pais, pelo que tentará sempre responder e corresponder às suas expetativas. Expetativas consistentes, razoáveis e previsíveis ajudam a criança a ganhar controlo sobre o seu comportamento.

Apesar do aumento significativo do diagnóstico de hiperatividade e da tentativa de o tornar mais rigoroso, muitas destas crianças são, na verdade, “hiper-mal-educadas”. O que não significa que não sejam crianças em sofrimento. Crianças omnipotentes, que querem (ou precisam) controlar tudo e todos, mas que procuram que alguém as controle, ou seja, que as contenha.

Com o ritmo acelerado que a maior parte das famílias vivencia atualmente, a exaustão é inimiga da tolerância. A criança passa todo o dia ansiosa por voltar a ver os seus pais e quando isso acontece, tende a extravasar as emoções. Os pais estão cansados, as crianças estão cansadas, o que por vezes dificulta a gestão do comportamento e das emoções. Por outro lado, os pais sentem-se culpabilizados pela sua ausência, não querendo estragar o pouco tempo que têm com negociações ou repreensões. Talvez em relação com as suas próprias vivências, alguns pais acham que se contrariarem a criança esta vai gostar menos deles, até porque muitas vezes lhes diz “és mau/má, não gosto de ti”. E é nesta altura que os pais devem dizer “mas eu gosto muito de ti, mesmo quando me zango contigo ou tu ficas zangado/a comigo”.

Quando a criança não ouve um “não”, isso vai gratificá-la em algumas situações, mas principalmente vai deixá-la num grande estado de insegurança. Digo muitas vezes aos pais que é como se a criança sentisse que se quiser atirar-se da janela, os pais vão deixar porque, afinal, nunca lhe dizem que não. E esta falta de limites, de contenção, de proteção, deixa a criança com um tremendo sentimento de desamparo. Daí a sua necessidade de controlar o meio, com birras, passagens ao ato, etc. A criança procura ser travada. Para a pedopsiquiatra e psicanalista Maria José Gonçalves, a satisfação imediata, seja em que área da vida da criança for, dificulta-lhes o lidar com a realidade e com os seus constrangimentos". Por este motivo é tão importante a consistência das regras; se se cede uma vez, a criança vai aprender que se insistir muito, vai conseguir o que quer. E este comportamento vai estender-se à relação com os professores e com os amigos, de quem vai sentir rejeição e incompreensão, por se ver confrontada com a frustração a que não está habituada, o que pode alimentar os comportamentos de oposição e até de agressividade. É, por isso, essencial perceber que a realidade tem limites, que existe o certo e o errado, e também desta forma a criança aprenderá a fazer escolhas e a dizer “não” ao que lhe pode fazer mal.

A maior parte das crianças não precisa de muitas regras, nem que estas sejam muito rígidas. Precisam sim de regras consistentes, razoáveis e previsíveis. Aliás, para o psicanalista António Coimbra de Matos, mais do que disciplina, “as crianças precisam de ter um ambiente disciplinado e organizado”.

segunda-feira, maio 21, 2012

PARABÉNS

Pois é, mais um aninho passou e o nosso blog já fez 6 anos.
Estamos todos de parabéns, colaboradores e leitores!

Um dia feliz!

domingo, maio 20, 2012

BURACOS NEGROS

Esta fotografia da NASA mostra estrelas a serem "sugadas" por um buraco negro.
Tudo isto se passa muito longe, num universo indiferente às nossas dores e ansiedades.
Entretanto, na outra ponta do mediterrâneo, joga-se o futuro do sonho europeu. Os bancos rebentam, as pessoas sofrem, as potências realinham-se. A velha história da humanidade, num cenário que já viu mutas convulsões. Há buracos negros perto de nós.

http://www.nasa.gov/mission_pages/chandra/news/H-12-144.html

sábado, maio 19, 2012

Distinguished Psychoanalytic Educator Award 2012

António Coimbra de Matos foi galardoado com o prémio - Distinguished Psychoanalytic Educator Award 2012 - prémio com que o IFPE -  The International Forum for Psychoanalytic Education, distingue anualmente uma "Personalidade de Mérito" associada à excelência do ensino da Psicanálise.

sexta-feira, maio 18, 2012

DSM-V: CONTROVÉRSIAS


Dois terços dos peritos que trabalham para a revisão do manual de referência americano de diagnósticos psiquiátricos, o DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), referem ligações financeiras com a indústria farmacêutica, segundo um estudo publicado na revista Public Library of Science, representando a mesma proporção da revisão precedente.

A publicação da próxima edição, o DSM-5, pela American Psychiatirc Association, está prevista para Maio de 2013. Para além dos conflitos de interesse com a indústria farmacêutica, o DSM é objeto de  inúmeras críticas, nomeadamente, da parte de algumas secções da American Psychological Association e da British Psychological Society, protestando contra a expansão desmedida de diagnósticos psiquiátricos, bem como, contra a tendência para reduzir os critérios para o diagnóstico de variadas perturbações. O risco associa-se à estigmatização e medicação facilitadas, resultando em limitações sociais (ligadas à estigmatização) e compromissos ao nível de saúde decorrentes dos efeitos secundários dos medicamentos abusivamente prescritos.

quinta-feira, maio 17, 2012

Is there such a thing as gender leadership?" 24 Maio às 18h30

Clara Pracana "Is there such a thing as gender leadership?"
Invitation to Chair’s Ladies Event, 24th May, 18:30h, Católica Lisbon

Worldwide the proportion of women in top management posts is only 15%. What explains these results obtained by women in top posts, including in politics? Is there a kind of "female" leadership?
Several studies suggest that women get better results in several items of leadership. The stereotype of women leaders is confirmed: they are attentive, good listeners, have the capacity to communicate and inspire, facilitate the participation, know how to motivate, have the capacity to work and resilience.
They classify higher than men in all dimensions, except one: the "envisioning" (ability of vision combined with strategy). Why is it so?
Another question: why is it that so few girls want to study engineering or mathematics? Are these two issues connected? How can we encourage more women into The Lisbon MBA?
To register click here

EMOCIONALMENTE MUDOS, ou o mundo da alexitimia




"I mean, being a robot's great, but we don't have emotions, and sometimes that makes me very sad." 


Bender, Futurama

O homem de lata do "Feiticeiro de OZ"
Etimologicamente alexitimia quer dizer : sem palavras para as emoções (do grego : a, ausência, lexis, palavra e timia, emoção ).  

As pessoas que têm uma especial dificuldade em identificar e descrever estados emocionais à medida que estes acontecem, e em distinguir os sentimentos das sensações físicas que os acompanham, são apelidadas clinicamente de alexitímicas. 
Na verdade, o conceito de alextimia, foi inicialmente proposto por Sifneos (1972) que trabalhava com doentes psicossomáticos, sofreu revisões posteriores, e define-se actualmente através das seguintes dimensões:
>dificuldade a identificar sentimentos e em distinguir entre sentimentos e sensações físicas de estimulação emocional,
>dificuldade em descrever sentimentos aos outros,
>imaginação diminuída, e
>estilo de pensamento ligado ao mundo exterior.
(Taylor, Bagby e Parker, 1997)
Mr Spock, personagem do "Star Treck"
Os “alexitímicos podem ter, com posterior reflexão, uma sensação vaga de que estavam sob o domínio de uma forte emoção” (por ex.,  uma tristeza chorosa, ou uma ira raivosa) “mas ficam, em geral,  perdidos quando tentam perceber o que levou essas emoções a manifestarem-se”. Por outras palavras, “não conseguem imaginar o que estimulou o seu  humor, a sua disposição. Quando muito podem ter uma sensação desconfortável de algo que mudou no seu corpo” (por ex., o aumento da frequência cardíaca, o corar ou a sensação de borboletas no estômago), e quando pressionados a descrever os seus sentimentos, “os alexitímicos não têm palavras para oferecer, e podem atrapalhar-se, avançar com um resposta forjada ou simplesmente mudar de assunto.”
É frequente o indivíduo “interpretar erradamente a expressão física da emoção como uma expressão física de doença, por exemplo, as lágrimas no rosto tornam-se, não tristeza, mas um defeito no canal lacrimal; o coração acelerado de paixão, uma válvula defeituosa; ou um aperto de ansiedade no estômago, uma apendicite.”
Para estas pessoas  os “estados emocionais podem ser atribuídos a influências adversas de ambiente, como uma mudança no barómetro, tóxicos no ar, ou um colchão desconfortável. É como se houvesse um elo perdido que permitiria que à imaginação formar uma imagem da situação emocional para a mente trabalhar”. 
Stoic Woobie
É importante uma mais clara compreensão desta perturbação, até porque suscita um déficit  comunicacional, de percepção de si e dos outros, com tremendo impacto em toda a esfera relacional (parentalidade, relações conjugais, relações profissionais, etc), e entender que nestas pessoas  as manifestações emocionais surgem muitas vezes travestidas de uma forma somática, e as emoções são geralmente” indiferenciadas, vagas e inespecíficas”.  Não deve ser confundida com outras perturbações ( por ex., com a psicopatia/socopatia, a perturbação de personalidade esquizóide, o estoicismo, e repressão das emoções, a alexitimia masculina normativa, a vergonha e a apatia da fobia social), o que nem sempre é fácil. Também é aconselhável algum cuidado de diagnóstico diferencial, na medida em que subsistem conceitos próximos que se sobrepõem parcialmente a este e co-morbilidades a ter em conta (autismo e síndrome de Asperger, compulsividade obsessiva, perturbações alimentares, perturbações de stress pós traumático, perturbações de personalidade, perturbações depressivas e de ansiedade, perturbações psicossomáticas e abuso de substâncias, doenças e lesões físicas)
Entender as causas (biogénicas ou psicogénicas) desta perturbação tão investigada e tantas vezes associada às perturbações psicossomáticas e doenças físicas em geral, é importante para escolher  a psicoterapia mais adaptada a estas pessoas devendo em geral ser orientada para a melhoria do seu bem estar social e psicológico.
Referência:
Thompson, J. (2009). Emotionally Dumb. An overview of Alexthimia. Australia: Soul Books (eBook). 

segunda-feira, maio 14, 2012

1ª JORNADAS DE PRIMAVERA - ISPA

Têm estado a decorrer as 1ª JORNADAS DE PRIMAVERA no ISPA, sob a coordenação do Prof. Emílio Salgueiro. O programa segue abaixo e parece bem interessante.

19/5- Psicanálise, drama e tragédia - Sófocles, o Rei Édipo e Freud - Nuno Torres

26/5 - Paixão e nostalgia; angústia, medo e terror; curiosidade, triunfo e reparação - Eduardo Sá

2/6 - Afinal, para a psicanálise quem somos nós? E os outros? - Maria José Vidigal

9/6 - Cérebro e mente: mas o que têm as neurociências a ver com a psicanálise? - Emílio Salgueiro

16/6 - Psicanálise e psicoterapias: afinal o que é quês as distingue? Afinal o que é que ‘tratam’? - Nuno Torres





domingo, maio 13, 2012

BONECO DOS MEUS SONHOS (OU PESADELOS)

Uma empresa norte-americana dedica-se a produzir bonecos que correspondam o mais fielmente possível ao desenho da criança.
É uma ideia um pouco perturbante - poderão ler mais aqui.

http://www.childsown.com/

Entre a fantasia e o concreto é suposto existir um território indefinível - o da brincadeira.
E agora?

sábado, maio 12, 2012

Efeito Dessensibilização

No outro dia a almoçar com um colega e amigo falávamos daquilo a que circunstancialmente denominados como o efeito de dessensibilização. O efeito dessensibilização é amoral e manifesta-se sobre coisas boas e menos boas. Quando se manifesta sobre coisas más, desagradáveis é ótimo :-). É uma espécie de efeito inverso ao efeito do trauma que hipersensibiliza. Quando se manifesta sobre coisas boas é uma carga de trabalhos. É o efeito de dessensibilização que faz, entre outras coisas, com que os ricos não consigam ser felizes por serem ricos, habituam-se à riqueza, aos luxos e a tudo aquilo que a disponibilidade financeira ilimitada permite e deixam de ser capazes de a gozar porque dessensibilizaram.

No outro dia, bem antes do referido almoço, ao ver o filme Larry Crowne pensei: porque raio um homem que tem em casa uma mulher linda de morrer como a Julia Roberts, fica em casa a ver pornografia obsessivamente à procura de sites de mulheres com seios grandes?! E hoje, a minha resposta é: efeito de dessensibilização. Podemos até ter por parceira uma mulher linda de morrer como a Charlize Teron (a rapariga da foto) e ao fim de algum tempo o efeito de dessensibilização faz-se sentir e ela deixa de causar o impacto da realização de um sonho.

Claro que o efeito de dessensibilização demora mais a fazer-se sentir numa mulher ou homem lindo de morrer do que na mulher ou homem de beleza comum, mas não é isso que interessa, aquilo que interessa é o efeito de dessensibilização e a forma como ele acaba por burilar e suavizar a vivência emocional banalizando-a, neutralizando-a.

Na minha opinião o efeito de dessensibilização é evitado quando estimulado o efeito de refinamento (ou apuramento) - mais um nome inventado por mim -, este efeito corresponde ao aprimoramento da capacidade de tornar cada vez mais fina a sensibilidade a um determinado assunto, produto, etc. É o efeito gerado pelo melómano, o enólogo (profissional da degustação). A atenção concentrada e a procura do novo e do diferente no igual ou semelhante estimula a acutilância dos sentidos e desenvolve a capacidade de usufruto. Com o efeito de refinamento a mulher e o homem comum descobrem a possibilidade do gozo intensificado que o melómano encontra na escuta de uma obra prima musical ouvida centenas ou milhares de vezes. A intemporalidade de algumas peças musicais está no refinamento da capacidade de escuta a par da inesgotabilidade de uma peça que se cria e enriquece a cada audição.

A voz de Freud com 81 anos.

A voz de Freud com 81 anos.
Uma gravação realizada pela BBC em 1938.

Todos aqueles que estão intimamente ligados à Psicanálise desde há longos anos (e mesmo aqueles que são recém chegados) nutrimos um interesse particular e quase mítico por Freud, esse grande homem da cultura que concebeu e desenvolveu um sistema complexo que permite a compreensão e a modificação do psiquismo: A PSICANÁLISE.

Freud nasceu a 6 de Maio e este post é também uma homenagem ao seu nascimento e à sua memoria.

Ouçam a voz de Freud com 81 anos e compreendam o sofrimento de um tumor que o massacrava para além do insuportável.


Proliferação do mercado de novas drogas


O Observatório Europeu de Drogas e Toxicomanias fez saber que, em 2011, se descobriram 49 drogas novas. Representam o dobro dos anos anteriores acrescentando que o fenómeno está ligado ao crime organizado e cresce “a um ritmo sem precedentes” - é descoberta uma por semana.


Dá que pensar... e inquieta. O “artificial” está cada vez mais a atropelar o “natural”. Novos tempos, novos paradigmas, novas e rápidas mudanças a todos os níveis que exigem adaptação por parte de todos mas também reflexão, monitorização e adaptação (influência) no meio por parte de cada um de nós...

(A notícia pode ser lida na totalidade em http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54021&op=all)

sexta-feira, maio 11, 2012

REDES SOCIAIS - parte II




 O MUNDO da BLOGOSFERA



Este imenso mundo, que todos nós gostamos de percorrer, fonte de sabedoria, conhecimento e transmissão, pode, por vezes tornar-se numa poderosa ferramenta de destruição, maldizer e difamação. Num estudo levado a cabo nos Estados Unidos acerca do tipo de utilizadores das redes sociais, verificou-se que a faixa dos 30 aos 40 era a mais"consumista", seguida da adolescência.

Alertada para o conteúdo de certo tipo de plataformas mais para adolescentes (por uma mãe), pude constatar que era um mundo de maldizer, difamação, puro "corte e costura" sem qualquer teor construtivo ou amigável. Orkut e Springform (especialmente esta última, na altura em que acedi) mais pareciam frentes de combate não poupando no arsenal defensivo e destrutivo, arrasando tudo por onde passavam...

Há relativamente pouco tempo, em conversa com um familiar (grande adepto da blogosfera),  fui novamente alertada para o teor de alguns blogs, comentários, neste caso! De uma maldicência, de uma frieza de conteúdos, de um jargão corrosivo, sem qualquer teor educativo, ou crítica construtiva...

E levou-me a pensar..., onde já vi isto? estarão os adultos a replicar os comportamentos dos adolescentes, ou estarão os adolescentes a replicar os comportamentos dos adultos??

O Bebé Silencioso


O Hospital Estefânia abriu consultas do bebé silencioso. "Há bebés calmos demais, e que quase não dão trabalho. Mas estes comportamentos podem esconder problemas graves como o autismo..." 

A entrevista ao responsável pela unidade da primeira infância em  http://www.paisefilhos.pt/index.php/actualidade/noticias/3613-bebes-calmos-demais-podem-ter-problemas

quinta-feira, maio 10, 2012

OS JOVENS E OS PAIS DOS JOVENS

O jornal Publico traz hoje uma entrevista com o prof. e investigador do ICS José Machado Pais sobre a sexualidade entre os jovens.
Interessante a referencia à falta de limites e de orientação que muitos jovens sentem.

http://jornal.publico.pt/noticia/10-05-2012/os-jovens-sofrem-uma-nova-censura-que-os-empurra-para-o-sexo-24515496.htm

Foto Miguel Madeira, Publico

ELES LÁ SABEM PROQUÊ

Jovens empreendedores, de varias nacionalidades, explicam por que escolheram Lisboa para viver e trabalhar.

http://www.youtube.com/watch?v=8NkJ9QrO2xo&feature=youtube_gdata_player

PROJECÇÕES E INTROJECÇÕES


“SHAME” : o novo filme do artista britânico Steve McQueen / Adição sexual e muito mais



"Shame" é um filme avassalador. Avassalador tanto estética, como narrativamente. 
E na nossa condição de voyeurs somos mais voyeurs, tão próximos que ficamos da personagem principal do Brandon, magnificamente interpretada pelo actor Michael Fassbender.  Sentimo-nos colados à sua pele, e ao mesmo tempo vemos dele o que os que com ele convivem não vêem totalmente, sem, contudo, o viver por dentro, sem identificação projectiva. 

A técnica de filmagem recorre ao close-up, a planos muito belos, próximos e precisos que nos aproximam forçadamente dos personagens, com uma crueza que capta o vazio e a nudez, e simultaneamente nos fazem ver e sentir... mais ou menos desconfortavelmente a vida sem passado, nem futuro de Brandon. Inóspita porque sem espaço para albergar afecto.

A história centra-se sobre o tema da adição sexual e do consumo de pornografia que tapa o vazio da existência do executivo nova-iorquino. Apesar da brutal proximidade, e da crueza doméstica do corpo, da quase ausência de história,  não nos escapamos da trama tecida de conflitos internos e relacionais, de desespero, de drama do vazio, e da incapacidade de intimidade. Este último aspecto fica bem claro num encontro com uma colega de trabalho, em que esta procura estabelecer um contacto mais humano e emocional, resultando num encontro sexual defraudado. O sexo já não pode acontecer ali contaminado que está pela aproximação e contacto.

Mas o epicentro da perturbação, uma tensão incestuosa indizível e omnipresente que atravessa o filme, acontece com a chegada da irmã Sissy ( belissimamente interpretada por Carey Mulligan)  e na intensidade da cena em que esta canta uma melancólica e perdida (como ela) versão do “New York, New York”.

O tema da incapacidade para estabelecer relações íntimas e verdadeiros laços afectivos, recorrente nos nossos dias, encontra eco nos nossos consultórios. Uma espécie de dor sem narrativa, nem conteúdo que se encontra enraizada no mais longínquo da história e experiências pessoais de cada um.  Sissy explode, e Brandon implode, como duas facetas desfeitas da mesma coisa.

Um filme que nos faz pensar, e que nos faz sentir, interpelando-nos como se espera de uma experiência estética, sem que a indiferença ocupe o lugar do espectador. Vício e abismo. Auto-destruição e vergonha. Sem redenção. A ver.

terça-feira, maio 08, 2012

JEAN LAPLANCHE 21/06/1924- 06/05/2012

Morreu Jean Laplanche, distinto e influente psicanalista francês, que dedicou várias décadas à revisão e ao (re)pensamento da teoria freudiana, bem como à defesa de uma maior cientificidade da Psicanálise.

Fica uma entrevista de 2007, com algumas das suas ideias.

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372007000100002&lng=pt&nrm=is