sábado, abril 02, 2011

O QUE É PRECISO PARA SER EMPREENDEDOR

O EMPREENDEDORISMO EXIGE TRAÇOS DE PERSONALIDADE ESPECIAIS?

9 em cada 10 startups falham, dizem os estudos feitos nos USA.
O que é que este número nos diz? Diz-nos que para se se ser empreendedor, arrancar e conduzir um negócio próprio é preciso:

A. Elevada (e direccionada) motivação. Trata-se não só de auto-motivação mas também da capacidade de persuadir e motivar os outros.
B. Forte tolerância à frustação
C. Ser capaz de desmontar um problema e transformá-lo numa oportunidade.
D. Resiliência (capacidade de enfrentar condições adversas com coragem e determinação).

Mas não chega.

A montante destas competências estão outras capacidades prévias:

A. Iniciativa
B. Criatividade e gosto pela inovação
C. Networking
D. Sentido de oportunidade (para reconhcer uma necessidade existente ou latente de um produto ou serviço).
E. Capacidade de arriscar

Um empreendedor tem de ser, além de um gestor, alguém que consegue detectar as oportunidades no labirinto da informação que vai colhendo na rede e que decide arriscar num objectivo bem determinado, com determinação, persistência e teimosia. É alguém que não se deixa desmotivar com um "não". Provavelmente, é até alguém que ao ouvir um "não" regista um "talvez". É um visionário, mas com os pés na terra (em alguns casos ajuda ter um sócio que complemente alguns destes traços, que não são fáceis de reunir numa só pessoa).

Muitas pessoas interrogam-se se estas competências são inatas ou podem ser adquiridas. Eu responderia que podem ser aprendidas ao longo da vida, e quanto mais cedo, melhor. A tolerância à frustração, por exemplo, começa a ser aprendida no berço, quando o bébé percebe que a mãe não está cem por cento ao serviço dele (isto é tão duro que existe quem, com a cumplicidade das mães, não o admita uma vida inteira).
A criatividade também se pode, e deve, ser cultivada.
E é preciso trabalho, muito trabalho - algo que muitos pais têm tendência a esquecer, (des)educando adolescentes e futuros adultos que pensam que as coisas lhe irão cair do céu.

Uma outra questão se põe, no entanto, para além dos traços de personalidade inatos ou adquiridos: as condições da realidade externa. Dependendo da actividade e do sector, o empreendedor necessitará de maior ou menor financiamento e, idealmente, de um contexto onde haja não só recursos disponíveis ( de capital e de conhecimento) como acesso aos mercados.

A CRISE

Agora que é visível para todos que estamos no "olho da tempestade" (mesmo para aqueles que não viam, ou fingiam não ver), e enquanto o nosso presidente, os partidos, o Fundo Europeu/FMI se concertam (e vamos esperar que o concerto não seja a morte do doente), é altura de pensarmos como é que este país poderá produzir, exportar, crescer. Sem isso, não há austeridade que nos valha e espera-nos um empobrecimento generalizado e miserável.
Este país precisa de gastar menos mas também de trabalhar mais e melhor (o que inclui também ser melhor governado). O nosso tecido empresarial, fraco, precisa urgentemente de novos empreendedores. O que é que faz um empreendedor?

Quem estiver interessado, leia o meu próximo post, em que alinhavarei umas ideias sobre o assunto.

FIM DE SEMANA MUSICAL: IRON & WINE

Iron & Wine, Passing Afternoon

http://www.youtube.com/watch?v=UGPzyGIaw0E&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, março 30, 2011

Pare, repare e escute


Foi realizada uma experiência socio-artística em que um dos melhores violinistas do mundo foi tocar violino à beira do metro, de boné, calças de ganga e o seu violino Stradivarius de 3 milhões de dollars... Nada de mais, como se pode ver!

O que é que aconteceu durante estes 45 min. de música sublime, anteriormente reproduzida num concerto onde os melhores lugares custavam mil dollars? Praticamente nada... Sem os holofotes dos media em cima, sem a moldura dourada em redor, sem anúncio nem pronúncio dos experts, é caso para dizer "dá Deus nozes a quem não tem dentes"!

Será que a arte, a beleza e a virtude artísticas são assim tão relativas e enviesadas pelo prestígio socialmente atribuído por uma classe reconhecida? Ou serão as pessoas maioritariamente desdentadas?

Num mundo onde os valores politico-económicos se alevantam, o "ser" parece tender a desvanecer-se perante as cores berrantes do "ter". "Ter" esse que, quando em défice, quando em crise, parece produzir o caos e o desespero vãos. Sem querer esquecer a miséria dos que verdadeiramente não têm, podemos pensar também nos que "têm" ou querem "ter" porque não "são" nem conseguem "ser". E por isso corremos para o trabalho e para casa, vindos do trabalho, para ir ver ("ter"!) o concerto luxuoso que adquirimos por 70€, quando acabámos de passar por um de 1000 dollars mesmo à nossa beira... Mas esse... esse não tem preço e por isso não vale nada.




terça-feira, março 29, 2011

3º Encontro da AP - CRIATIVIDADE


3º Encontro da AP

Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica

Criatividade



Centro Cultural Casapiano

Rua dos Jerónimos, nº7A.



16 de Abril de 2011



Inscrição até 08 de Abril de 2011

Sócios da AP: 25€ -
Não Sócios: 35€ -


Inscrição após 08 de Abril de 2011

Sócios da AP: 30€ -
Não Sócios: 40€ -




Inscrições através do email: ap.psicanalise@gmail.com

Informações (secretariado): 913 90 60 73

Nos próximos dias 11 e 12 de Maio, realizar-se-á o I Congresso de Psicologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental que terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras.

O evento reunirá congressistas e profissionais de saúde, afigurando-se como uma oportunidade de excelência de formação.

Comunicamos que a entrada é gratuita para todos os participantes, sendo, contudo, necessária uma inscrição prévia.

domingo, março 27, 2011

A curva da felicidade


Ainda a propósito do post anterior sobre felicidade quero acrescentar algo sobre um artigo que li há algum tempo e agora reencontrei.

Inês Pedrosa escreveu acerca da capa da "The Economist" que anunciava que "a alegria do envelhecimento (ou porque é que a vida começa aos 46 anos") evidenciando os estudos para medir o grau de felicidade ao longo destas décadas (1º centrados nas variantes económicas, mas agora com ênfase no biológico, psicológico e ambiental).
Refere que a curva da felicidade é em U; começa a descer aos 18 anos e atinge o seu ponto mais baixo entre os 45 e os 50 anos, subindo a partir desta idade. Estes acontecimentos estão relacionados com os filhos: "os filhos são, aliás, uma das razões que explicam que as pessoas comecem a ser mais felizes a partir dos 45 ou 50 anos: está cientificamente provado que o convívio diário com adolescentes (que tende a escassear a partir dessa idade) não contribui para a alegria de viver, sendo outro factor de felicidade o casamento, os segundos ou terceiros casamentos tendem a satisfazer mais do que os primeiros"

Revista única 08.01.2011

quarta-feira, março 23, 2011

O Nó


"Numa reunião de pais numa escola da periferia, a directora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...

Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade
trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as
crianças.

Mas a directora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e
explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo; e quando voltava do trabalho
era muito tarde e o garoto já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo
para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando
chegava em casa.

E para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia todas as noites quando
ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai
tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A directora emocionou-se com aquela história e ficou surpresa quando
constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem
presentes, de se comunicarem com os outros.

Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais
importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que o pai lhe
estava dizendo.

Por vezes, importamo-nos tanto com a forma de dizer as coisas e
esquecemos
o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas
saibam, que elas sintam isso. Para que haja comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os
sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM
registar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol..."


Foi-me enviado este mail com esta pequena história que achei interessante poder partilhar convosco. Num período em que o tempo é muitas vezes um elemento chave e, infelizmente, insuficiente para uma relação suficientemente afectuosa e educativa dos pais em relação aos seus filhos, esta pequena história vem talvez nuancear, ou simplesmente presentear-nos com o exemplo de como, mesmo o impossível se pode tornar possível (dentro dos possíveis...!). Como foi sublinhado neste texto, o amor transmite-se de muitas formas e muitas vezes pelos pormenores que passam assim a ser "por-maiores". Esperamos que este seja realmente um exemplo de resiliência familiar mas ainda assim é preciso não confundir sucesso escolar (do menino em questão), com "sucesso afectivo" ou segurança interior. Às vezes estas duas dimensões estão mesmo dissociadas...

segunda-feira, março 21, 2011

FUNCIONAMENTOS E DISTÚRBIOS PSÎQUICOS ILUSTRADOS

Ora vejam estes grafismos do Graphic Patrick

http://www.adaptcreative.co.uk/2010/08/mental-disorder-posters/

Damásio e a Consciência



Para comparecer a esta conferência basta confirmar a sua presença para o número de telefone acima fornecido.


Compareçam!

O novo Homem


Há quem pense que estamos a atravessar um ponto de viragem crucial na História da humanidade. É o caso do filósofo Michel Serres que equipara mesmo a mudança sócio-cultural do mundo ocidental , “ao neolítico, à aurora da ciência grega, ao começo da era cristã, ao fim da Idade Média e ao Renascimento”. Vale a pena ler o seu artigo.

http://www.lemonde.fr/idees/article/2011/03/05/eduquer-au-xxie-siecle_1488298_3232.html


domingo, março 20, 2011

LEITURAS

(ilustração de Alice no País das Maravilhas, cortesia da Wikipedia)

Alice é um dos meus livros preferidos, e sei que também de muitas outras "crianças". Mas parte do gozo de o ler é ver as ilustrações da época, deliciosas. Há também uma versão em DVD que normalmente é muito apreciada.
Vem isto a propósito de um pensamento que hoje me passou pela cabeça e que partilho aqui. Julgo que o meu primeiro acto de independencia - e portanto de liberdade - não foi aprender a comer sozinha, ou a vestir-me e calçar-me.
Não. Foi aprender a ler. Lembro-me perfeitamente da sensação de liberdade de poder por fim conhecer outros mundos, outras pessoas. Piratas, cowboys, Os Cinco, Tarzan, Alice... era todo um mundo que se abria diante de mim e que me permitia sair do espaço, que já nesse tempo sentia como claustrofóbico, da casa/escola.
Mas isto era no tempo dos livros. Agora, que o livro de papel é bem capaz de estar em vias  de desaparecimento (eu própria leio frequentemente num iPad), como é que as crianças farão essa aquisição de autonmia? Provavelmente aprendendo a mexer no computador. Ou na playstation. Informam-me jovens pais e menos jovens avós que criancinhas de meses já tiram e poem DVD no leitor. Mas até esse está condenado a desaparecer agora que existe o video-on-demand.
Crianças, está na altura de pedir um tablet. Eu cá já descarreguei uma linda versão ilustrada da Alice.

quinta-feira, março 17, 2011

Memória autobiográfica superior

Nos Estado Unidos descobriu-se que existem casos de pessoas (raríssimos) que se lembram de TUDO (não é de muito mais coisas do que as outras, é de TUDO!) o que aconteceu nas suas vidas! Semelhantes capacidades só tinham sido descobertas associadas a pessoas portadoras de distúrbios mentais profundos e não em pessoas aparentemente saudáveis e normais como estas... Esta notícia vem revolucionar muito do que se pensava ser conhecido nas áreas da memória e da neuro-biologia, assim como, levantar todo um conjunto de questões. Este vídeo ajuda-nos a perceber do que estamos a falar:

domingo, março 13, 2011

AINDA ACERCA DA FELICIDADE

Ainda acerca da felicidade, Vejam este maravilhoso Ted Talk de Daniel Kahneman, um psicologo famoso e Nobel em Economia.
Ele distingue a satisfação da felicidade e refere que existe, pelo menos nos USA, um rendimento anual minimo para atingir a satisfação.


http://www.ted.com/talks/daniel_kahneman_the_riddle_of_experience_vs_memory.html

CONTROLO, PROGRESSO, LIGAÇÃO, PERTENÇA

De um artigo de Morgan Housel publicado no Motley Fool (www.fool.com):

"Money isn't the key to happiness. What really gives people meaning and happiness is a combination of four things: Control over what they're doing, progress in what they're pursuing, being connected with others, and being part of something they enjoy that's bigger than themselves".

Bem dito. E a vocês, o q vos parece?

sexta-feira, março 11, 2011

"Facebook responsável por um terço dos divórcios"


Saiu uma notícia no Diário de Notícias referindo a influência do Facebook, não só no reencontro de velhas amizades e conhecidos, mas também na destruição de muitos casamentos. Como se pode ler:

"Os advogados portugueses já recebem "provas" de infidelidade retiradas do Facebook para usar em processos de divórcio litigioso. Cerca de um terço dos processos de divórcio em Portugal já usa este tipo de provas.

Nos Estados Unidos, um estudo recente da Associação Norte-Americana de Advogados Matrimoniais indica que cerca de 20% dos divórcios naquele país tem como principal fonte de provas fotografias e mensagens publicadas no Facebook."


Parece que esta rede social se está a tornar cada vez mais num dos palcos de acção da sociedade.


Será bom, será mau... Dependerá talvez, mais da utilização (dos utilizadores) do que do utilizado.

terça-feira, março 08, 2011

A IDADE

Sobre as atitudes e crenças, e a forma como envelhecemos, vejam este video de J. Bowden, extraido desse maravilhoso site que é o BIGTHINK:

http://bigthink.com/series/50#!selected_item=4636

sábado, março 05, 2011

21 IDEIAS FORA DA CAIXA PARA MUDAR PORTUGAL

É de ler o journal Público de hoje. António Câmara, CEO da YDreams aceitou ser "director por um dia".
No suplemento P2, que hoje é mais do que um suplemento, ele pretendeu dar voz aqueles que pensam "fora da caixa" e normalmente não sao ouvidos. Muito interessante.
Hà quem tenha ideas e faça coisas, há quem arrisque todos os dias num paîs melhor, menos cinzentāo, triste,desconfiado, imobilista, conformado, corporativista, atento, venerador e obrigado.

http://jornal.publico.pt/