quinta-feira, agosto 18, 2011

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA NOCTURNA NO METROPOLITAN MUSEUM OF ART (NYC)

Artist
Brassaï (French (born Romania), Brasov 1899–1984 Côte d'Azur)
Le pilier du Métro Corvisart
[A Pillar of the Corvisart Metro]
1934





segunda-feira, agosto 15, 2011

HÁ QUEM GOSTE DE MAR E DE CAMPO

S. Miguel, Açores

AINDA A PROPÓSITO DA LIDERANÇA ( OU DA FALTA DELA)


Já encomendei. Ao contrario do q o titulo dá (talvez) a entender a tese dele é q tempos de crise exigem lideres com uma historia pessoal q lhes permita um golpe de asa. A mim a Frau Merkel, por ex, parece-me a normopata típica. Podia ser contabilista, por ex - sem desprimor para os contabilistas, pessoas q tb sao necessárias - mas para líder da maior economia europeia...

SAÚDE MENTAL E LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE


O psiquiatra Nassir Ghaemi tem vindo a estudar as capacidades dos líderes e a sua história individual no q respeita a depressoes, alteraçoes de humor, etc. Nem sempre o q parece é. E pode ser q em tempos de crise uma "normalidade" muito normal não seja a melhor receita. 
Ainda não li o livro dele, mas aqui fica o link para o blog do Dr. Ghaemi.

http://www.psychologytoday.com/blog/mood-swings/201108/first-rate-madness

segunda-feira, agosto 08, 2011

PARECE O APOCALIPSE

Há dias assim. Este fim de semana, e a segunda também, foram invadidos por um pânico generalizado a quase todo o mundo, com as bolsas aos trambolhões, pondo em causa as poupanças de milhões de pessoas. Nem o Brasil escapou, com a bolsa de S Paulo a registar hoje uma queda superior a 8%!
Em Londres, e agora tb noutras cidades de Inglaterra, hordas de encapuçados destroem e deitam fogo a casas, lojas, carros, destruindo tb eles o resultado do trabalho de muitas pessoas, alguns seus vizinhos, quem sabe se pais de colegas de escola.
Lembram-se dos quatro cavaleiros do Apocalipse? Eles agora são o desemprego, a pobreza, a violência e a doença.
Alguma coisa está mal. Talvez seja altura de parar para pensar.

quinta-feira, agosto 04, 2011

"Como é que falar do passado pode ajudar no presente?!"

Esta é uma das questões mais colocadas pelas pessoas em psicoterapia, sobretudo nas abordagens de cariz psicanalítico (ou dinâmico). É realmente uma pergunta muito pertinente e central para compreender como se opera a transformação emocional e modificação do comportamento!

Uma abordagem a esta questão pode ser tentar perceber melhor o que é o "passado". Neste sentido podemos distinguir sobretudo 2 "passados": um que foi plenamente vivido e está arrumado lá atrás (no passado cronológico), e outro que não foi plenamente vivido e resolvido e que continua activo e a influenciar o presente - é o "passado-presente", chamemos-lhe assim. Este "passado-presente" não é pois verdadeiramente passado porque, na verdade continua a manifestar-se, quer conscientemente, em primeiro plano na nossa percepção, quer mais ou menos inconscientemente (activo em segundo plano como um "programa de computador a correr por trás").

Falar deste "passado-presente" é, em última análise, falar do presente, do presente condicionado pelo passado, do presente repetitivo e não actualizado. Simplesmente, este presente condicionado dificilmente se compreende e se ultrapassa se não for abordado na sua origem, ou seja, falando do passado onde as reacções e atitudes que, no presente podem não ser adequadas, outrora tiveram a sua função e pertinência...

domingo, julho 31, 2011

STAVANGER, NORUEGA

Estive uma semana na Noruega. Mar, fiordes, ilhas, água muito fria, marisco, bicicleta, barcos, gente bonita e educada.
Out of the blue, sai aquele psicopata que desata a matar pessoas. A mente humana é um abismo.

sábado, julho 30, 2011

Morreu David Servan-Schreiber

Morreu, no Domingo (24/07/2011), o Neuro-Psiquiatra, David Servan-Schreiber, aos 50 anos de idade. Depois de 20 anos a lutar contra um cancro muito agressivo situado no cérebro, acabou por sucumbir.

Autor de vários livros como "Anti-cancro" ou "Curar... o stress, a ansiedade e a depressão sem medicamentos nem psicanálise", Servan-Schreiber consiliou sempre uma carreira exímia no que respeita à investigação científica e rigorosa na área da psicologia e neurociências, com uma abertura invulgar a outros saberes e práticas medicinais. Foi co-fundador e director do Centro de Medicina Integrativa na Universidade do Centro Médico de Pittsburgh, presidente de EMDR França e um dos 7 fundadores do grupo de Médicos Sem Fronteiras, ganhadores de prémio Nobel da Paz.

A sua investigação nas áreas, tanto da prevenção, como da intervenção nas mais variadas doenças vieram expandir o conhecimento académico que se tinha das possibilidades e níveis de intervenção na medicina holística.

Vale muito a pena descobrir este autor, sobretudo através das suas obras literárias muito acessíveis, rigorosas e revolucionárias.

quinta-feira, julho 21, 2011

Cooperação Vs Competição

Hoje em dia caminha-se cada vez mais para o respeito e consideração pela dignidade humana. Humana porque relativa ao ser humano em todos os seus aspectos: transversal ao género e à idade.

No entanto, esta dignidade continua a ser afectada pela nossa condição animal menos evoluída e mais egoísta. Ou seja, na prática, a lei do mais forte continua a vigorar na forma como atribuímos valor e legitimidade a outros seres humanos: o "machismo" não é (ainda) um problema só do passado mas, sobretudo as crianças, continuam a ser criaturas "menores" cuja dignidade continua a ser proporcional ao seu poder/força.

Deste modo e relativamente ao primeiro problema, da assimetria de géneros, Sarah Hrdy, uma antropóloga evolucionista chamou recentemente a atenção para a forma como, mesmo relativamente à História da Humanidade, herdámos de Darwin um modelo antropocêntrico masculino e machista, onde o papel da mulher e do grupo (da sociedade, actualmente) foi desvalorizado e secundarizado. Critica a ênfase no poder e na competição por oposição à ênfase na cooperação (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49925&op=all). Maynard Smith, um biólogo evolucionista e geneticista, tem também salientado, por seu turno, a importância da cooperação afirmando que foi ela que nos permitiu chegar onde chegámos, desde o estado de matéria não-viva, passando pelas células assexuadas, células sexuadas, mamíferos, até ao Homem.

A cooperação põe a tónica na interdependência criativa e potenciadora, enquanto que a competição, nomeadamente pela expressão - "lei do mais forte" -, privilegia o poder ("egoísta") sobre o outro enquanto motor da evolução.

Actualmente, como dizia, a nossa capacidade de cooperar, amplamente desenvolvida através dos chamados "neurónios espelho" que se pensam estar na base da EMPATIA, tem-nos incentivado à protecção dos direitos humanos, isto é, à defesa também e, sobretudo, do mais fraco. Mas e as crianças?

Alice Miller, psicanalista de renome, dedicou-se a estudar e a escrever sobre os efeitos que uma educação autoritária e punitiva sobretudo corporalmente (muito comum!), tem na saúde mental da sociedade. A autora chama a atenção para o paradigma judaico-cristão (ou o “epistema” como Michel Onfray o descreve, indo ainda mais longe...) em que actualmente a sociedade ocidental ainda se baseia e onde a criança foi sempre vista como uma espécie de ser selvagem que precisa de ser domesticado, civilizado e vergado.

Antiga criança, o adulto agora responsável pelos seus filhos e membro activo na sociedade, perpetua este ciclo de autênticos abusos, agravados pelo silêncio da vítima indefesa que é a criança e pela “pedagogia envenenada” onde o autoritarismo e a violência são sempre agidas “para o bem da criança”; é o mundo virado do avesso.

Alice Miller desenvolve estas ideias de forma muito aprofundada e cuidadosa ao longo dos muitos livros e artigo que redigiu. Pode ser encontrada muita desta informação no seu site oficial: http://www.alice-miller.com/index_en.php

terça-feira, julho 12, 2011

Frase crua do dia



"Um homem vulnerável
é uma criança a chorar..."

Antigo combatente de guerra com perturbação pós-stress traumático

sexta-feira, julho 08, 2011

ARTE


Lindos e estranhos objectos de arte feitos em madeira por Cha Jong-Rye

http://thisiscolossal.com/2011/06/the-woodwork-of-cha-jong-rye/

domingo, junho 26, 2011

SAL MAIOR QUE GENGHIS

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Um jovem americano de 34 anos, de nome Sal Khan, licenciado pelo MIT, criou um site onde, por meios de vídeos, explica com uma capacidade pedagógica fora do normal, questões ligadas a 40 áreas do conhecimento.
A Khan Academy (www.khanacademy.org) oferece mais de 2000 horas de aulas! Vale a pena ir lá ver.

domingo, junho 19, 2011

Só Me Conheço Como Sinfonia

A Sociedade Portuguesa de Psicossomática e a Sociedade
Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo têm o prazer
de o convidar a participar na apresentação de Musicodrama:


Do "Omnibus Membris Rythmicus" Ao "Só Me Conheço Como Sinfonia"

Dr. Fernando Rato

Dra. Maria João Sousa e Brito



21 de Junho - 21h30 - Lisboa
Livraria Ler Devagar - LxFactory

sábado, junho 18, 2011

DE NOVO O EMPPREENDEDORISMO

Julgo q os portugueses estão finalmente a despertar para a necessidade de criarem os seus próprios negócios em vez de confiarem num "emprego para a vida" como antigamente existiu.
Tanto os Estados Unidos como a Europa viveram uma época única a seguir à 2a Guerra Mundial. Esse tempo, q corresponde a geração dos baby-boomers, passou e já nao volta mais.
Nunca é demais insistir nos traços e competências q sao necessários ao empreendedor. Muitos deles podem ser aprendidos e é isso q é importante saber.
Já aqui falei disso num post anterior.
Entretanto, mãozinha amiga deu-me a conhecer este site, muito útil. O link segue para a página onde se referem algumas formas de aumentar a criatividade. O site chama-se Entrepreneur:

quinta-feira, junho 16, 2011

Frase do dia


As palavras que não se percebem, perduram;
As que se percebem, transformam-se...
Em acção

domingo, junho 12, 2011

Como dores físicas podem mascarar depressão

A ciência tem-se afastada cada vez mais do dualismo cartesiano que separa inequivocamente mente e corpo. Actualmente existe uma área denominada por psicossomática, que no sentido lato, se interessa pela forma como mente e corpo interagem e, sobretudo, como factores de índole "psicológica" podem originar ou contribuir para problemas somáticos (do corpo).

Estando a comunidade científica cada vez mais sensibilizada para esta interface, foi publicada uma notícia no jornal "Cienciahoje" (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49326&op=all), onde se pode ler, como dores nas costas, tonturas, mal-estar gástrico e, principalmente, falta de apetite sexual e fadiga, podem ser sinais de depressão.

Estes sintomas são na maior parte das vezes reportados ao médico de família estimando-se que 35% de casos deste tipo de depressão mascarada não seja diagnosticada. Nestes casos é, por exemplo, frequente existirem dores resistentes a analgésicos.

Estes sintomas são muitas vezes o rosto de uma depressão abafada ou o grito do “corpo” que a “mente” não consegue exprimir.

É importante estar atento à forma multifacetada pela qual a ansiedade e/ou depressão se podem manifestar: é hoje sabido que a persistência destes afectos negativos influência negativamente a postura, tensão, energia, hormonas, digestão, sono, apetite, etc.

Afinal o bem-estar (bem como o mal-estar) é sempre geral e bio-psicológico: se sofro fisicamente, fico abatido e triste; se estou stressado ou deprimido todo o meu corpo se ressente podendo dar origem a toda uma panóplia de dores e mal-estares físicos.

sexta-feira, junho 03, 2011

O MEU RIM POR UM IPAD!

Leio no Le Monde que um jovem chinês de 17 anos vendeu um rim para comprar um iPad.
Fica-se aparvalhado. Ou, como dizem os ingleses, "the mind boggles".
Ora leiam e pasmem:

http://bigbrowser.blog.lemonde.fr/2011/06/03/geek-mon-rein-gauche-pour-un-ipad/#xtor=EPR-32280229-%5BNL_Titresdujour%5D-20110603-%5Bzoneb%5D

quarta-feira, maio 18, 2011

"Cientistas querem simular cérebro num super computador"

A primeira pergunta que se me coloca de acordo com esta notícia (que pode ser lida em http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49021&op=all) é, até que ponto é possível simular o cérebro humano com um computador? Muitas dúvidas podem existir quanto a isso, mas a verdade é que o projecto é sério e tem já um investimento previsto para o prazo de 10 anos no valor de 100 000 000 €...!

Dependência tabágica


De acordo com um inquérito publicado pelo jornal de saúde "Prescrire", os fumadores que decidem parar de fumar têm muito pouco sucesso. Os números apontam para que 90% dos mesmos retomem os hábitos tabágicos dentro de um ano após a sua decisão de deixar de fumar. O elevado número de produtos químicos contidos num cigarro, os "vícios de mão e de boca", bem como, a dependência à nicotina são alguns dos principais factores que contribuem para que o tabagismo seja uma das dependências (senão a mais) mais difíceis de ultrapassar.


sábado, maio 14, 2011

DEPENDÊNCIA AMOROSA

A dependência do objecto de amor é algo que por vezes é vivido com enorme dificuldade, sobretudo para aqueles que têm aversão a dependencias. Mas há dependências e dependências, e com vários graus.
Numa coluna do jornal Le Monde o psiquiatra e psicanalista Serge Hefez responde a dúvidas dos leitores sobre esta questão:

http://www.lemonde.fr/week-end/article/2011/02/11/vivre-la-dependance-amoureuse_1474870_1477893.html

quinta-feira, maio 12, 2011

Psicólogo em ponto pequeno

Um rapazinho de quatro anos, cujo vizinho era um velhote que perdera recentemente a sua esposa e depois de ter visto o senhor a chorar foi ao quintal do velhote, subiu para o seu colo e sentou-se. Quando a mãe perguntou o que dissera ao vizinho,o rapazinho disse:

"Nada, só o ajudei a chorar".


terça-feira, maio 10, 2011

Despiste precoce do autismo


O autismo é uma doença grave do desenvolvimento da criança que afecta aproximadamente 1 em 200 crianças. Frequentemente fala-se do "espectro do autismo" por ser uma categoria que, quando considerada no sentido lato, abrange uma variedade heterogénea de casos com maior ou menor gravidade e mais ou menos perturbados em várias dimensões psicológicas.

Os principais sintomas refletem-se a vários níveis: a nível social (evidentes défices sociais, evitamento do contacto ocular, falha empática básica...), a nível da linguagem (ausência de uma linguagem funcional na maioria dos casos, falar sobre o próprio na terceira pessoa, etc.), a nível cognitivo (a maioria apresenta um atrasa mental de moderado a grave) e, por fim, a nível de interesses restritos e repetitivos.

Infelizmente, esta doença é muitas vezes diagnosticada apenas por volta dos 6 anos de idade, altura em que os pais se apercebem mais claramente dos sintomas. É pois fundamental poder diagnosticar esta perturbação mais precocemente por forma a intervir no sentido de melhorar o desenvolvimento e aprendizagem da criança.

A equipa investigadora do Centro de Autismo da Universidade da Califórnia acabou de dar um excelente contributo precisamente nesta área: desenvolveu um pequeno questionário composto por 24 perguntas simples que permite despistar com grande fiabilidade perturbações graves do desenvolvimento (autismo, sobretudo) até aos 12 meses de idade! O estudo foi publicado no "Journal of Pediatrics".

Este questionário foi aplicado aos pais de mais de 10 000 bebés seguidos em Pediatria, pondo questões simples como "Quando o seu filho brinca, procura saber se está a olhar para ele?" ou "O seu filho sorri a olhar para si?". Os resultados foram os esperados de acordo com as estatísticas de incidência do autismo e permitiu a intervenção precoce e eficaz em todas as crianças que chumbaram neste teste.

A grande eficácia e simplicidade deste instrumento levou a que 96% dos pediatras envolvidos neste estudo (137 ao todo) continuasse a utiliza-lo como ferreamenta de triagem.

sábado, abril 30, 2011

SERÀ POSSÍVEL CONCILIAR O TRABALHO COM OS OBJECTIVOS PESSOAIS?

(Photo: comh.ca)

Estou neste momento a preparar uma longa aula no âmbito da Psicologia das Organizações, por sugestão da nossa colega Tânia Paias, que todos conhecem como a nossa especialista em bullying, e deparei-me com uma questão quase básica, mas que passará também certamente pela cabeça de muitos de nós. E que não é, afinal, tão básica como isso, porque envolve uma série de factores.
A questão, posta muito simplesmente, é esta: é possível conciliar os interesses da empresa ou organização para a qual trabalhamos e os nossos? Às vezes os conflitos e o mau ambiente são tais que até parece que não. Mas numa organização verdadeiramente funcional é possível.
Uso o termo "organização funcional" por paralelismo com a família funcional.
Como explicou muito bem o psicanalista inglês Donald Meltzer, são (ou deveriam ser) funções da família conter as ansiedades da criança, ensinar a tolerar a frustração, facilitar a aprendizagem e a socialização, promover a esperança.
E como é promover a esperança numa organização, em que somos (e devemos ser tratados como tal) adultos e não crianças?
Promover a esperança é um papel do líder. Este deverá suscitar o envolvimento dos colaboradores na definição dos objectivos, de forma que as pessoas se identiquem com eles e se sintam parte de um todo. Os objectivos devem ser claros, moderadamente difíceis, mas exequíveis. As prioridades devem ser claras e devem existir planos de contigência. A determinação e a persistência são sem dúvida qualidades na vida e na profissão, mas o líder deve também propiciar a redefinição de objectivos se tal se justificar (a teimosia cega e a falsa esperança prejudicam o bom desempenho e cria uma frustração excessiva).
Só numa organização funcional, parece-me, será possível que as pessoas cresçam como pessoas e como profissionais e retirem satisfação do trabalho. Colaboradores que gostam do que fazem e estão emocionalmente investidos, são a melhor garantia de desempenho tanto deles como da organização para que trabalham.

Madoff

Há umas semanas saiu no jornal Expresso um suplemento com uma entrevista a Madoff, autor da maior fraude financeira de sempre. Um dos pontos altos do texto foi a alegada pergunta de Madoff à sua terapeuta, na prisão: “sou um sociopata?”. A resposta foi claramente negativa, acrescentando, em jeito de justificação, que ele tem uma moral e remorsos.

Ao ler a narrativa de Madoff sobre tudo o que aconteceu, nomeadamente depois de ter confessado a fraude e depois de todas as consequências destrutivas que isso teve em termos familiares (suicídio de um dos seus 2 filhos, por ex.), descobrimos que, afinal, talvez não seja o monstro que se poderia pensar. Dando também crédito à opinião da sua psicóloga, poder-se-á entender o sucedido não apenas evocando o seu “defeito de carácter”, mas também como a conjugação entre uma oportunidade aliciante vinda do exterior em determinada altura e uma personalidade frágil, provavelmente com carências narcísicas importantes e um traço psicopático (mais ou menos) latente. Em certa medida, é caso para perguntar até que ponto a “ocasião faz o ladrão”. Porque se é verdade que neste caso o ladrão também forjou a ocasião, Madoff poderia tê-la forjado em muitas outras ocasiões, coisa que, (é-nos dado a crer) não fez.

Não era pois um grande sociopata à espera da primeira oportunidade para enriquecer à custa de quem fosse. Não. Como se costuma dizer, “o poder corrompe”. E talvez seja esta mistura de factores (constitucionais – de personalidade – e ambientais) que, na maioria das vezes, originarão a corrupção dos poderosos de que tanto se fala.

Talvez um dos factores mais preocupantes do modus operandi da nossa sociedade democrática seja o aperfeiçoamento cada vez mais perverso do controlo das massas: actualmente já não se pode conquistar à força um povo mas sim seduzi-lo, aliciá-lo, manipulá-lo. E é esta relação pública cada vez mais “marketinguizada” que parece levar a uma banalização da mentira e do engano. Já não sofremos com a tirania agressiva e opressora de um ditador, mas com a manipulação passivo-agressiva de cada vez mais agentes sociais: políticos, indústrias, patrões, etc. É o tempo da tirania dos lobbies e das massas que são manipuladas sem saberem que o são. E esta tendência é perigosa porque, de certa maneira, estimula o traço psicopático que existe em maior ou menor quantidade em cada um de nós, banalizando-o, legitimando-o e até inevitabilizando-o no novo homo economicus.

terça-feira, abril 26, 2011

domingo, abril 24, 2011

AS BACTÉRIAS COMANDAM?

Mais um golpe na nosso conceito do que significa ser humano. Estudos recentes apontam para que as bactérias que vivem no nosso intestino, e que sao muitas (MUITAS!) podem modular o nosso cérebro e o nosso comportamento.
Só nos faltava mais esta! Ora leiam no site da revista Scientific American

http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=the-neuroscience-of-gut

sábado, abril 23, 2011

quinta-feira, abril 21, 2011

sexta-feira, abril 15, 2011

"Como ajudar crianças e adolescentes ..."

A clínica da Educação na sua vertente de formação organiza um encontro intitulado "Como ajudar Crianças e adolescentes a...", que ocorrerá no dia 21 Maio 2011, em Lisboa no auditório da Faculdade Psicologia de Lisboa. Uma jornada de formação que tem como público-alvo os profissionais de saúde, educação, pais e familiares.
Segue o programa do evento:

9h:00 Sessão de Abertura
Renato Paiva - Clínica da Educação
9:15 “... na promoção da autonomia”
Drª Maria do Carmo Vale - Hospital da Estefânia

10:15 “ com medos e inseguranças”
Drª Susana Cheis - Centro de Formação Consigo

12h “... na gestão dos afectos e sexualidade”
Drª. Vera Ribeiro - Hospital de St. Louis

14:30 “... a lidar com regras e com o não”
Dr.ª Maria João Santos - Faculdade. Psicologia Lisboa

16h “... a brincar”
Drª Manuela Matos - APEI - Ass. Profissionais. Educação Infância

17h “... a lidar com a doença”
Drª Filipa Martins de Cavalho - Acreditar

18h Encerramento

Informações e inscrições em www.clinicadaeducacao.com

quinta-feira, abril 14, 2011

"(os sonhos) impõem uma inaceitável igualdade entre as diferentes épocas de uma mesma vida, uma contemporaneidade niveladora de tudo o que o homem alguma vez viveu; desconsideram o presente negando-lhe a sua posição previlegiada."

Kundera, M., A Identidade.

quarta-feira, abril 13, 2011

Até que ponto podemos ser tecnologico-dependentes?


Como Michel Serres, filósofo francês, referia num artigo seu (ver blog - post "o novo homem") o Homem Ocidentalis está a atravessar uma transformação socio-cultural drástica e dramática onde a continuidade do mesmo com a natureza, as raízes biológicas e com as dimensões do tempo e do espaço, está a ser quebrada, sobretudo, pela ultra-tecnologização da sociedade e da vida do dia-a-dia.

O que é que aconteceria se se impusesse o mundo de ontem à geração jovem do amanhã? Um estudo da Universidade de Maryland tentou fazer precisamente esta experiência: estudou os efeitos que a privação de tecnologia (televisão, telemóveis, smartphones, computadores, internet, redes sociais...) tem em mil jovens com idades compreendidas entre os 17 e 23 anos, de 10 países diferentes, durante um período de 24 horas.

Será que ficaram aborrecidos? Conseguiram lidar bem com a situação ocupando-se com leituras ou outras actividades?

Como pode ser lido no link do site "CiênciaHoje" (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=48447&op=all):

"Segundo os investigadores, 79 por cento dos estudantes relataram reacções adversas que vão desde desconforto a confusão e isolamento.
Os adolescentes falaram de ansiedade enquanto outros relataram sintomas como comichões, uma sensação semelhante à dos viciados em drogas, em processo de desintoxicação. Alguns ainda relataram sintomas semelhantes a bulimia.
Um em cada cinco alunos relataram sentimentos de abstinência, enquanto 11 por cento disseram que estavam confusos ou se sentiam fracassados. Quase um em cinco (19 por cento) relataram sentimentos de angústia e 11 por cento avançaram que se sentiam isolados. Apenas 21 por cento admitiram que poderiam sentir os benefícios de ficar incomunicáveis.
Alguns estudantes relataram extrema ansiedade por simplesmente não poder tocar o telefone. Um participante relatou: "Eu sou um viciado. Eu não preciso de álcool, cocaína ou qualquer outra forma de depravação social. Esta é minha droga, sem ela fico perdido". Outro escreveu: "Não sabia o que fazer, literalmente. Ir para a cozinha procurar inutilmente nos armários tornou-se numa rotina".
Segundo Susan Moeller, da Universidade de Maryland, que liderou o estudo, "a tecnologia permite contactos sociais para os jovens de hoje e passam a maior parte do tempo ligados a qualquer dispositivo"."Alguns disseram que queriam ficar sem tecnologia durante algum tempo, mas eles não conseguiram devido à possibilidade de serem condenados ao ostracismo"."

Dá que pensar!

segunda-feira, abril 04, 2011

sábado, abril 02, 2011

O QUE É PRECISO PARA SER EMPREENDEDOR

O EMPREENDEDORISMO EXIGE TRAÇOS DE PERSONALIDADE ESPECIAIS?

9 em cada 10 startups falham, dizem os estudos feitos nos USA.
O que é que este número nos diz? Diz-nos que para se se ser empreendedor, arrancar e conduzir um negócio próprio é preciso:

A. Elevada (e direccionada) motivação. Trata-se não só de auto-motivação mas também da capacidade de persuadir e motivar os outros.
B. Forte tolerância à frustação
C. Ser capaz de desmontar um problema e transformá-lo numa oportunidade.
D. Resiliência (capacidade de enfrentar condições adversas com coragem e determinação).

Mas não chega.

A montante destas competências estão outras capacidades prévias:

A. Iniciativa
B. Criatividade e gosto pela inovação
C. Networking
D. Sentido de oportunidade (para reconhcer uma necessidade existente ou latente de um produto ou serviço).
E. Capacidade de arriscar

Um empreendedor tem de ser, além de um gestor, alguém que consegue detectar as oportunidades no labirinto da informação que vai colhendo na rede e que decide arriscar num objectivo bem determinado, com determinação, persistência e teimosia. É alguém que não se deixa desmotivar com um "não". Provavelmente, é até alguém que ao ouvir um "não" regista um "talvez". É um visionário, mas com os pés na terra (em alguns casos ajuda ter um sócio que complemente alguns destes traços, que não são fáceis de reunir numa só pessoa).

Muitas pessoas interrogam-se se estas competências são inatas ou podem ser adquiridas. Eu responderia que podem ser aprendidas ao longo da vida, e quanto mais cedo, melhor. A tolerância à frustração, por exemplo, começa a ser aprendida no berço, quando o bébé percebe que a mãe não está cem por cento ao serviço dele (isto é tão duro que existe quem, com a cumplicidade das mães, não o admita uma vida inteira).
A criatividade também se pode, e deve, ser cultivada.
E é preciso trabalho, muito trabalho - algo que muitos pais têm tendência a esquecer, (des)educando adolescentes e futuros adultos que pensam que as coisas lhe irão cair do céu.

Uma outra questão se põe, no entanto, para além dos traços de personalidade inatos ou adquiridos: as condições da realidade externa. Dependendo da actividade e do sector, o empreendedor necessitará de maior ou menor financiamento e, idealmente, de um contexto onde haja não só recursos disponíveis ( de capital e de conhecimento) como acesso aos mercados.

A CRISE

Agora que é visível para todos que estamos no "olho da tempestade" (mesmo para aqueles que não viam, ou fingiam não ver), e enquanto o nosso presidente, os partidos, o Fundo Europeu/FMI se concertam (e vamos esperar que o concerto não seja a morte do doente), é altura de pensarmos como é que este país poderá produzir, exportar, crescer. Sem isso, não há austeridade que nos valha e espera-nos um empobrecimento generalizado e miserável.
Este país precisa de gastar menos mas também de trabalhar mais e melhor (o que inclui também ser melhor governado). O nosso tecido empresarial, fraco, precisa urgentemente de novos empreendedores. O que é que faz um empreendedor?

Quem estiver interessado, leia o meu próximo post, em que alinhavarei umas ideias sobre o assunto.

FIM DE SEMANA MUSICAL: IRON & WINE

Iron & Wine, Passing Afternoon

http://www.youtube.com/watch?v=UGPzyGIaw0E&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, março 30, 2011

Pare, repare e escute


Foi realizada uma experiência socio-artística em que um dos melhores violinistas do mundo foi tocar violino à beira do metro, de boné, calças de ganga e o seu violino Stradivarius de 3 milhões de dollars... Nada de mais, como se pode ver!

O que é que aconteceu durante estes 45 min. de música sublime, anteriormente reproduzida num concerto onde os melhores lugares custavam mil dollars? Praticamente nada... Sem os holofotes dos media em cima, sem a moldura dourada em redor, sem anúncio nem pronúncio dos experts, é caso para dizer "dá Deus nozes a quem não tem dentes"!

Será que a arte, a beleza e a virtude artísticas são assim tão relativas e enviesadas pelo prestígio socialmente atribuído por uma classe reconhecida? Ou serão as pessoas maioritariamente desdentadas?

Num mundo onde os valores politico-económicos se alevantam, o "ser" parece tender a desvanecer-se perante as cores berrantes do "ter". "Ter" esse que, quando em défice, quando em crise, parece produzir o caos e o desespero vãos. Sem querer esquecer a miséria dos que verdadeiramente não têm, podemos pensar também nos que "têm" ou querem "ter" porque não "são" nem conseguem "ser". E por isso corremos para o trabalho e para casa, vindos do trabalho, para ir ver ("ter"!) o concerto luxuoso que adquirimos por 70€, quando acabámos de passar por um de 1000 dollars mesmo à nossa beira... Mas esse... esse não tem preço e por isso não vale nada.




terça-feira, março 29, 2011

3º Encontro da AP - CRIATIVIDADE


3º Encontro da AP

Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica

Criatividade



Centro Cultural Casapiano

Rua dos Jerónimos, nº7A.



16 de Abril de 2011



Inscrição até 08 de Abril de 2011

Sócios da AP: 25€ -
Não Sócios: 35€ -


Inscrição após 08 de Abril de 2011

Sócios da AP: 30€ -
Não Sócios: 40€ -




Inscrições através do email: ap.psicanalise@gmail.com

Informações (secretariado): 913 90 60 73

Nos próximos dias 11 e 12 de Maio, realizar-se-á o I Congresso de Psicologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental que terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras.

O evento reunirá congressistas e profissionais de saúde, afigurando-se como uma oportunidade de excelência de formação.

Comunicamos que a entrada é gratuita para todos os participantes, sendo, contudo, necessária uma inscrição prévia.

domingo, março 27, 2011

A curva da felicidade


Ainda a propósito do post anterior sobre felicidade quero acrescentar algo sobre um artigo que li há algum tempo e agora reencontrei.

Inês Pedrosa escreveu acerca da capa da "The Economist" que anunciava que "a alegria do envelhecimento (ou porque é que a vida começa aos 46 anos") evidenciando os estudos para medir o grau de felicidade ao longo destas décadas (1º centrados nas variantes económicas, mas agora com ênfase no biológico, psicológico e ambiental).
Refere que a curva da felicidade é em U; começa a descer aos 18 anos e atinge o seu ponto mais baixo entre os 45 e os 50 anos, subindo a partir desta idade. Estes acontecimentos estão relacionados com os filhos: "os filhos são, aliás, uma das razões que explicam que as pessoas comecem a ser mais felizes a partir dos 45 ou 50 anos: está cientificamente provado que o convívio diário com adolescentes (que tende a escassear a partir dessa idade) não contribui para a alegria de viver, sendo outro factor de felicidade o casamento, os segundos ou terceiros casamentos tendem a satisfazer mais do que os primeiros"

Revista única 08.01.2011

quarta-feira, março 23, 2011

O Nó


"Numa reunião de pais numa escola da periferia, a directora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...

Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade
trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as
crianças.

Mas a directora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e
explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo; e quando voltava do trabalho
era muito tarde e o garoto já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo
para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando
chegava em casa.

E para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia todas as noites quando
ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai
tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A directora emocionou-se com aquela história e ficou surpresa quando
constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem
presentes, de se comunicarem com os outros.

Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais
importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que o pai lhe
estava dizendo.

Por vezes, importamo-nos tanto com a forma de dizer as coisas e
esquecemos
o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas
saibam, que elas sintam isso. Para que haja comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os
sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM
registar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol..."


Foi-me enviado este mail com esta pequena história que achei interessante poder partilhar convosco. Num período em que o tempo é muitas vezes um elemento chave e, infelizmente, insuficiente para uma relação suficientemente afectuosa e educativa dos pais em relação aos seus filhos, esta pequena história vem talvez nuancear, ou simplesmente presentear-nos com o exemplo de como, mesmo o impossível se pode tornar possível (dentro dos possíveis...!). Como foi sublinhado neste texto, o amor transmite-se de muitas formas e muitas vezes pelos pormenores que passam assim a ser "por-maiores". Esperamos que este seja realmente um exemplo de resiliência familiar mas ainda assim é preciso não confundir sucesso escolar (do menino em questão), com "sucesso afectivo" ou segurança interior. Às vezes estas duas dimensões estão mesmo dissociadas...

segunda-feira, março 21, 2011

FUNCIONAMENTOS E DISTÚRBIOS PSÎQUICOS ILUSTRADOS

Ora vejam estes grafismos do Graphic Patrick

http://www.adaptcreative.co.uk/2010/08/mental-disorder-posters/

Damásio e a Consciência



Para comparecer a esta conferência basta confirmar a sua presença para o número de telefone acima fornecido.


Compareçam!

O novo Homem


Há quem pense que estamos a atravessar um ponto de viragem crucial na História da humanidade. É o caso do filósofo Michel Serres que equipara mesmo a mudança sócio-cultural do mundo ocidental , “ao neolítico, à aurora da ciência grega, ao começo da era cristã, ao fim da Idade Média e ao Renascimento”. Vale a pena ler o seu artigo.

http://www.lemonde.fr/idees/article/2011/03/05/eduquer-au-xxie-siecle_1488298_3232.html


domingo, março 20, 2011

LEITURAS

(ilustração de Alice no País das Maravilhas, cortesia da Wikipedia)

Alice é um dos meus livros preferidos, e sei que também de muitas outras "crianças". Mas parte do gozo de o ler é ver as ilustrações da época, deliciosas. Há também uma versão em DVD que normalmente é muito apreciada.
Vem isto a propósito de um pensamento que hoje me passou pela cabeça e que partilho aqui. Julgo que o meu primeiro acto de independencia - e portanto de liberdade - não foi aprender a comer sozinha, ou a vestir-me e calçar-me.
Não. Foi aprender a ler. Lembro-me perfeitamente da sensação de liberdade de poder por fim conhecer outros mundos, outras pessoas. Piratas, cowboys, Os Cinco, Tarzan, Alice... era todo um mundo que se abria diante de mim e que me permitia sair do espaço, que já nesse tempo sentia como claustrofóbico, da casa/escola.
Mas isto era no tempo dos livros. Agora, que o livro de papel é bem capaz de estar em vias  de desaparecimento (eu própria leio frequentemente num iPad), como é que as crianças farão essa aquisição de autonmia? Provavelmente aprendendo a mexer no computador. Ou na playstation. Informam-me jovens pais e menos jovens avós que criancinhas de meses já tiram e poem DVD no leitor. Mas até esse está condenado a desaparecer agora que existe o video-on-demand.
Crianças, está na altura de pedir um tablet. Eu cá já descarreguei uma linda versão ilustrada da Alice.

quinta-feira, março 17, 2011

Memória autobiográfica superior

Nos Estado Unidos descobriu-se que existem casos de pessoas (raríssimos) que se lembram de TUDO (não é de muito mais coisas do que as outras, é de TUDO!) o que aconteceu nas suas vidas! Semelhantes capacidades só tinham sido descobertas associadas a pessoas portadoras de distúrbios mentais profundos e não em pessoas aparentemente saudáveis e normais como estas... Esta notícia vem revolucionar muito do que se pensava ser conhecido nas áreas da memória e da neuro-biologia, assim como, levantar todo um conjunto de questões. Este vídeo ajuda-nos a perceber do que estamos a falar:

domingo, março 13, 2011

AINDA ACERCA DA FELICIDADE

Ainda acerca da felicidade, Vejam este maravilhoso Ted Talk de Daniel Kahneman, um psicologo famoso e Nobel em Economia.
Ele distingue a satisfação da felicidade e refere que existe, pelo menos nos USA, um rendimento anual minimo para atingir a satisfação.


http://www.ted.com/talks/daniel_kahneman_the_riddle_of_experience_vs_memory.html

CONTROLO, PROGRESSO, LIGAÇÃO, PERTENÇA

De um artigo de Morgan Housel publicado no Motley Fool (www.fool.com):

"Money isn't the key to happiness. What really gives people meaning and happiness is a combination of four things: Control over what they're doing, progress in what they're pursuing, being connected with others, and being part of something they enjoy that's bigger than themselves".

Bem dito. E a vocês, o q vos parece?

sexta-feira, março 11, 2011

"Facebook responsável por um terço dos divórcios"


Saiu uma notícia no Diário de Notícias referindo a influência do Facebook, não só no reencontro de velhas amizades e conhecidos, mas também na destruição de muitos casamentos. Como se pode ler:

"Os advogados portugueses já recebem "provas" de infidelidade retiradas do Facebook para usar em processos de divórcio litigioso. Cerca de um terço dos processos de divórcio em Portugal já usa este tipo de provas.

Nos Estados Unidos, um estudo recente da Associação Norte-Americana de Advogados Matrimoniais indica que cerca de 20% dos divórcios naquele país tem como principal fonte de provas fotografias e mensagens publicadas no Facebook."


Parece que esta rede social se está a tornar cada vez mais num dos palcos de acção da sociedade.


Será bom, será mau... Dependerá talvez, mais da utilização (dos utilizadores) do que do utilizado.

terça-feira, março 08, 2011

A IDADE

Sobre as atitudes e crenças, e a forma como envelhecemos, vejam este video de J. Bowden, extraido desse maravilhoso site que é o BIGTHINK:

http://bigthink.com/series/50#!selected_item=4636

sábado, março 05, 2011

21 IDEIAS FORA DA CAIXA PARA MUDAR PORTUGAL

É de ler o journal Público de hoje. António Câmara, CEO da YDreams aceitou ser "director por um dia".
No suplemento P2, que hoje é mais do que um suplemento, ele pretendeu dar voz aqueles que pensam "fora da caixa" e normalmente não sao ouvidos. Muito interessante.
Hà quem tenha ideas e faça coisas, há quem arrisque todos os dias num paîs melhor, menos cinzentāo, triste,desconfiado, imobilista, conformado, corporativista, atento, venerador e obrigado.

http://jornal.publico.pt/

RELAÇOES: A COISA MAIS COMPLICADA NA VIDA

É de ler, é de ler, a coluna de hoje da Martha Crawford, uma mulher cheia de estaleca que eu gosto de ler no i:

http://www.ionline.pt/conteudo/108574-eu-penso-que-tu-pensas

MOMENTOS

As casas também têm podem ter olhos, e até pestanas.

(foto tirada na Rep. Checa)

quinta-feira, março 03, 2011

A SOCIEDADE EM QUE VIVEMOS

Vêm hj três notícias artigos no jornal i que nos devem merecer alguma atenção. Estão todas na mesma pag 30, na seccção Zoom (n consigo encontrar na versao online, mas deve lá estudar). Trata-se de três "conceitos" relativamente recentes e que nasceram, para variar, noutros países (aquilo q os portugueses designam, muito singularmente, por "lá fora". Antigamente pensava q tinha ver com o salazarismo, hj sei q tem a ver com a maneira como vemos o mundo: por um óculo.
Co-lunching, co-working e café-emprego.
A inventora do co-lunching, julgo que francesa e freqentadora assídua do Facebook, trabalha em casa e, farta de estar sózinha, decidiu criar uma pag no Facebook onde uma pessoa pode promover ou apenas aderir a um almoço entre pessoas que vêem essa hora do dia como uma oportunidade para "voltar à realidade, fazer contactos e trocar informações". Ou seja, estar à conversa, socializar, estar com outras pessoas. O projecto tem sido um êxito, e já vários restaurantes dispoem de menus e mesas especiais para os co-lunchers.
O café-emprego, tb inventado em França, põe em contacto empresários e potenciais trabalhadores, num ambiente relativamente informal. Os interessados inscrevem-se no site ou através das redes sociais.
O co-working, q já existe em Portugal (Faro, Leiria, Porto, Coimbra e Lisboa) pretende promover ambientes de trabalho partilhados e abertos à comunidade, nasceu em 2005 nos EUA.
A palavra-chave é: co-.
Parece q, nestes tempos da fácil e rápida conexão virtual, as pessoas sentem a falta da convivialidade e de estar em frente do outro. E com razão.

terça-feira, março 01, 2011

Mandamentos Paradoxais I


As pessoas são ilógicas, irrazoáveis e auto-centradas.

Devemos ama-las na mesma!

Cit "Dr. Kent M. Keith"

In Treatment - Promo Trailer


Já viram?

POR-DO-SOL NA CIDADE

Mesmo no meio do cimento, um pôr-do-sol é um pôr-do-sol!

PEDIDO DE DESCULPAS

Caríssimos leitores e bloguistas:

Apercebi-me hoje mesmo, e só pq alguem se queixou, de que estavam dezenas de comentarios "esperando moderação" há meses!
A google terá mudado, por default, a sua politica e nós nåo nos apercebemos.
Como sabem, é tradiçào deste forum não exercer qualquer tipo de censura, com raríssimas excepçoes (atentado ao bom nome de terceiros, obscenidades fora do contexto, etc). Tenho para mim que a discordância pode ser salutar e que, mesmo quando existe uma agressividade exagerada, esta pode e deve ser interpretada.
Acredito no poder do pensamento e da palavra - de outra forma não podia exercer esta profissao.
Tentarei, na medida do possivel, responder aos comentarios há tanto tempo "pendurados" e irei pedir o mesmo aos meus colegas co-escritores neste blogue.

domingo, fevereiro 27, 2011

REFLEXÕES DE DOMINGO

Hoje dei comigo a pensar no seguinte: não me lembrava do nome do arquitecto que desenhou um conhecido edifício em Lisboa. Até aí, tudo bem. Também tenho direito a esquecer-me de alguns nomes. Mas que fiz eu a seguir?
Podia ter telefonado a alguns dos vários amigos-arquitectos que conheço, a começar pela minha própria irmã. Mas não fiz nada disso.
Fui ao Google e inseri o edifício em causa, e depois de algum trabalho lá encontrei o nome do atelier e do arquitecto. Não precisei de ninguém.
É bom, é mau? Não sei. Mas é um facto que a net pode acentuar os traços esquizóides em algumas pessoas e reforçar o seu isolamento. Como em tudo na vida, tudo depende do uso que se faz desta maravilhosa tecnologia. Também pode ser perigosa. Ou seja, há que ter cautelas e estarmos atentos ao nosso mecanismo psíquico. Porque os contactos com os amigos também são, ou mais ainda, importantes.

LISBOA ATORMENTADA


(Belém, foto tirada no passado fim de semana)

sábado, fevereiro 26, 2011

FIM DE SEMANA MUSICAL

Nina Nastasia: Outlaster

http://www.youtube.com/watch?v=7HcvZUFBcPI&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

O ACENO

Chamei a esta foto "O Aceno". E lembrei-me de um dos meus poemas favoritos, de Stevie Smith:

Not Waving but Drowning

Nobody heard him, the dead man,
But still he lay moaning:
I was much further out than you thought
And not waving but drowning.

Poor chap, he always loved larking
And now he's dead
It must have been too cold for him his heart gave way,
They said.

Oh, no no no, it was too cold always
(Still the dead one lay moaning)
I was much too far out all my life
And not waving but drowning.
Stevie Smith
(via poem hunter http://www.poemhunter.com/)

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Ser Pai e Mãe após a Separação: Intervenção com Famílias no Divórcio


A separação e/ou divórcio podem ser identificados como um momento de crise e ruptura na vida do casal, ainda que possam assumir diversas formas. O divórcio, apresenta-se como um período susceptível de gerar desajustamento emocional, acarretando sofrimento para todos os membros da família, sobretudo nos casos em que o casal tem filhos menores. Enquanto período conturbado, colocam-se a todos os elementos familiares desafios e exigências.

Com esta formação pretende-se abordar o processo de separação, sobretudo em casais com filhos menores. Neste sentido, afigura-se importante caracterizar dois momentos importantes e marcantes: o divórcio psicológico e o divórcio legal, bem como o impacto deste processo nas crianças. A par disso, pretende-se identificar serviços como a mediação familiar e a educação parental, enquanto formas de
dar resposta a estes novos cenários familiares. Esta pretende ser uma formação de carácter prático e uma ferramenta importante para todos os profissionais que lidam com esta problemática, por forma a garantir que a ruptura do casal não implique o fim destas famílias.

Programa:

O Divórcio Psicológico
O Divórcio Legal
A Mediação Familiar
As crianças e o divórcio dos pais

Calendarização:

Março: 14, 16, 21, 23, 28 e 30
Abril: 4 e 6

Formadores:
Dra Ana Varão (Psicóloga, Mediadora Familiar)
Dra Lucinda Gomes (Advogada, Mediadora Familiar)

Horário:
19:00-23:00
(2ª e 4ª Feiras)

Local:
Rua Nova da Trindade nº 22 - 1º Chiado
1200-303 Lisboa


Inscrições:

T: 213465439 / 916104651
info.lisboa@red-apple.pt
Preço: 190€ (10% de desconto a todos os associados da
Ordem dos Advogados)

www.red-apple.pt

O Uso de Técnicas de Psicodrama e Musicoterapia em Pessoas com Dificuldades de Simbolização

A Sociedade Portuguesa de Psicossomática e a Sociedade

Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo têm o prazer

de o convidar a participar no encontro:


"O Uso de Técnicas de Psicodrama e Musicoterapia em Pessoas com Dificuldades de Simbolização"

Dr. João Paulo Ribeiro
Dr. Artur Correia


22 de Fevereiro - 21h30
Livraria Ler Devagar - LxFactory

O Cisne Negro

Depois de ver o filme "Cisne Negro" ao cinema e, para quem não viu, deixo aqui o meu comentário muito favorável.

Tanto o argumento, como a realização e mesmo a interpretação dos actores foi, a meu ver, impecável. Excelente expressão da vivência subjectiva do personagem principal que nos permite entrar (que nos suga, aliás) numa vivência psicótica muito bem retratada, a par de uma realidade externa complementarmente psicotizante.

Em termos psicanalíticos, poder-se-ia dizer que se trata de uma representação muito bem conseguida de um conflito entre instâncias psicológicas (as forças pulsionais (libidinal e agressiva) do Id e a (re)pressão social do Superego) levando ao limite da dissociação e descompensação psícológicas...

A não perder!