sexta-feira, fevereiro 28, 2014
Mathieu Ricard, conferencia pública-Auditório da Aula Magna da Universitária Lisboa - 4 MAIO 2014
A Fundação Kangyur Rinpoche e a Songtsen - Casa da Cultura do Tibete têm o prazer de anunciar que Matthieu Ricard, o conhecido monge budista, escritor, membro do Mind and Life Institute e colaborador em diversas universidades na investigação do efeito do treino da mente sobre o cérebro, estará em Lisboa para uma Conferência Pública, no dia 4 de Maio de 2014.
A conferência terá o título "Felicidade e Altruísmo” e terá lugar na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.
Matthieu Ricard é um monge budista francês, fotógrafo e autor. Vive e trabalha no mosteiro Shechen Tennyi Dargyeling no Nepal, Himalaias, há quarenta anos.
Nascido em França em 1946, filho do conhecido filósofo francês Jean-François Revel, cresceu no seio das ideias e personalidades dos círculos intelectuais franceses. Viajou para a Índia em 1967.
Doutorado em genética molecular no Instituto Pasteur de Paris em 1972, decidiu abandonar a sua carreira científica e concentrar-se na prática do budismo tibetano. Estudou com Kangyur Rinpoche e alguns outros grandes mestres dessa tradição e tornou-se estudante próximo e auxiliar de Dilgo Khyentse Rinpoche, até ao seu falecimento em 1991. Desde então, tem dedicado a sua actividade à realização da visão de Dilgo Khyentse Rinpoche.
As fotografias de Matthieu Ricard de mestres espirituais, das paisagens e das pessoas dos Himalaias têm aparecido em inúmeros livros e revistas. Henri Cartier-Bresson disse do seu trabalho, "a vida espiritual de Matthieu e a sua câmera são um só, donde brotam estas imagens, fugazes e eternas".
Ele é o autor e fotógrafo de “Tibet, An Inner Journey” e “Monk Dancers of Tibet” e, em colaboração, os fotolivros “Buddhist Himalayas”, “Journey to Enlightenment” e recentemente “Motionless Journey: From a Hermitage in the Himalayas”. Matthieu Ricard é o tradutor de diversos textos budistas, incluindo “The Life of Shabkar”.
O diálogo com seu pai, Jean-François Revel, em “O Monge e o Filósofo”, foi um best-seller na Europa e foi traduzido para 21 idiomas, e “The Quantum and the Lotus” (em co-autoria com Trinh Xuan Thuan) refletem o seu interesse de longa data pela Ciência e o Budismo.
No seu livro de 2003 “Plaidoyer pour le Bonheur” (publicado em Inglês em 2006, como “Happiness: A Guide to Developing Life’s Most Important Skill”) explora o significado e plenitude da felicidade e foi um grande best-seller em França.
Matthieu Ricard foi apelidado de “a pessoa mais feliz do mundo” pelos media depois de ser voluntário para um estudo realizado na Universidade de Wisconsin-Madison sobre a felicidade, posicionando-se significativamente acima da média obtida após os testes de centenas de outros voluntários.
Membro do conselho do “Mind and Life Institute”, que é dedicado a encontros e pesquisa em colaboração entre cientistas e estudiosos budistas e praticantes de meditação, as suas contribuições foram publicadas em “Destructive Emotions” (editado por Daniel Goleman) e noutros livros de ensaios. Matthieu Ricard está também profundamente envolvido na investigação sobre o efeito do treino da mente sobre o cérebro, nas Universidades de Wisconsin-Madison, Princeton e Berkeley.
Matthieu Ricard foi condecorado com título de Cavaleiro da “Ordre National du Mérite” pelo presidente francês François Mitterrand pelos seus projetos humanitários e pelos seus esforços para preservar o património cultural dos Himalaias.
Em 2013 publicou o livro "Plaidoyer pour l'altruisme", onde explora o poder de transformação positiva que uma verdadeira atitude altruísta pode ter nas nossa vidas.
Nos últimos anos tem dedicado os seus esforços e doa todos os proventos do seu trabalho, em favor de trinta projetos humanitários na Ásia, que incluem a manutenção e construção de clínicas, escolas e orfanatos na região: www.karuna-shechen.org.
Desde 1989, actua como intérprete de Francês para S. S. o Dalai Lama.
--
Fundação Kangyur Rinpoche
Actividades:
Rua Padre Luís Aparício, nº9 - 6º E
1150 - 248 Lisboa
Telefone: 21 388 75 21
Correspondência:
Rua Conde Almoster, nº106 - 12º D
1500 - 197 Lisboa
www.krfportugal.org
sábado, fevereiro 22, 2014
Medo Bom vs Medo Mau
Lancei recentemente (este mês) um livro com um título sonante
Este livro aborda a temática do bullying, mas também a infância, a adolescência, a parentalidade, a educação, a convivência, as amizades e a cidadania. É necessário revisitar e revisar alguns conceitos para que consigamos compreender certo tipo de comportamentos.
Ora, com um título a evocar o medo, é fácil perceber que existe um denominador comum entre todas estas temáticas, apesar de assumir conotações e idades distintas (infancia, adolescência e idade adulta). Aliás, o medo é algo inerente à condição humana, e protetor, mas sabemos também que se torna nefasto, corrosivo e dilacerante se experimentado em proporções aumentadas e constantes. Não são raros os casos em que encontramos pessoas com medo de tudo, até medo de ter medo.
Será então necessário diferenciar o Medo Bom do Medo Mau, como uma vez uma pré-adolescente me disse. Aquele medo que nos alerta para os perigos é efetivamente o medo bom, mas aquele que nos aterroriza, nos deixa temerosos, inseguros, constantemente em estado de alerta, sentido potenciais perigos em tudo quanto é lugar, é mau, muito mau. Imagine o que acontece a uma criança/adolescente que vive diariamente nestas condições... a formação da sua personalidade fica comprometida, evidentemente.
Tânia Paias
Psicóloga e Psicoterapeuta na Psicronos
Departamento da Infância (Faro e Portimão)
Responsável pelo Portal Bullying
http://www.psicronos.pt/consultas/psicologia-e-psicoterapia-infantil_5.html
http://www.portalbullying.com.pt/
Este livro aborda a temática do bullying, mas também a infância, a adolescência, a parentalidade, a educação, a convivência, as amizades e a cidadania. É necessário revisitar e revisar alguns conceitos para que consigamos compreender certo tipo de comportamentos.
Ora, com um título a evocar o medo, é fácil perceber que existe um denominador comum entre todas estas temáticas, apesar de assumir conotações e idades distintas (infancia, adolescência e idade adulta). Aliás, o medo é algo inerente à condição humana, e protetor, mas sabemos também que se torna nefasto, corrosivo e dilacerante se experimentado em proporções aumentadas e constantes. Não são raros os casos em que encontramos pessoas com medo de tudo, até medo de ter medo.
Será então necessário diferenciar o Medo Bom do Medo Mau, como uma vez uma pré-adolescente me disse. Aquele medo que nos alerta para os perigos é efetivamente o medo bom, mas aquele que nos aterroriza, nos deixa temerosos, inseguros, constantemente em estado de alerta, sentido potenciais perigos em tudo quanto é lugar, é mau, muito mau. Imagine o que acontece a uma criança/adolescente que vive diariamente nestas condições... a formação da sua personalidade fica comprometida, evidentemente.
Tânia Paias
Psicóloga e Psicoterapeuta na Psicronos
Departamento da Infância (Faro e Portimão)
Responsável pelo Portal Bullying
http://www.psicronos.pt/consultas/psicologia-e-psicoterapia-infantil_5.html
http://www.portalbullying.com.pt/
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
O segredo do Desejo numa relação a longo prazo
Nas relações prolongadas, geralmente, esperamos que a pessoa amada seja não só o melhor amigo como o parceiro erótico. Mas Esther Perel argumenta que o sexo bom e com compromisso leva a duas necessidades conflituantes: a necessidade de segurança e a necessidade de surpresa. Então, como se pode manter o desejo? Por que motivo o sexo falha entre casais que se dizem amar eternamente após o casamento?
A cumplicidade, intimidade, companheirismo e relação a dois fortalece-se com a união mas o desejo e o erotismo muitas vezes desvanecem-se com o matrimónio e/ou o aparecimento dos filhos, sendo a prática sexual prejudicada quando há crianças.
Parece um contrassenso mas as novas gerações esquecem-se da parte afetiva/física e mostram-se menos predispostas a abdicarem da sua individualidade e da sua vida ligada ao materialismo.
* Esther Perel - nascida e criada na Bélgica, é filha de dois sobreviventes dos campos de concentração nazi, estudou em Israel e terminou o estágio nos Estados Unidos. É membro da American Family Therapy Academy e da Society for Sex Therapy and Research. Convidada frequente enquanto comentadora nos media, Perel marcou presença no programa da Oprah Winfrey, The Today Show, CBC News, Good Day New York, CNN This Morning, entre outros.
quinta-feira, fevereiro 20, 2014
DESENVOLVER a C R I A T I V I D A D E com EMDR (Eye Mouvement Desensitization and Reprocessing)
Quero escrever o
presente post, e sinto-me com
dificuldade de arranque.
Como
é que o EMDR poderá estar ao serviço da instalação de recursos para o
desenvolvimento da criatividade? Impasse...
Resolvo
‘beber do próprio veneno’, isto é, aplicar o próprio método à produção deste
texto e seguir a via da experiência. Socorro-me
de um colega especializado também em EMDR, para realizar comigo o processamento
bilateral, e desbloquear o meu impasse
de escrita. O que descrevo seguidamente é tão simplesmente o que se passou
comigo, ao nível consciente dos pensamentos, imagens, sensações e emoções, durante os breves 15 minutos de processamento que fizémos
e que ilustra o processo em si, e os efeitos que poderá provocar em matéria da
percepção e das associações.
I. Sendo questionada
sobre que imagem me ocorre que possa representar a criatividade, à medida que
decorre o primeiro set de estimulação bilateral, surge-me a imagem de uma torneira cromada
absolutamente vulgar.
II.“Regista isso e
continua a partir daí” ouço o meu colega dizer-me; da minha parte, sinto-me tranquila e mantenho presente a
imagem dessa torneira. A única coisa que me ocorre nessa etapa do processamento
é que a criatividade, tal como a
torneira pode estar fechada ou aberta, mais fechada ou mais aberta. E se
estiver fechada a criatividade também é estancada.
III.Prossigo, de
olhos fechados –com novo set de estimulação-, e surge-me que o caudal da água,
e da criatividade, serem mais abundantes de acordo com a potência do abastecimento
(a quantidade do recurso na rede) e com a ação, deliberada ou não, exercida sobre a torneira...condições externas
e internas. Reparo, ou penso, que tal como o corpo para funcionar eficazmente precisa
da necessária hidratação também a mente, e a pessoa no seu todo, precisam dessa
outra hidratação gerada pelo fluxo de criatividade ou energia criativa, para as
fazer sentir plenas e vivas; e que qualquer corte ou bloqueio da criatividade
ameaça esse funcionamento podendo provocar impasses, quase sempre acompanhados
dalgum sofrimento psíquico, e chegar a comprometer satisfação, prazer,
auto-estima, e resultados.
IV. Continua a
estimulação, e ocorre-me que o fechar da torneira, e neste caso o bloquear da
criatividade, são intencionalmente, ou não, accionados (ou agidos) pela pessoa...Pergunto-me
sobre o que levará alguém a querer travar a sua criatividade e impedir-se de
sentir o gozo do seu fluxo e o resultado da sua ação? Visualizo uma imagem completamente
branca (a criatividade) que começa a partir do canto superior direito a ser vigorosamente
inundada de espessa tinta preta que toma conta, esconde, devora ou asfixia o
espaço branco - como se no espaço tridimensional de um tanque de água, ou do
mar, a transparência da água desaparecesse
com o ataque de tinta preta libertada por um polvo...
Na imagem bidimensional
original o branco desaparece muito rapidamente , aniquilado pelo poder invasor
da tinta preta e fica uma pequena ilha branca a resistir no canto inferior
esquerdo da página dominada pela fúria do negro. Sinto-me transtornada
fisicamente à medida que esta imagem aparece: inquieta e com uma sensação
desagrável no abdomen, uma sensação de murro no estômago. Como num cartoon, imagino
essa pequena mancha branca espartilhada, e encostada às margens, a ganhar vida
e a começar a mexer-se, começando a
escavar por entre a tinta preta,a riscá-la de branco, e vejo-a a aumentar a sua
margem e a reconquistar o seu espaço...
Terminámos por
aqui, o que não sucederia numa sessão de EMDR, em geral com uma duração
bastante mais longa (60-90 minutos). O que fica registado é a descrição objetiva
desta experiência pessoal e do que subjetivamente sucedeu durante a
micro-sessão.
O EMDR pode ser
utilizado por terapeutas especializados não somente para alteração de padrões
repetitivos entrelaçados com memórias traumáticas e ultrapassar situações perturbadoras,
mas para produzir material associativo e para desenvolvimento e instalação de
recursos como, neste caso, da criatividade.
Esta intervenção é particularmente
útil quando pensamos em pessoas que dependem
fundamentalmente deste recurso para o desempenho da sua performance artística ou criativa, e para quem estes impasses e 'nós' podem acarretar custos pessoais e profissionais elevados.
Isabel Botelho
Psicóloga - Psicoterapeuta - Executive Coach
SEXUALIDADE INFANTIL (I): SOCORRO, O MEU FILHO MASTURBA-SE!
A descoberta da masturbação
infantil é, para a maior parte dos pais, tanto ou mais chocante que a
descoberta que os filhos fazem a propósito da sexualidade dos pais!
A maioria dos pais ficará ainda
mais chocada ao perceber que essa masturbação começou muito antes do que
pensam. Este é um tema delicado, aliás como quase todos os temas que envolvem a
sexualidade, esse eterno tabu, que tende a desencadear muitas questões,
angústias e preocupações nos pais.
É normal? Aceitável? Faz mal à saúde? O que
significa? O que fazer?
As crianças descobrem os seus
genitais da mesma forma que vão descobrindo as restantes partes do corpo. O
facto de estarem cobertos pelas fraldas parece suscitar maior curiosidade e a
exploração vai acontecendo, essencialmente a partir do segundo ano de vida, a
cada muda de fralda e, mais ainda, quando se inicia o controlo dos esfíncteres.
Os genitais são uma área bastante sensível e inervada desde muito cedo, pelo
que as crianças têm sensações agradáveis quando se tocam numa exploração
inicialmente não intencional. Ao perceberem estas sensações prazerosas, tendem
a repeti-las. O menino de dois anos pode ter uma ereção e a menina procura
introduzir objetos naquele misterioso orifício. Podem estimular-se com os
dedos, esfregar-se numa almofada ou num boneco, o que tende a alarmar os pais e
a conduzir à desaprovação que aumenta a curiosidade e a excitação em torno
desta experiência.
Nesta fase inicial, a busca do
prazer sexual prende-se essencialmente com a necessidade de descarregar tensões
e de se acalmar, servindo o mesmo propósito que o chuchar no dedo ou o
balancear-se. A frequência e a intensidade da masturbação infantil é que
poderão ser sinais de alarme, embora a atitude dos pais desempenhe um papel
preponderante na forma como evolui o comportamento sexual da criança.
Continuaremos a desenvolver este
tema nas próximas semanas. Acompanhe-nos e relaxe!
Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta
Diretora do Departamento da Infância da Psicronos
http://www.psicronos.pt/fasesdavida/bebe_1.html
http://www.psicronos.pt/fasesdavida/crianca_2.html
terça-feira, fevereiro 18, 2014
Net-Psi dos portugueses emigrantes
Foi lançada recentemente uma página do Facebook destinada a apoiar os emigrantes portugueses espalhados pelo mundo. O objetivo é apoiar esta nova vaga de emigração disponibilizando serviços de apoio psicológico profissional. A página procura também agregar experiências, partilhas e informações/notícias sobre a emigração, assim como, sensibilizar para a importância do desenvolvimento pessoal e emocional, sobretudo em situações de crise.
A emigração, propiciando uma nova perspetiva de vida, em princípio para melhor, é também uma experiência de uma grande transição que pode colocar os seus problemas. Muitas vezes o emigrante pode ver-se numa situação de algum desamparo, quer do ponto de vista económico-laboral, quer do ponto de vista relacional-emocional.
O atendimento à distância surge nestes casos como um meio privilegiado de apoio, concretizado através da video-conferência (ex. Skype), telefone, conversação por chat ou por mail.
Visite-nos em: https://www.facebook.com/net.dos.emigrantes.portugueses
http://www.psicronos.pt/consultas/atendimento-a-distancia-onlinetelefone_7.html
O atendimento à distância surge nestes casos como um meio privilegiado de apoio, concretizado através da video-conferência (ex. Skype), telefone, conversação por chat ou por mail.
Visite-nos em: https://www.facebook.com/net.dos.emigrantes.portugueses
http://www.psicronos.pt/consultas/atendimento-a-distancia-onlinetelefone_7.html
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
Perturbações do Sono nas Crianças
São vários os aspectos que podem perturbar o
sono das crianças. Em determinadas situações podem contribuir negativamente
para o desenvolvimento da criança e afetar certas atividades como, por exemplo,
a escola nas suas várias dimensões. Normalmente não são graves e passam com a
idade, no entanto dar-lhes a atenção adequada pode ajudar a criança a
ultrapassar estas fases com mais facilidade.
Insónias
Uma insónia caracteriza-se essencialmente
pela falta de sono ou pela dificuldade prolongada em adormecer. Geralmente
estão associadas a momentos críticos do desenvolvimento ou a uma mudança brusca
na vida da criança com, por exemplo, uma mudança de escola, de quarto,
separação entre os pais, morte de um amigo ou familiar, doenças, nascimento de
um irmão, entre outras.
Agitação
Noturna
A
agitação nocturna caracteriza-se por uma perturbação rítmica do sono em que a
criança pode bater com a cabeça, virar a cabeça de um lado para o outro
continuamente, simular convulsões, gemer, grunhir, rosnar e/ou dar gritos. Na
maioria dos casos é uma situação normal.
Terrores
Noturnos
Os terrores
nocturnos não devem ser confundidos com pesadelos. A idade em que normalmente
ocorrem os primeiros é mais precoce. No terror nocturno, a criança grita -
muitas vezes um autêntico grito de terror - e apresenta grande agitação
corporal. Este é um fenómeno que se instala normalmente na segunda metade da
noite e que transporta a criança para um estágio em que nem está acordada nem está
a dormir. Desta forma, não lhe é permitido fazer a distinção entre sonho e
realidade, pelo que não está apta a dar pela presença dos pais podendo até, na
influência deste estado, lutar para os afastar.
Os
episódios de terror noturno podem despertar um enorme sentimento de desespero e
de impotência nos pais, uma vez que tentar acalmar a criança não resulta podendo
até, no caso de forçar o acordar, que a criança confunda os pais com as
sensações que está a ter e isso aumentar ainda mais a confusão. O melhor será contar uma história em tom de voz
calmo, repondo a criança numa posição confortável na cama para que volte a
dormir tranquilamente.
Pesadelos
Os
sonhos ocorrem várias vezes em fases de sono REM (“Rapid Eye Movement”), normalmente
4 a 5 vezes por noite e dependem da criança, da idade e dos acontecimentos do
dia-a-dia. Os pesadelos caracterizam-se como sendo um sonho desagradável. Não
se sabe o que os provoca, mas sabe-se que determinados incómodos físicos ou
acontecimentos os podem desencadear, tais como dormir numa cama pequena, dormir
sobre um braço ou uma perna que estão a ser magoados, ter a bexiga cheia, ter
frio, mudança de escola, nascimento de um irmão, morte de um familiar, mudança
de quarto, assistir a um filme de terror ou ouvir uma história em que existam
vilões, animais ferozes ou ocorrências negativas, entre outros. Os pesadelos
começam geralmente por volta dos 3 anos, uma vez que é nessa idade que a
fantasia começa a povoar o mundo das crianças. Os pesadelos são acontecimentos
normais, excepto se se acentuarem e se tornarem rotina.
Em
caso de pesadelos, a criança pode mesmo acordar e muitas vezes até se consegue
lembrar do sonho. É importante a presença dos pais para testemunhar que «tudo
não passou de um pesadelo». E isso tem que ser dito mas, sobretudo, mostrado
afectivamente com abraços e colinho. Só assim, através do mimo, a criança consegue
libertar-se do medo. A voz tranquila da mãe ou do pai ajudam muito, mas para
isso não podem estar a pensar em si, na noite interrompida, no trabalho do dia seguinte
ou que já não vão dormir essa noite. Às vezes é preciso fazer uma vistoria ao
quarto, para ajudar a entender que não está nenhum monstro escondido. Finalmente,
dizer taxativamente: «tiveste um sonho mau, mas foi só um sonho» e pegar em
algo que a criança diga, servindo-se também do objecto transicional
(fralda/boneco preferido, etc.) ou de uma história que possa repor a calma e a
confiança de que tudo vai ficar bem.
A
análise do sonho poderá ficar para o dia seguinte num ambiente de brincadeira. Convém
perceber – quando os pesadelos se repetem ou quando são sempre sobre o mesmo
tema – se há algum factor na vida da criança que lhe possa estar a provocar
stresse. Se não ocorrerem melhoras, será bom falar com alguém especializado,
pois em algumas situações são um sinal de que algo não está bem com a criança.
Sonambulismo
Define-se
sonambulismo como o «semi-acordar e andar». Quando se está a dormir o corpo
fica relativamente imóvel. No entanto, no caso do sonambulismo, os mecanismos
de paralisação do sono não actuam de forma eficaz e a criança deambula pela
casa, com uma relativa percepção do espaço. Para reduzir o risco de acidente, é
bom ter uma luz de presença nos corredores. Se a criança dorme em beliche
deverá fazê-lo sempre na cama de baixo. Proteger
escadas e fechar as portas exteriores (ou da casa de banho e da cozinha) à
chave é fundamental. Quando dá conta que o seu filho anda pela casa,
reencaminhe-o suavemente para a cama, orientando o percurso, sem falar ou
dizendo um mínimo de palavras com voz suave e carinhosa.
O sonambulismo pode corresponder a fases de
transição de ritmo de sono e a sonhos e normalmente acontece cerca de duas
horas após o deitar, embora varie de criança para criança. O sonambulismo tende
a passar com a idade.
Bruxismo
O
bruxismo é o nome médico do vulgar ranger dos dentes durante o sono. Pode
resultar de um controlo ainda imperfeito dos movimentos maxilares, do
desalinhamento dentário normal da idade, de parasitas intestinais, entre outros.
Tirando as excepções mais graves em que um dentista deve ser consultado, o
bruxismo tende a desaparecer, embora se possa prolongar até à adolescência. Os
pais podem ajudar, sobretudo quando há stresse envolvido, mantendo-se calmos e
fazendo da hora do adormecer um momento tranquilo.
Algumas Sugestões Para Ajudar a Criança
a
1.
Abraçar e confortar a criança, falando tranquilamente.
2.
Ouvir os seus receios com atenção e respeitá-los (pode inclusive explicar-lhe
que quando era criança também lhe aconteceu o mesmo);
3.
Fazer com que a criança entenda que você está ali e que não permitirá que algo
aconteça;
4.
Aceitar as sugestões da criança ou indicar-lhe soluções (pegar numa vassoura e
varrer os medos, deixar um peluche num lugar especial que a irá proteger,
espalhar uns pós mágicos, abrir os armários e espreitar debaixo da cama para
ver que não existe nada de mal, etc.)
5.
Oferecer à criança um objecto de conforto, como por exemplo o seu peluche
preferido ou deixar uma luz de presença acesa;
6.
Durante o dia, sempre que for possível, abordar o assunto de forma natural e
tentar não super-proteger exageradamente.
7. Decorar
o quarto da criança de forma harmoniosa e de tornar agradável o momento de
dormir, colocando uma música calma, uma luz serena, contar ou assistir a uma
história (caso a mesma tenha acontecimentos ou personagens negativa explicar
que no final o "bem" acabará por vencer ou, nos casos mais graves,
alterar a história), etc. Acima de tudo, tranquilize-se e transmita calma ao
seu filhote.
Se
os sintomas persistirem procure a ajuda de um Psicólogo ou de um
Pedopsiquiatra. O profissional ajudá-lo-á a compreender o que se passa com o
seu filho e juntos poderão resolver o problema.
António Neves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta
Departamento da Infância (Delegação da Maia)
http://www.psicronos.pt/consultas/psicologia-e-psicoterapia-infantil_5.html
Uma Imagem Vale Mil Emoções: O Corpo e o Trabalho de Imagens em Psicodrama. - workshop
Convite
As Direções da Sociedade
Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo (SPPPG) e da
Sociedade Portuguesa de
Psicossomática (SPP) têm o prazer de o/a convidar a participar:
"Uma Imagem Vale Mil Emoções:
O Corpo e
o Trabalho de Imagens em Psicodrama."
João Paulo Ribeiro*
João Domingues**
Maria Bibas Pereira***
Livraria Ler Devagar - LISBOA - 18 de Fevereiro
(Terça-feira), 21h30
Contamos com a sua
presença!
Luísa Branco Vicente
(Presidente da SPPPG)
**João Domingues –
Psicólogo Clínico, Psicodramatista, Membro da Direção da Sociedade Portuguesa
de Psicodrama Psicanalítico de Grupo (Secretário Executivo)
***Maria Bibas Pereira –
Psicóloga Clínica, Psicodramatista, Membro da Direção da Sociedade Portuguesa
de Psicodrama Psicanalítico de Grupo (Vogal)
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
A Loucura e o Amor
"A Loucura resolveu convidar os amigos para tomarem um café em sua casa. Após o café, a loucura propôs:
- Vamos brincar às escondidas?
- O que é isso? - perguntou a Curiosidade.
- É uma brincadeira. Eu conto até cem enquanto vocês se escondem. Quando eu terminar, vou à vossa procura...
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. E a loucura começou a contar:
-1,2,3,...
A Pressa escondeu-se primeiro, no primeiro lugar que viu.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
A Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um lugar apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e escondeu-se perto dele debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam-se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava nos noventa e nove.
- Vamos brincar às escondidas?
- O que é isso? - perguntou a Curiosidade.
- É uma brincadeira. Eu conto até cem enquanto vocês se escondem. Quando eu terminar, vou à vossa procura...
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. E a loucura começou a contar:
-1,2,3,...
A Pressa escondeu-se primeiro, no primeiro lugar que viu.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
A Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um lugar apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e escondeu-se perto dele debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam-se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava nos noventa e nove.
- CEM! - (Gritou a Loucura) - Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais, pois queria saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para se esconder. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez…
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto.
A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou num pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.
Era o Amor, gritava por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas."
HOJE, O AMOR É CEGO E A LOUCURA ACOMPANHA-O SEMPRE!
A VIDA É MUITO CURTA PARA NOS ARREPENDERMOS.
O CÉREBRO DOS ADOLESCENTES
Neste TED a neurocientista Sarah-Jayne Blakemore troca o funcionamento do cérebro por miúdos e ajuda a explicar alguns comportamentos típicos da adolescência com base no desenvolvimento do cérebro.
Fala-nos da influência do córtex pré-frontal na tomada de decisões, no planeamento, na inibição dos impulsos e na consciência de si e dos outros. Aborda ainda o desenvolvimento do "cérebro social" e na forma como o contexto propicia respostas automáticas instintivas, a capacidade de ler as emoções dos outros e de avaliar o seu ponto de vista.
Por que razão os adolescentes se colocam mais em risco, porque é que têm dificuldade em colocar-se no lugar do outro (principalmente dos pais!), porque procuram a recompensa e têm dificuldade em adiá-la?
Termina com uma reflexão sobre a importãncia do conhecimento do cérebro na educação (parental e escolar) e no tratamento dos adolescentes. Lança ainda a questão: Porque não aproveitar o lado aparentemente mais negativo da adolescência para potenciar a aprendizagem e a criatividade?
Vale a pena ver:
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/sarah_jayne_blakemore_the_mysterious_workings_of_the_adolescent_brain.html
Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta
http://www.psicronos.pt/consultas/neuropsicologia_17.html
Fala-nos da influência do córtex pré-frontal na tomada de decisões, no planeamento, na inibição dos impulsos e na consciência de si e dos outros. Aborda ainda o desenvolvimento do "cérebro social" e na forma como o contexto propicia respostas automáticas instintivas, a capacidade de ler as emoções dos outros e de avaliar o seu ponto de vista.
Por que razão os adolescentes se colocam mais em risco, porque é que têm dificuldade em colocar-se no lugar do outro (principalmente dos pais!), porque procuram a recompensa e têm dificuldade em adiá-la?
Termina com uma reflexão sobre a importãncia do conhecimento do cérebro na educação (parental e escolar) e no tratamento dos adolescentes. Lança ainda a questão: Porque não aproveitar o lado aparentemente mais negativo da adolescência para potenciar a aprendizagem e a criatividade?
Vale a pena ver:
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/sarah_jayne_blakemore_the_mysterious_workings_of_the_adolescent_brain.html
Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta
http://www.psicronos.pt/consultas/neuropsicologia_17.html
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
Saiba Se o Seu Inconsciente Conspira Contra a Sua Vida Amorosa
A ocorrência isolada ou pontual de certos comportamentos,
atitudes, necessidades emocionais ou dinâmicas relacionais nas relações
amorosas, e que são habitualmente consideradas sinalizadoras de problemáticas
psicológicas subjacentes, justificam-se em períodos de stress. Contudo, quando estamos
perante padrões habituais de funcionamento, estamos muito provavelmente, face a
fortes manifestações inconscientes. Descrevemos aqui alguns dos mais importantes
padrões ou tendências manifestas por si ou pelo seu parceiro que habitualmente
remetem para questões mais profundas, com possível origem num período muito precoce
da vida:
II* Queixa-se insistentemente da falta dos aspetos
acima mencionados no seu parceiro.
III* O seu parceiro queixa-se de uma solicitação
excessiva de proximidade e afeto de sua parte (deste que este não apresente
perturbações concretas ao nível da capacidade de dar e receber afeto).
IV* Sente frequentemente o seu parceiro como
indisponível, rejeitante ou abandónico.
V* Procura parceiros sobretudo porque a associação
com eles lhe traz vantagens económicas ou outras regalias sociais, prestígio ou
admiração social (de familiares, amigos, colegas, ou desconhecidos), ou outras
vantagens pessoais.
VI* Tende a necessitar ser admirado pelo parte do
seu parceiro.
VII* Costuma sentir vergonha em relação ao seu
parceiro, às suas atitudes ou comportamentos do seu parceiro, respetiva
situação social ou económica, aspeto físico, ser demasiado alto ou baixo,
demasiado gordo ou magro, etc.
VIII* Sente orgulho em exibir o seu parceiro perante
os outros, podendo inclusivé procurar situações favoráveis a essa exibição.
IX* No curso das suas relações amorosas, sente que determinadas
situações se repetem, percebendo você comportamentos ou atitudes muito
familiares nos diferentes companheiros.
X* Tende a ir permanecendo em relações amorosas
insatisfatórias na esperança que a relação melhore por si mesma.
XI* Depara-se sistematicamente com uma atitude de
atribuição mútua de culpas nas suas relações quando surgem problemas entre si e
o seu parceiro, sem que surja habitualmente um diálogo relativamente tranquilo
e um entendimento mútuo.
XII* Sente que está condenada(o) a um certo “karma”
no que respeita às suas relações amorosas.
XIII* Tem a percepção de que os homens ou as mulheres
são todos ou todas iguais.
XIV* As suas relações tornam-se conflituais assim que
se iniciam, ou pouco tempo depois.
XV* Tende a iniciar um novo relacionamento amoroso
quase ao mesmo tempo que termina um anterior.
XVI* Troca frequentemente de parceiro.
XVII* Apaixona-se frequentemente.
XVIII* Agarra-se desesperadamente a um novo parceiro,
ainda que ambos se conheçam relativamente mal ou o relacionamento seja muito
recente.
XIX* Os períodos da sua vida em que não tem um
parceiro são vividos com angustia, ocupação do pensamento com temas de arranjar
parceiro e/ou procura efetiva de um parceiro.
XX* Tem dificuldade em estar sem parceiro ou longe
do seu parceiro, mas ao tempo é-lhe difícil a proximidade física e afetiva.
XXI* Sente que não precisa de um parceiro pois tudo o
que necessita são os seus filhos.
XXII* Sente um temor acentuado e infundamentado de que algo em concreto possa vir acontecer numa nova relação.
Estes são alguns dos indicadores mais importantes
da presença de uma força interna que dirige as nossas escolhas de parceiros
amorosos, bem como o curso das nossas relações (e não só). Esta força é
habitualmente inconsciente, bem para além do nosso controlo, e está em direta oposição aos nossos objetivos
deliberados e conscientes de estabelecer relações plenas e gratificantes, bem
como de conseguir um estilo de vida satisfatório.
Estas problemáticas remetem muitas vezes para
insuficiências vividas nas relações com as principais figuras cuidadoras
durante a infância, bem como para a interiorização de padrões e dinâmicas
relacionais conflituais durante esse período de vida. No entanto, alguns dos
itens acima apontados são frequentes durante época da adolescência, período de
exploração, auto e hetero descoberta.
A exploração do inconsciente, identificação de
insuficiências e conflitos internos oriundos de um período precoce do
desenvolvimento, entendimento dos estados mentais adultos à luz destas
vivências e a resolução destas insuficiências e conflitos na relação
psicoterapêutica são meios privilegiados através dos quais a psicoterapia
psicanalítica opera.
“Se carregar consigo os tijolos das suas relações
passadas, acabará por ir construindo as mesmas casas.”
Diogo Gonçalves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta
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